10 de junho, de 1910, casarão, Paranapiacaba.
À noite anterior ainda me perturbara de tal forma que não conseguia tirá lá da cabeça, a todo momento questionava se aquilo era ou não real. Eu continuava ali olhando aquele desenho da criatura, quase que sem para, até que Edgar entra no quarto e diz. - Bom dia, Sr Walker. Foi uma noite longa não é?
Você nem faz ideia. - Respondi rindo e me levantando. - Encontrou algo onten?
Nada, Sr Walker... exceto o fato de não ter olhos, mas o corpo estava todo picado, os olhos seriam só mais um detalhe.- Disse Edgar
Entendo, talvez até o fato de não ter nada, seja algo, depois quero conversar com algumas pessoas aqui. Bom, Olhe isso. - Entreguei a parte do diário que descrevia a noite anterior junto com o desenho. Edgar lia atento e parecia surpreso.
Foi um sonho um tanto quanto assustador, aqui é um lugar que da medo por si só. - Respondeu Edgar.
Sim, tem um ar fantasmagórico. - Lhe disse sorrindo.
Mas porque anotou em seu diário isso, Sr Walker? - Perguntou Edgar
As vezes nos dizem muito. Coisas que acabamos não dando tanta importância... porém, dessa vez acredito que seja somente um pesadelo. Bom, Edgar, preciso que me leve para ver mais do lugar, não pude ver direito na minha chegada.
Claro, Sr. Walker. Não é uma cidade muito grande, antes do meio dia conseguimos voltar.
Perfeito, Edgar. - Eu lhe respondi colocando o diário dentro do meu bolso interno do casaco.
Nós saímos do casarão e descemos pelas escadas formadas por pedras, no caminho Edgar me explicava sobre a econômia do lugar, a exportação de café, pois a Cidade era perto do Porto de Santos, como os senhorios utilizavam de mãos de obra de nativos e negros, como escravos..
Edgar, a abolição da escravatura aqui já fora assinada, não foi? - Perguntei sabendo a resposta.
Sim.. ela é relativamente nova, tem pouco mais de 20 anos. - respondeu Edgar olhando para os trabalhadores. - Segundo os senhorios isso não é escravidão, afinal eles são livres para saírem do emprego e deixarem suas famílias morrerem de fome, não é? E o que seria mais barato do que pessoas que não tem oportunidade para crescer? Eles chamam de trabalho manual, eu chamo de exploração . - Disse Edgar com um certo tom de raiva em sua voz.
Vejo honra e justiça em você, Edgar. Infelizmente o mundo pertence aqueles que acham que sabem mais, mas são totalmente ignorantes ao mundo que está em sua volta. - Respondi
Sabe, Sr Walker. Quero encontrar quem está fazendo Isso, mas ao mesmo tempo não consigo julga-los. Tiraram suas terras e a sua liberdade, pior que tirar essas coisas, é dar a esperança de que um dia você as teve.
No momento em que ouvi aquelas palavras de Edgar, ele me provou ser um homem íntegro, onde seus valores estão acima de tudo, sua ideologia, suas crenças... e mais do que Isso, vi que não concordava com nada que estava acontecendo ali. - Concordo plenamente, Sr Edgar, mas infelizmente não temos poder de mudar isso.
Exato, Sr Walker. - Disse Edgar enquanto andava em minha frente, eu apenas o segui.
Andamos por toda a cidade, os trabalhadores não paravam, estavam sempre indo para cima e para baixo, porém tinha um local que eles ficavam, era no grande teatro da Cidade, parece que enquanto não havia alguma peça, era permitido que ficassem ali, para descansar talvez, ou para iludi los. Enquanto passava por la, todos me olharam, talvez não quisessem mais um intruso em suas terras ou somente estavam olhando. Eu abaixei minha cabeça para cumprimenta los, mas não não se moveram nenhum dedo de sua posição, no entanto não estavam me encarando, pareciam assustados...seus olhares transpareciam o medo e desespero, eram como coelhos fugindo.
Eles não respondem, alguns nem falam... esse periodo é onde há mais demanda de café, mais dinheiro para os ingleses, mais trabalho pra eles. - Indagou Edgar apertando os lábios e mexendo a cabeça de maneira irônica.
Onde eles ficam aqui? - Perguntei a Edgar
Bom, eles ficam em uma espécie de vila pouco depois da floresta, em umas espécies de cabanas improvisadas.- Me respondeu Edgar
E fizeram as cabanas com as árvores em volta?
Exato, mais trabalho. Podem comprar materiais do mesmo lugar que os ingleses, mas eles pagam mais caro, muito mais caro, então eles deram um jeito de fazer. Eles vivem como uma vila pesqueira, estão expostos a qualquer doença e bichos e, a única previdência que eles Tem, é de que seus filhos nao ficaram sem empregos depois de suas mortes. - Edgar mesmo com jeito retraído, falava da Cidade com mais vida do que quando conversava com cordialidades entre os senhorios e eu.
Depois iremos nessa vila, preciso ouvi-los também. - Pedi a Edgar
Claro, Sr Walker. Eles não são hostis, mas não tão simpáticos a presença ingleses.
Mas eu sou meio nativo. - Respondi sorrindo
É, talvez isso faça eles falarem. - Disse Edgar rindo. - Escute, Sr Walker. O que te trouxe para este caso?
Bem... a princípio o caso me chamou atenção devido a dificuldade, um serial Killer em uma floresta, é algo difícil de se acontecer e por ser a cidade natal da minha mãe, ela parecia querer que aceitasse mais do que eu. - Lhe respondi dando um riso. - Eu aprendi muito com ela, sobre a cultura daqui, sobre a língua, como aqui era lindo... ela não estava errada, aqui é aterrorizante, mas é de uma beleza e particularidade inexplicável, é como se a cidade fosse viva.
Acredito que ela ficaria muito feliz em estar aqui também. - Falou Edgar
Ah sim, ela daria tudo pra estar aqui. Bom, quem sabe em uma próxima visita?
Edgar acenou com a cabeça e descemos pela vila. O teatro ficava ainda na parte superior da Cidade, em volta haviam bares, mercearias, lojas e etc. Era uma pequena cidade de fato, Edgar estava me levando para a fabrica que ficava perto da saída dos trens de carga, era como uma casa enorme, tijolos vermelhos, janelas e portas enormes de Madeira e perto da porta estava Sr Willem.
Bom dia, senhores! - Disse Willem gritando e colocando uma mao na cintura e a outra no charuto. Cumprimentou a mim e a Edgar, lhe respondi com um bom dia simpático.- Está conhecendo a cidade, Sr Walker?
Sim, Sr. É um lugar encantador, não tive a oportunidade de conhecer quando cheguei, mas agora atrapalhei um pouco Edgar pra que pudesse conhecer mais.
Claro! Aposto que vai se apaixonar por esse lugar, esses malditos tiveram uma sorte grande de nascer aqui. - Disse Willem olhando para as pessoas que trabalhavam na fabrica. Os trabalhadores passavam rápido, faziam suas funções sem parar, levantam peças, mexiam em máquinas, amassavam outras e havia um homem vestindo uma espécie de roupão, apenas seus olhos apareciam na proteção, era uma especie de grade, ele me olhava com uma frieza indescritível, mantinha o olho em mim enquanto eu o olhava de volta, não piscava, não desviava... até que o Sr Willem bateu no meu ombro e me fez andar adentrando a fabrica, o homem se virou e foi para uma espécie de Câmara.
Venha por aqui, Sr Walker, quero te mostrar uma coisa.
Sim, Sr. É um lugar encantador, não tive a oportunidade de conhecer quando cheguei, mas agora atrapalhei um pouco Edgar pra que pudesse conhecer mais.
Claro! Aposto que vai se apaixonar por esse lugar, esses malditos tiveram uma sorte grande de nascer aqui. - Disse Willem olhando para as pessoas que trabalhavam na fabrica. Os trabalhadores passavam rápido, faziam suas funções sem parar, levantam peças, mexiam em máquinas, amassavam outras e havia um homem vestindo uma espécie de roupão, apenas seus olhos apareciam na proteção, era uma especie de grade, ele me olhava com uma frieza indescritível, mantinha o olho em mim enquanto eu o olhava de volta, não piscava, não desviava... até que o Sr Willem bateu no meu ombro e me fez andar adentrando a fabrica, o homem se virou e foi para uma espécie de Câmara.
Venha por aqui, Sr Walker, quero te mostrar uma coisa.
Willem me levou para fora da fábrica, era um portão de madeira enorme para sair. Ele me levava para o lado esquerdo da fábrica, enquanto falava de quão farto estavam indo os negócios, o quanto iriam lucrar, toda aquela baboseira ecoava em meus ouvidos e eu só conseguia acenar com a cabeça e sorrir, como se me importasse com aquilo, eu tinha um objetivo e eu iria cumpri lo. Willem parou no meio do caminho, pareceu se lembra de algo e disse.
Veja, Sr Walker. Criamos aqui um pequeno espaço pra orações com a nossa senhora. Acho que esta dando sorte, ate os coelhos saem mais. - Disse Willem colocando as mãos na cintura e mostrando o santuário. Era lindo, um pequeno espaço com muitos adornos e a virgem Maria no Centro.
Os trabalhadores oram aqui também? - Lhe perguntei
Alguns sim, mas não é a religião deles. Eles dizem que seus deuses estão acima da nossa compreensão, malditos arrogantes. - Me respondeu Willem. - Mas venha por aqui, irei mostrar uma maravilha tecnológica.
Nos continuamos andando, estávamos ao lado direito dos trens, era lindíssimo, toda a paisagem com as montanhas, o caminho do trem para a Serra, era deslumbrante. Descemos por umas escadas ao lado de paredão de pedra, lá em baixo haviam uns tipos de anos enormes, lampiões na entrada de uma grande porta em que no topo era oval e era dividido em 4 vídros, era uma arquitetura linda e la dentro havia 4 máquinas fixas.
Isso é o que move os funiculares, aqui que tracionam eles. - Disse Willem, mas enquanto dizia isso, percebeu algo estranho, Edgar e eu também percebemos. Os trabalhadores pareciam assustados, soavam e seus olhares estavam inquietos. - O que foi, viram um fantasma?
Os trabalhadores pareciam nervosos, nao conseguiam se controlar, Willem começou a andar perto deles, bem devagar e perguntando o que havia acontecido, ele chegou perto de um desses homens e disse com um tom ameaçador.
Você vai me dizer o que aconteceu, não vai?
Nada senhor. - Respondeu o trabalhador com uma voz trêmula, então Willem o socou no estômago e disse. - Você vai me dizer o que aconteceu?
O homem começou a chorar e insistia em dizer que não tinha acontecido nada, então Willem deu mais um soco, mas neste momento um barulho de água como se alguém pisasse em uma poça soou atrás da entrada da fábrica. Nos 3 olhamos para trás, perto de uma pequena cabana, talvez usada como banheiro, havia um cano e uma entrada, que lembrava um esgoto, Willem olhou para o trabalhador que tinha batido e disse. - Não houve nada, nao é?
Willem correu para ver o que era, havia um homem dentro do esgoto, que rapidamente correu de lá. Willem olhou para um de seus homens que estava na parte de cima e com um tom calma e sombrio pediu ao soldado. - Pegue ele.
O homem correu atrás do trabalhador, enquanto Willem andou em passos acelerados indo em direção aos dois.
Não há pra onde o trabalhador ir, ele vai pega lo e mata lo. - Disse Edgar.
Eu o olhei e sabia que deveria correr. - Droga!
Corremos seguindo os dois homens, Edgar conhecia o lugar como se fosse a palma da sua mão, entramos nas florestas pouco antes do fim da planície onde estávamos, era perigoso, qualquer erro poderíamos cair na Serra. O trabalhador era rápido, não temia a nada, porém chegou no limite, não tinha mais pra onde correr. O soldado apontou uma pistola para ele e pediu que recuasse. O homem assustado mexeu a cabeça que não, o mesmo estava com algo que assemelhava se a uma faca caseira e chorando disse
Eu so quero ir embora...
O soldado parecia nao gostar da situação tanto quanto nos, tentávamos acalma lo, parecia que iria se matar, chegou mais perto da Ponta... ele iria pular, não tinha o que fazermos. O soldado gritou para que saísse da Ponta. Willem chegou também e disse. - Saia dai, filho. Não vai querer pular dai. - O homem chorava e temia, era uma cena triste, a angústia daquela pessoa era assustadora. Em um descuido do soldado, o homem o segurou colocando a faca em seu pescoço.
Eu só quero ir embora, não quero machuca lo, por favor. - O homem repetia várias vezes segurando a faca em um ponto vital, um arranhão e ele sangraria até a morte.
Escute, você pode ir embora, não precisa disso não é? Fique calmo, somos amigos, não queremos que morra. - Disse Willem tentando acalma lo.
Não precisa disso, não precisa. É só voltar, Willem garante que você poderá sair, não é Sr Willem? - Perguntou Edgar.
Claro, tem a minha palavra.
O homem soluçando começou a se acalmar e soltar o soldado, ele se ajoelhou chorando.
Isso filho, sai de perto dele soldado e pegue sua arma. - Disse Willem chegando próximo do homem, o soldado pegou a arma e parecia assustado também. - pronto, esta calmo agora? - Perguntou o Willem.
O homem assentiu. Eu e Edgar respiramos fundo aliviados, chegamos mais perto, Willem gargalhava, ate que pegou a arma da mão do soldado e atirou na cabeça do homem.
Oh meu Deus. - Exclamou o soldado.
Eu me assustei com aquilo e corri em direção de Willem, mas ele disparou na cabeça do soldado também, ambos cairam da serra. O segurei pelo casaco e disse.
Que porra você está fazendo, seu lunático?
Eu mando aqui, Sr Walker. Quero que se lembre disso. Ele teve pena de um fugitivo.
Você é um monstro.
Não, eu fui justo. - Me respondeu
Ele tirou minhas mãos do casaco e disse. - Droga, sujou o meu casaco. - Jogou a arma na Serra e saiu.
Edgar olhava com um ódio descomunal. Edgar fechará os olhos e cerrou os punhos, eu cerrei os olhos e soltei meus punhos. – Vamos Edgar, acho que já vi demais.
- Sim, senhor Walker. – Me respondeu Edgar.
Saímos do final da Serra e fizemos o mesmo caminho que tínhamos passado. Os trabalhadores ainda estavam lá, mas os olhares haviam mudado, tinha mais ódio neles.
Caminhávamos até o casarão, mas Edgar mantinha seu silêncio. O que tinhamos visto era repugnante e sei que já viu isso antes.
O que aconteceu foi desumano. – Disse a Edgar
Acredite, nessa temporada vai ser comum. As safras aumentam, o trabalho aumenta e você sabe... – Me respondeu Edgar sem olhar para trás. Ele mantinha passos rápidos, a cabeça olhava para o céu e para o chão a todo tempo.
Vivemos em um período obscuro, senhor Edgar.
Sempre vivemos nesse período, é do nosso caráter. – Me respondeu Edgar.
Infelizmente sim.. – Concordei.
Subimos de volta para o casarão, hoje sem nenhuma, mas com uma certeza, se foram realmente os nativos, seu ódio reflete o mundo em que vivem. No entanto, a forma que matam, parecia seguir um padrão e isso se assemelha mais a uma seita do que um crime por ódio.
Edgar parecia cansado, olhava para fora disperso e sem piscar.
Parece que estamos ajudando os vilões não é? – Disse Edgar.
De fato não parece que estamos ajudando pessoas boas, mas o que é certo e errado? – Respondi.
É complicado, mas a crueldade com que as pessoas daqui são tratadas, isso é desumano e com certeza não é correto.
E estamos ajudando quem faz isso a encontra – los, pessoas que sofrem com esse tipo de tratamento, logo, somos os vilões também. É isso que esta pensando? – Perguntei a Edgar.
Sim.. Mas, é como disse, isso é uma consequência, porque fazer o mesmo seria errado? – Edgar me pareceu certo do que dizia e por um momento concordei com ele, não titubeou ao dizer aquilo.
Acredito que o certo e errado esteja preso a dogmas, alguma moralidade para que possa controlar pessoas. Acredito que o que exista, seja a empatia em relação a diferentes visõe. O certo, o errado, o feio, o bonito, tudo cabe se a cada um, dentro, é claro, do âmbito humano. Não podemos julgar e definir o destino de alguém. – Respondi a Edgar.
Mas somos detetives. – Indagou Edgar
Mas não juízes. Infelizmente eles vão julgar o que será melhor e o máximo que podemos fazer é não permitir que selvagerias como essas ocorram. O mundo não é perfeito, nem um conto de fadas. Vivemos tempos estranhos, onde a maior preocupação é com mais tecnologias para corridas armamentistas tolas, novamente, para e simplesmente para, controlar a moral de cada um.
Isso deveria ser controlado, barbáries como essas não poderiam fica impunes. – Disse Edgar aparentando estar com raiva.
Concordo, Edgar, mas somos nós dois contra eles, que são donos desse lugar. Não temos poder, nem força para denúncia – los. Fomos chamados aqui para fazer o trabalho e somente para isso, eu sinto muito.
Edgar respirou fundo e concordou. Acredito que não por eu estar certo, mas que não iria me convencer. Subimos e entramos no casarão. As empregadas vieram pegar nossos casacos, mas Edgar recusou educadamente.
Após entrarmos no quarto sentei me na cama e tirei minha bota. Eu estava extremamente cansado e precisava de um banho para recompor todas as minhas energias, afinal, o dia não foi dos mais leves. Pedi para que preparassem a banheira e enquanto preparavam, eu colocava todas as minhas anotações em ordem. A empregada de Willem entrou no quarto para avisar que o banho estava pronto.
O banheiro era cinza, um pouco fora do padrão de Londres. O casarão era de madeira, por fora a cor se assemelhava mais ao marrom, mas dentro havia cores do cinza ao branco, assim como no banheiro. As madeiras da parede na horizontal aumentava a sensação de isolamento e vazio. O cinza me engolia, era um sentimento estranho que só me sentia seguro na Luz amarelada do candelabro. Me sentei na banheira e coloquei todo meu corpo na água. Com as mãos segurando na borda da banheira eu encostei minha nuca na água e enquanto encostava foi como se trouxesse memórias daquele terrível dia. O homem com a roupa para solda me olhando, tomou minha mente e entrei em transe. O olhar daquele homem parecia desesperador na minha cabeça, eles tremiam e lacrimejavam, era como se seu rosto estivesse paralisado e somente seus olhos pudessem demonstrar o que estava sentindo. De repente seus olhos começaram a mudar, sua pupila começou a se desmanchar e parecia ter alguma espécie de verme andando dentro, quando me dei conta, o rosto do homem havia sumido, a criatura que tinha visto na floresta aquele dia...e novamente estava sorrindo para mim, ele abriu a boca, mas sai do meu transe quando me assustei com batidas na porta.
-Quem é?. – Perguntei em voz alta, mas ninguém respondeu. – Tem alguém ai? – Insisti, mas sem resposta. Voltei para o meu banho, mas bateram de novo e me dei conta de que não era na porta. Estavam batendo do lado de fora na madeira. Bateram duas vezes e então eu coloquei o ouvido na parede para que pudesse ouvir se realmente era o que eu estava pensando, quando encostei na parede, ouvi um grunhido que me fez estremecer. Sai de perto da parede e encostado na banheira vi o candelabro ir mudando de cor, o amarelo deu lugar a um vermelho sangue muito forte, todo o ambiente cinza agora estava escuro e tomado pelo rubido das chamas. A água da banheira agora era de cor escarlate e assustado me levantei.
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Homens sábios não possuem olhos
HorrorUm detetive é chamado para investigar um caso de revolta de moradores em uma vila. Porém no decorrer do caso, ele se vê em meio a algo muito mais complexo que a revolta, levando sua moralidade e sua sanidade ao extremo.