primeiro capítulo

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uma semana antes

"Justamente, senhora Robinson, não há nada que possamos fazer. O banco deu lhe cerca de oito empréstimos consignados." disse

   A mulher, de olhos castanhos e cabelo grisalho, é cliente do banco há vinte anos e nunca foi prioridade, ou sequer recebeu privilégios. Eles não fazem o mínimo de esforço necessário para lhe mostrar haver uma saída. Considerando sua conta bancária estar no vermelho, pois a moça tem enormes dívidas, que juntas, somam mais de oitenta e cinco mil euros. Tenho que somar seus três filhos e o marido nariz de aspirador de pó. Aliás, metade dos empréstimos foram designados à pagar endividamento com traficantes e bebidas alcoólicas. Portanto, tratarei de tudo amanhã, hoje, vou para o bar central beber com o Mike, Stuart e o Josh. Sem contar que, um desejo realizado, mesmo não sendo o meu, é motivo para encher a cara. O trabalho tem me consumido, vivo em função de clientes rudes. Um homem cuspiu, cerca de, trezentas vezes no meu rosto, jogou com os dedos demonstrando-se irritado e disse "você não pode fazer isso" conforme ouvia sua situação com a conta negativado. Então, comemorar a promoção do Stur não me parece ruim.

   Peguei minha pasta, o casaco e meu celular em cima da mesa, logo pedi um carro e me debrucei na porta, olhando para tudo e todos durante o percurso. Meu corpo pede arrego constantemente, por me preocupar com o trabalho, acaba faltando tempo para tomar alguns cuidados ou  exercer simples afazeres. O meu perfeccionismo  e outros motivos me impedem de ter uma relação amorosa. Os mais próximos dão risada porque eu nunca arranjei namorada, e de fato, é bem estranho quando proferem em alto e bom som. Vinte e cinco anos e sou encarecido de tempo para manter um laço afetivo, enquanto meus melhores amigos, parecem ter relógios feitos sob medida  para arranjar tempo de encontrar uma à cada noite. Um susto atrapalha os meus devaneios; um homem sentando no banco do parque está preste a ser assaltado. Então, antes que algo de ruim acontecesse, pedi o motorista para que encostasse o carro. Abri a porta do automóvel rapidamente e corri em direção ao homem. O assaltante se ajoelhou com precisão para pegar a bolsa de couro junto aos pertences em cima do assento. E mesmo que estivesse ao lado do sujeito, ele não desconfiou de nada. Discreto, peguei os pertences do indivíduo, sentando ao lado dele e depositando seus bens sob o meu colo. Em seguida, olhei para o rosto do assaltante e pedi para que vazasse o mais rápido possível. Depois do ocorrido, o ser ao meu lado tirou os fones de ouvido e me olhou sorrindo, como se nada tivesse acontecido. Bom, e que sorriso!

"Oi" disse, com um sorriso no canto da boca.

   A voz rouca e o sorriso sacana no rosto promoveram uma certa estranheza em mim. O sujeito seria roubado e não fazia ideia. Eu poderia simplesmente comunica-lo sobre, e tudo ficaria muito mais sem noção, então, optei por não  contar e deixar que o mesmo imaginasse o porquê da abordagem estranha. O "oi" foi primordial para que ficássemos ali, conversando sobre nossas vidas por um tempo considerável. Contudo, o taxista desistiu de me entregar ao destino. A propósito, o homem chama-se Harry, tem vinte e dois anos e gosta de sorvete sabor menta. Desde a hora em que o salvei, percebi que: ele faz piadas merdas, no entanto, é bem intelectual. Arrasto o ecrã do celular e há, no total, vinte e quatro ligações perdidas do Stuart.  Tendo em mente que excedi meu tempo limite no parque, decido me despedir do Harry. O cumprimentei dando-lhe um aperto de mão seguido de um abraço. Porém, o homem depositou um beijo no lado esquerdo da minha bochecha e ao fazer o mesmo com a direita, acabou por me dar um selinho no canto da boca. Eu achei estranho desde o primeiro momento, fala sério, quem cumprimenta os outros com dois beijos no rosto? Me senti incomodado, mas só ignorei. Harry parecia ler minha mente, e sem tirar o sorriso sacana do rosto, explicou:

"É uma forma brasileira de cumprimento. Voltei do Brasil recentemente." dei um meio sorriso para não parecer incomodado.

   Gosto de primavera. A central não é tão longe, então andei até o bar. Minha pernas andavam com pressa e a mente, estacionada no parque.



queria ter colocado mais coisas no capítulo, mas demorei esse tempo todo, não queria adiar mais.

comentem aí o que estão achando do rumo da estória

amo vcs xx

the man who's in loveOnde histórias criam vida. Descubra agora