capítulo 1

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Vivemos num mundo onde a justiça não é feita, num mundo onde os inocentes são os criminosos e os criminosos são os inocentes. Mas afinal, quem sou eu para falar algo acerca deste assunto? Poupo esses pequenos detalhes para o povo que é feito pau mandado do governo.

Pode-se dizer que eu sou criminosa, como se pode dizer que eu sou inocente, dadas as circunstâncias estou no "ou" do "inocente ou criminosa".

Saiu à rua e ninguém se encontra na própria, choca contra o meu rosto uma aragem fresca, o silêncio é feito, ninguém sai de casa por algo chamado "medo" mas o que é ter medo? Se vivessemos constantemente a vida com medo, nada faria sentido! Se não encarar-mos a realidade de frente, ninguém vive, apenas passam a vida trancados em casa com medo de sair à rua.

"Catherine a mãe chamou para irmos comer e disse para voltares rapidamente para dentro de casa." Quem é? A minha pequena irmã, bem, pequena de tamanho pois consegue ter mais mentalidade que eu. A Kiara, tem olhos azuis, o seu tom de pele é bem claro, no cabelo um loiro acompanhado com uns caracóis.

Caminhei para dentro e fechei a porta às sete chaves, se não o fizesse levaria um sermão da minha mãe porque ela como todos, excepto eu, têm medo. Sentei-me na mesa e servi-me.

"Já te disse que não gosto que saias de casa Catherine, quantas mais vezes irei ter de repetir sempre a mesma coisa?" Perguntou colocando sobre a mesa a panela com a comida.

"Se fosse a ter medo como toda a gente de sair de casa, viveria sem saber como é o mundo lá fora. A Kiara caminha para essa pergunta." Disse e a minha mãe suspirou.

Eu e a minha mãe temos uma ligação para o complicada, talvez por sermos tão iguais uma com a outra. A minha mãe não tem a culpa, apenas me quer proteger, mas eu a partir do momento que fiz 18 anos protego-me a mim própria e isso ninguém irá mudar.

"Hoje vou arranjar emprego." Disse quebrando o silêncio.

"Estas maluca? Isso é perigoso, muito mesmo Catherine." Disse quase se engasgando com a comida depois de ouvir o que eu tinha dito.

"Perigoso ou não eu vou trabalhar, vá agora até logo." A minha mãe suspirou novamente, levantei-me da mesa e dei um beijo na testa de Kiara e da minha mãe, peguei nas minhas coisas e saí de casa.

Para a minha mãe esta ideia era completamente maluca, mas tem de ser, tenho 18 anos está na idade de começar a ajudar cá em casa. Caminhei pelas ruas de Manchester, tudo muito calmo, casas por todo o lado com as janelas todas fechadas, era estranho viver aqui mas também quem entra aqui nunca mais saí. Sentei-me na paragem e esperei cerca de meia hora e entrei na camioneta que só se encontrava o motorista, entrei e sentei-me e pus os fones enquanto observava pela janela as ruas sem ninguém.

Cheguei cerca de vinte minutos depois, saí da camioneta e olhei para o grande edifício, entrei dentro do próprio onde já se encontrava algumas pessoas a andar de um lado para o outro.

"Boa tarde, tenho entrevista marcada para esta hora." Disse à recepcionista.

"Primeiro andar, segunda porta à esquerda." Disse sem me encarar.

Chamei o elevador e assim o fiz, ajeitei-me antes de bater à porta e depois bati.

"Entre!" Fez-se ouvir uma voz masculina do outro lado.

Entrei e logo vi um rapaz com cerca de 19 anos sentado atrás da secretária, fechei a porta e sentei-me em frente a ele.

"Catherine certo?" Perguntou-me enquanto mexia no computador.

"Que eu saiba, esse é o nome que a minha mãe me deu." O rapaz olhou-me e depois olhou novamente para o computador.

"Sou o Tristan, Tris. Gosto de pessoas que não me dão respostas curtas."

"Obrigada, Tris."

"Bem, para que área queres seguir?"

Já estava previsto que isto iria acontecer, eu pensei em tudo, mas a verdade é que nem eu própria sabia. Não gosto da área dos Intelectuais, não faz o meu género. Não gosto da área dos Cientistas, são muito intelectuais. Mas a área da Protecção é a minha favorita apesar de a minha mãe ficar passada.

"Protecção."

"Protectores." Corrigiu. "Boa opção."  Disse e começou a escrever no computador.

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