Era inverno e nevava em Nova York, estávamos em um fim de tarde de uma sexta-feira, o tempo nublado e o aquecedor do carro mesmo ligado no máximo ainda não era suficiente para dissipar o frio. Meu casaco grosso parecia fino e eu sentia meus dedos congelando, tentando me esquecer do clima gélido liguei o rádio colocando em uma estação qualquer. Estava parado no estacionamento esperando aquele homem que um dia chegou na minha vida para roubar meu coração. Mas só porque hoje estava congelante, ele parecia demorar ainda mais. Como eu era sempre o primeiro a sair do trabalho, eu passava todos os dias para pegá-lo e então íamos juntos para casa.
Olhando pela janela, via as pessoas andando apressadas para irem de volta aos seus lares depois de uma semana cansativa, a rádio começou a tocar uma música extremamente melosa e eu revirei os olhos. Toda aquela espera junto ao clima frio e as músicas super românticas me arremeteram para as lembranças de como tudo começou.
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Sasuke era meu colega de dormitório, havia entrado para o curso de engenharia enquanto eu iria estudar psicologia, nós nos demos bem desde o princípio. Apesar das diferentes personalidades, a conversa fluía facilmente entre nós dois. Ainda me lembro de como foi difícil fazer o moreno sorrir, ele era mais introvertido enquanto eu sempre fui espaçoso e bagunceiro. Ele sempre implicava comigo por causa da bagunça pelo quarto ou da zona que eu sempre deixava no banheiro, mas estava sempre por perto se preocupando e me ajudando com os estudos. O Uchiha sempre fora mais inteligente.
Com o tempo ele me contou que era japonês e que sua família morava em Konoha, era filho pais amorosos que queriam que ele estudasse nos Estados Unidos. Ele também que tinha um irmão mais velho. Eu morei a vida inteira em São Francisco e nunca tinha ido ao Japão, mas senti muita vontade de conhecer o país quando ele me mostrou fotos de sua cidade. Não me lembro ao certo quando a atração sexual começou, mas sabia que o fato de Sasuke ser homem pouco importava. Ele sempre foi extremamente bonito com ombros largos, dono de um belo corpo e com uma boca incrivelmente sedutora. Por isso tinha muitas admiradoras, sempre era convidado para as festas, mas as recusava com desdém e de fato, até hoje quando saímos juntos ele é o que mais chama atenção. Mas o que me fascinou primeiro foram seus olhos ônix, os mais expressivos que já vi na minha vida. Quando ele me olhava, eu conseguia ver tudo através daquelas orbes escuras.
O primeiro beijo aconteceu em uma época como essa. Era um dia frio, estávamos há uma semana para o natal e seus pais estavam muito apertados financeiramente e não iriam conseguir mandar o dinheiro para que ele fosse para casa. Eu não tinha irmãos, era apenas meu pai e minha mãe e para eles o natal nunca foi um evento, sendo assim ir para casa no fim de ano não era algo de grande importância. Então eu decidi que ficaria ao seu lado, passaríamos a data em nosso dormitório bebendo cerveja barata e assistindo os especiais bregas de natal na TV.
Sasuke teve a brilhante ideia de jogar nossos colchões no chão e assim ficarmos mais confortáveis de frente para a pequena estante que continha no quarto. Nevava muito lá fora e estávamos quase sozinhos no prédio inteiro, a maioria dos alunos já haviam ido para casa. Já passava da meia-noite quando bebemos a última cerveja e eu estava meio alto pela bebida. Em tentativa fracassada de me levantar para ir ao banheiro, de alguma forma que não sei como, eu prendi meu pé em um dos cobertores e cai com tudo. Na espera pelo impacto fechei meus olhos e quando os abri eu estava em cima daquele moreno extremamente atraente.
Tentei me levantar meio desajeitado já pedindo desculpas, mas desastrado como sou e zonzo pelo álcool, acabei deixando minha mão escorregar resultando em um beijo acidental. Sentia os lábios macios e o perfume dele invadindo meu nariz, não resisti e fechei os olhos. A surpresa maior veio quando o senti abrindo a boca me dando passagem para aprofundar o beijo e logo me correspondendo. Naquela noite ficamos pela primeira vez, quando nos separamos olhei em seus olhos e não pude deixar de sorrir. Não transamos, mas nos beijamos por horas enquanto as mãos curiosas faziam seu trabalho, até que o sono nos roubou.
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Eclipse
FanfictionNaruto estava congelando dentro daquele carro, o inverno pesado de Nova York não facilitava e a estação de rádio tocava músicas melodramáticas demais para o seu gosto. Ele estava ali esperando o homem de sua vida sair do trabalho para poderem finalm...