O Naufrágio

Capítulo II

-Lua, Luana queria acorda. - Sinto alguém cutucar meu braço esquerdo

- Ja acordei - Digo ainda com os olhos fechados.

- Tudo bem, vou esperar você na cozinha. - Berta diz enquanto sai do quarto

Aos poucos abro os meus olhos, pego o meu celular e vejo que são 06:30 da manhã, esse povo acorda cedo. Aos poucos sou lembrada dos acontecimentos da noite passada, aquela conversa tenebrosa que ouvi entre os dois.

Me levanto e vou direto para o pequeno banheiro que havia no quarto, pego minha nécessaire com as coisas da minha higiene, escovo os dentes e guardo devolta. Coloco um vestidinho solto e florido dessa vez, acho que acabei colocando roupa demais nessa mochila.

Vou até a cozinha e vejo Berta em plena atividade.

- Bom dia Berta - Digo quando chego

- Bom dia Lua, já estou adiantando as coisas para o café já que hoje eles vão a tal Cachoeira e vão passar a tarde por lá.

- E em que eu posso ajudar? - Pergunto

- Você poderia começar passando um pano no chao da sala, na que tem aqueles sofás grandes? Eu vi que ontem fizeram uma bagunça! - Além de tudo são porcos.

- Vou sim Berta, é pra já - Saio em busca dos materiais de limpeza que ficam na parte mais baixa do iate.

Desço e pego tudo o que iria precisar, vou para a tal sala e chegando lá a encontro vazia. Menos mal.

Começo tirando pó, arrastando os móveis e passando pano, fica suada por conta do calor de matar que está nesse lugar.
Terminando vou levar as coisas de volta para a área de serviço, no caminho encontro com uma mulher, já de meia idade e cabelos loiros platinado, adornados por um chapel e óculos escuros.

- Bom dia mocinha - Ela diz sem muita vontade, olho bem para ela e me recordo seu nome, Íris, mãe do Vicente..

- Bom dia - Digo apenas, meu humor com essa família está dos piores

- Queridinha, sei que não tenho nada haver com isso mas.. bem é que isso aqui é um barco não é, tudo o que faz afeta a todos então será que você poderia por gentileza cuidar de sua higiene com mais cuidado? - Não estou acreditando - Esta suada como uma porca a essa hora da manhã. - Ela termina de falar e se abana com um leque rosa.

Realmente família maldita.

- Tem razão, não tem nada haver com a senhora. Mas creio que deva responder por educação apenas, isso é suor sim, de uma pessoa que trabalha honestamente e não passa o dia inteiro de pernas pro ar como umas e outras, e todo esse suor é por conta da limpeza que fiz naquela sala, onde os verdadeiros porcos fizeram um chiqueiro.

- Como ousa! - Ela comeca a dizer - Quem você pensa que é para...

- Posso saber o que está acontecendo aqui? - A pirua é interrompida pelo senhor Roger.

- Não é nada, seu Roger , estamos conversando apenas não é mesmo? - Ela me encara.

- Sim, conversando - Apenas penso no meu pagamento para não falar nada.

- Não foi o que me pareceu, se ela disse algo que lhe ofendeu pode me dizer Luana, conheço bem a peça - Seu Roger se vira para mim.

Mas antes que eu possa abrir minha boca, a pirua velha se manifesta.

- Assim quem me ofende é você seu Roger, muito pelo contrário eu estava aqui convidando a.. a... Luane para nos acompanhar no passeio de hoje não é Luane - A olho com uma sobrancelha erguida.