Garotas valem trinta!

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Eduarda se encontrava sentada no meio-fio se perguntando como seu dia poderia ter começado tão ruim. O que havia feito para merecer isso? Pobre garota.

Para piorar a situação, hoje teria prova de química — matéria em que a maioria de suas notas combinava com a cor de seu batom favorito — e não havia como escapar do colégio. Soltou um suspiro e alcançou sua garrafinha que havia rolado pelo asfalto no momento de sua queda, de modo inseguro, despejou água em ambos os joelhos ralados e sentiu a queimação diminuir um pouco.

Ergueu a bicicleta do chão e analisou a árvore culpada por tudo. Não se lembrava de haver uma árvore na esquina do McDonald's.

Assim que parou de reclamar, se pôs a pedalar em direção ao colégio novamente. Seu sorriso cheio disfarçava cada vez que rangia os dentes de dor, mas ela venceu essa batalha. Seu sorriso foi sincero quando avistou os portões do colégio.

Amanda ficou preocupada assim que viu Eduarda deixar sua bicicleta no mesmo lugar de sempre, primeiro porque ela não estava tão atrasada e segundo porque seus joelhos estavam só sangue.

— Como você conseguiu essa proeza? — perguntou para a amiga enquanto pensava se devia ir atrás de algum pano.

— Eu vi uma árvore — respondeu Duda abrindo sua mochila e sacando uma toalhinha azul. — Eu tenho certeza de que não havia árvore alguma na esquina do McDonald's!

Eduarda parecia exaltada, provavelmente estava de mau-humor. Amanda suspirou e então se lembrou de que realmente não tinham árvores nem na esquina e muito menos ao longo da rua.

Com os joelhos de Eduarda mais limpos, as duas se puseram a encarar o corredor do colégio.

Os garotos adoravam quando Eduarda ia de bicicleta para a escola, principalmente no verão. Ela sempre ia de regata e hoje, para ajudar, sua regata era branca. Como a garota era meio desligada, nem se tocava de que o tecido ficava um tanto... transparente. 

Mas assim que notaram a expressão dolorosa no rosto da garota, desviaram a atenção para qualquer outra coisa. E assim eram a maioria das pessoas do colégio, na hora de oferecer ajudar ou ter um pouco de empatia, todos fugiam.

Eduarda mancou até a enfermaria do colégio e ficou esperando na porta quando notou que a enfermeira Margarete não estava dentro da sala. Seria imprudente entrar na sala sem ter alguém lá dentro.

Ela levantou alguns milímetros do chão quando alguém cutucou suas costas. Matheus de Lazzari a encarava de maneira estranha.

— Entre, vou te ajudar com seu joelho.

— Mas Margarete não está aqui.

— Eu sei — Matheus a empurrou para dentro. — Ela pediu que eu viesse te ajudar. Ela está cuidando de um garoto que desmaiou.

— E por que o garoto que desmaiou não está na enfermaria? — Eduarda perguntou, duvidando da verdade daquelas palavras.

— Porque ele está indo para o hospital.

Então ela se sentiu meio culpada, estava julgando Matheus quando alguém realmente estava mal.

Matheus estava se divertindo com a situação. Com um sorriso pateta nos lábios, abriu uma pacote gaze e embebedou a compressa com soro fisiológico. Realmente pensou em se posicionar de maneira sexy entre as pernas da garota para ver sua reação, mas de nada adiantaria já que a atenção dela estava voltada para algum outro lugar.

Então dando de ombros se pôs a limpar os joelhos ralados.

Eduarda acertou em cheio sua mão na orelha de Matheus e se arrependeu no mesmo instante.

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⏰ Última atualização: Jan 03, 2019 ⏰

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