lembranças

36 4 0
                                    

     Estava no quarto rosa, percebi uma janela alta, "sera que?", tentei olhar atraves dela, mas era alto de mais, então peguei o puff (também rosa), coloquei apoiado na parede e subi com cuidado, ela era pequena, e impossivel de escapar por ela. "Decepcionante janelinha"

   Quando fui descer no puff olhei para cima através da janelinha inutil e vi o belo e celeste céu estrelado, me fazendo subir novamente no puff para me sentir mais perto das estrelas, algo ilusorio, mas que fazia eu pensar na minha mãe.

  Eu estava na varanda observando as estrelas, ate que percebo alguém tocando minha cabeça de um jeito recortante.

_O que esta fazendo minha pimpolha?- Pergunta minha mãe com sua doce voz suave.

_Só apreciando as estrelas, mãe...são tantas.

_Quer uma só para você, meu amor?

_Eu posso ter uma só para mim?- Perguntei surpresa e com certa ingenuidade.

_Claro, você pode ter tudo que quiser, meu anjo. Vamos, escolhe uma.

Olhei para aquele enorme céu em cima das nossas cabeças e procurei a que mais me chamasse a atenção. Até que olho uma que parecia olhar para mim também, ela brilhava tanto, o brilho dela deixava as outras sem cores, "sera que as outras tem inveja dela?".

_Mãe, quero aquela, a que brilha tanto que pode ate me cegar se eu não olhar com oculos escuros!

Minha mãe riu um pouco deixando de resquisio um sorriso que achei brilhar mais que a estrela que dizia ser minha.

_Mãe, qual a sua estrela?-Perguntei com uma curiosidade verdadeira.

_A minha estrela é você, meu pimpolho.

         Quando percebi que ainda encara o céu estrelado senti uma lagrima escorrer pela minha bochecha ate meu labios, senti o gosto salgado, a tristeza e a saudade me correr por dentro me fazendo voltar pra cama e chorar com o rosto no travesseiro. "Como sera que ela esta, senti minha falta"?

     Eu estava com medo. Queria saber o motivo de eu estar ali, ate que escuto gritos de alguma mulher, foi os gritos mais desesperadores que eu ja escutei na minha vida, os gritos estavam se aproximando da porta, sento na cama e abraço meus joelhos esperando alguma coisa.

A porta abre com muita violência e Rick empurra com muita brutalidade uma mulher jovem que estava inchada de chorar  e clamando por socorro.

_CALA A PORRA DA BOCA, CARALHO!- ele da um tapa na cara da jovem, conseguia ver o desespero nos olhos azuis dela- Fica aqui com a pirralha, se fizer alguma gracinha tu vai se arrepender, mesmo nao tendo muita coisa para fazer- ele riu e bateu a porta o muita força.

Quando escutamos a porta ser trancada a jovem moça correu ate ela e tentou uma tentativa falha de abrir. Foi um gesto sem sentido, mas entendo que o medo não faz as pessoas raciocinarem.

Ate que ela reparou que não estava sozinha no quarto.


A garota que ouvia as ultimas palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora