Capítulo 3.

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As lágrimas escorriam lenta e discretamente pelas bochechas de ambos os rapazes, que sentavam lado a lado. Os dois tinham os rostos virados para lados opostos, tentando esconder um do outro a angustia que eles sentiam. Cada um tinha um motivo diferente para estar chorando. Eles queriam perguntar um ao outro o que havia causado aquela tristeza, mas não conseguiam.

Já tinham conversado várias vezes, havia alguns meses que tinham se conhecido, e tinham se tornado bons amigos, até. Ah, como Hongseok queria conseguir consolar o mais velho, mas não conseguia nem mesmo consolar a si mesmo. Estava péssimo.

Os olhos pequenos do Yang dirigiram-se ao de cabelos claros, e as lágrimas passaram a escorrer mais ainda ao ver o outro chorar. Em um ato de coragem, segurou a mão do mais baixo, abaixando a cabeça. Os dedos finos do menor apertaram os seus, entrelaçando-os devagar. Os casacos idênticos continuavam a ser usados por ambos, mas, naquele dia, o Jo usava um casaco preto. O vento entrava pela janela, bagunçava os cabelos dos rapazes e se espalhava pelo ônibus, tocando a pele de todos os poucos passageiros. A lua não era visível no céu, nem as estrelas. A chuva iniciava timidamente, começando a molhar as calçadas lentamente. Não disseram nada o caminho todo, até que os dois precisaram descer.

Desciam no mesmo ponto, mas iam para lados contrários. Abriram seus guarda-chuvas, seguindo, cada um, seu caminho. A rua estava vazia, e, em um momento, sem motivo, o moreno parou, afastando um pouco o guarda-chuva para olhar o céu. Estava se molhando, mas não se importava. Deixou que as lágrimas se misturassem às gotas da chuva, sem se importar com mais nada.

Hongseok se sentia cansado, desesperado e perdido, queria que aquilo não fosse verdade.

Querianão saber que poderia morrer.    

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