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O dinheiro, dificilmente pode ser a solução de todas as coisas, mas em diversos casos, é possível que haja uma solução exemplar através do mesmo. De acordo com o químico holandês Paul Crutzen, o criador do conceito de Antropoceno, que diz que o homem tomou consciência sobre sua influência e força geológica a moldar a paisagem global e a evolução do planeta terra, apresenta-se uma solução gradual, com uso efetivo do dinheiro disposto para o desmatamento e espécies da Amazônia.
A Amazônia, como patrimônio natural da humanidade, deve ser protegida, pois, segundo o relatório da Assessment of the Risk of Amazon Dieback feito pelo Banco Mundial, cerca de 75% da floresta podem ser perdidos até 2025.  Em 2075, podendo permanecer apenas 5% de florestas no leste da Amazônia. Segundo Pablo Neruda, "O ser humano é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências", e a cada dia que se passa, a ação antrópica afeta mais o território, que reage na mesma intensidade contra próprio agente.
       O Brasil é um país indescritível, com diversas riquezas e belezas, sendo dono de uma das sete maravilhas do mundo, o Cristo Redentor, de praias paradisíacas, dentre outros destinos turísticos, que incluem a Amazônia, com sete milhões de quilômetros quadrados, de cinco milhões cobertos pela maior floresta tropical do mundo, com sua esplêndida fauna e flora.  Entretanto, a valorização dos ambientes naturais brasileiros tem sido falha, desde antes da colonização portuguesa gerando desmatamentos e ações prejudiciais à mata. Uma biossistema que abriga cerca de 15% de todas as espécies de plantas e animais conhecidos no planeta que vem sendo facilmente aniquilado, resultando de 1.173 espécies de animais ameaçados de extinção.
  A Amazônia teve 70% de áreas anteriormente florestadas transformadas em pastagem, o que aumentou a degradação de 415.000 para 587.000 quilômetros quadrados entre 1991 e 2000. Além das construções de fazenda e práticas agrícolas que causam danos ao meio ambiente.  O desmatamento se faz prejudicial às espécies de animais, que tem o seu habitat natural arruinado, levando espécies raras como arara-azul-de-lear, diversas espécies de picapau, abelhas, dentre outras centenas de famílias. O desmatamento extingue as espécies que precisam de um modo de vida especifico, permanecem apenas das espécies generalistas. Isso altera a paisagem, causando uma homogeneização de genes. 
  Contudo, é possível reverter o débito com a natureza por diminuir a degradação das florestas, o que consequentemente, reduz o aniquilamento de animais. A instalação de fazendas agropecuárias, exploração de minérios e de madeiras são responsáveis por grande parte do desmatamento. Sendo assim, propõe-se que sejam criadas Áreas de Proteção Ambientais e reservas de fauna, as quais abrangeriam áreas maiores e com regulamento penal, seguindo código florestal, impedindo qualquer tipo de ação prejudicial ao meio ambiente, que começariam com parte do dinheiro, que serviria para comprar algumas áreas de fazendeiros, tornando-as Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN), que teriam enfoque em conservação da diversidade biológica, proteção de recursos hídricos, ecoturismo, dentre outros.
  Outra medida, seria a criação programas para a luta pela preservação das espécies, que compreenderiam na criação de ninhos artificiais para as aves, em processo de extinção, e o monitoramento da alimentação, comportamento, e reprodução dos animais. Como é retratado no filme “Rio”, além do desmatamento, o contrabando tem a sua parcela de contribuição no desaparecimento de espécies.
  Após o monitoramento dos animais em extinção, e de sua reprodução, faz-se necessário o acompanhamento dos filhotes, com pesagem, para controle de espécies e exames laboratoriais, com mantidos com adoções a distância, os quais funcionariam com uma doação de recursos financeiros para cuidados dos animais (não somente da arara) até que eles atingissem a autonomia para sobreviverem sozinhos na natureza. Uma Organização Não Governamental (ONG) receberia um investimento inicial de parte do dinheiro para a manutenção e preservação das características genéticas afetadas pelas atividades degenerativas exercidas naquela área. Os animais permaneceriam livres, mas seriam monitorados por seus pseudo donos. 
  Essas reservas objetivam também diminuir o desmatamento, consequentemente a extinção e a utilização da mão de obra escrava, a valorização destas áreas através do ecoturismo, e possivelmente, agregaria ainda a conscientização e sensibilização sobre a importância da mata que abrange territórios de nove países, dentre eles o Brasil, que detém sua maior parte (60%). O índice de extinção das espécies presumivelmente diminuiria, e receberia maiores cuidados, além de viverem ao ar livre. Assim, muitas espécies receberiam maiores cuidados, além de viverem em liberdade no seu habitat natural, o que, presumidamente, diminuiria o índice de extinção das mesmas.

Letícia Sampaio Galama

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