Todos os dias passamos por situações que nos deixam sem respostas do porque? e sempre temos escolhas pra fazer, não são as situações que definem nosso destino mas as escolhas que fazemos diante delas
Quando Yuri me chamou pra ir pra igreja pensei em dizer não e pronto! mas eu sei que vou me casar com alguém que tem suas crenças e não posso também negar que foi algo realmente impressionante o que aconteceu com Ricardo, apesar de não ter essa fé eu serie grata pelo que Deus fez por meu irmão e se cresse nele faria de tudo pra recompensar ou agradecer, naquela manhã quando chegamos na igreja eu me senti meio deslocada, algumas pessoas me olhavam com raiva por achar que foi minha culpa o incêndio da igreja, estava pensando seriamente em me levantar e ir embora quando Yuri segurou minha mão
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Me senti mais segura e acabei ficando pra assistir a reunião, eu geralmente entro na igreja apenas em casamentos ou funerais, achei que seria o pastor maluco que faria mas foi outro pastor, me impactou o que disse antes de iniciar seu sermão, a forma como iniciou sem abrir a bíblia me deixou curiosa pra saber a tal história que iria contar
Pastor Itan: muitos pela vida a fora não crer em Deus, outros o culpam por suas marzelas, mas eu te digo que o descrente muitas vezes passa a crer por ver um milagre, mas o que tem mágoa esse é um pouco mais complicado, isso porque perdoar não depende de Deus mas da própria pessoa, não se trata de sentir mas de fazer o que é certo, de querer se livrar de um peso que apenas a pessoa magoada carrega, meus pais eram servos de Deus e a história deles era típica de um conto de fadas, me lembro de ouvir todos os domingos ele falar de como Deus tem sua própria forma de trabalhar na vida de cada ser humano, um dia eu vi todo meu castelo e conto de fadas acabar quando eles sofreram um acidente de avião e morrer, foi o fim pra mim e quando eu enterrei eles, enterrei ali também meus sonhos e meu coração porque uma parte de mim morreu com eles, fiquei tão decepcionado com Deus que aquilo se transformou em um ódio mortal, eu senti dentro de mim uma dor constante que apenas aumentava com o tempo, me tornei uma pessoa amargurada, fria e calculista com sede de vingança, a única pessoa que estava sempre ao meu lado era meu fiel amigo e escudeiro Evan, as lembrança que eu tinha na casa de meu tio me corroíam por dentro e a forma de me esconder daquela dor era saindo nas noites a fora e enchendo a cara, discutíamos todos os dias e não era por não gostar dele mas por ver nele a vida de meus pais, acabei indo morar com meu avô, um cara que era ateu que se converteu ao evangelho através de minha mãe, mas isso é uma outra história, foi justamente quando fui morara com ele que conheci Angel, quando a vi pela janela gostei dela de cara, mas quando soube quer era crente me enfureci e foi ali que surgiu a ideia de me vingar de Deus, meu pai dizia que Deus ama o seu povo e sofre ao ver seu sofrimento, na minha cabeça seria a forma de fazer ele sofrer causando o sofrimento dela, eu fiz coisas muito más e injustiças também, no momento em que a via chorar me sentia satisfeito mas depois me sentia ainda mais infeliz, isso porque eu tinha a ilusão que muitos tem, de que quando me vingasse me sentiria melhor e a dor passaria, mas é um engano, a vingança não faz nada mais que fazer o outro que nos feriu e nos machucou sentir alguma dor, mas não muda nada em nossa vida, a impressão de justiça não acaba com a dor que sentimos, ela ainda permanece lá e aumenta a cada dia e sem explicação nos faz sentir ainda piores, porque ao nos olhamos no espelho vemos uma pessoa que não queremos ser, eu estava tão cego e perdido em minhas mágoas e dores que não conseguia enxergar que Deus ainda tinha um plano pra mim, que ele queria restituir minha vida e me dar uma família, me fazer feliz, só que nem sempre queremos o que é bom pra nós e escolhemos sempre o caminho mais difícil e longo pra caminhar
Aquelas palavras prenderam minha atenção de tal forma que era como se eu estivesse me vendo através de sua história, muita coisa que dizia era o que eu sentia mas não tinha coragem de contar a ninguém
