Abro meus olhos lentamente, tentando me acostumar com a luz que vinha da pequena fresta da janela. Meu corpo todo fica cansado, só de eu pensar em levantar e ter que ir aturar aquele lugar tóxico, vulgo faculdade. Levanto-me sentando na cama, e levando a mão até meus olhos para tirar as sujeirinhas que se grudavam ali durante a noite, um bocejo longo sai de minha boca enquanto faço tal trabalho. Junto todas as forças que habitam em mim -que não são muitas- e vou em direção ao banheiro para fazer minhas higienes matinais, solto um suspiro alto ao lembrar que eu mesma teria que fazer meu café, já que não morava com minha mãe desde que comecei a faculdade. Já vai fazer dois anos. As vezes eu sentia falta deles, pois não os via a algum tempo, mas não havia como. Eu estava sempre atolada por trabalhos e livros, sem contar as provas, meu tempo é todo consumido pelo lugar em que eu fico quatro horas por dia. Me conformando que não tenho ninguém para fazer o café para mim, termino de me arrumar e rumo para a cozinha para fazer algumas torradas e um café preto para me deixar bem acordada durante a manhã.
Depois de fazer minha refeição, pego um caderno que estava em cima da cômoda ao lado da minha cama, e uma caneta. Tranco meu apartamento e jogo a chave em algum lugar dentro de minha mochila, entro no elevador e vejo que havia alguns vizinhos por ali, cumprimento todos com um leve aceno, e me posiciono mais a frente para descer.O elevador chega no Hall de entrada, e então eu me dirijo para a calçada onde minha moto me aguarda, na vaga escolhida por mim. Coloco meu capacete que estava no compartimento da moto, e rumo à faculdade, que eu teria que aguentar por algumas horas.[...]
O dia foi extremamente exaustivo para mim. Depois da faculdade fui direto para o trabalho, aonde eu era garçonete e tinha que aguentar uns caras babacas que apareciam ali de vez em quando, apenas para me azucrinarem.
*Flashback on*
_Ao ver aquele grupo de garotos passarem pela porta da lanchonete, suspiro alta controlando a vontade de sair dali e socar a cara de todos eles, principalmente a do Brandon. Um badboy mimado da cidade, como seus pais praticamente controlavam tudo por aqui, ele achava que tinha poder sobre algo também. Fecho meus olhos e sinto uma mão em meu ombro, suspiro aliviada ao abrir os olhos e ver apenas uma figura loura ali. Steven.
Meu colega de trabalho, melhor amigo e um verdadeiro deus grego.Vejo Brandon erguer a mão e me chamar para atendê-los. Me aproximo já preparando minha paciência, Brandon se vira pra mim com um sorriso debochado.
- Bem vindos, o que vão querer? - Indago a eles, vendo os mesmos se olharem.
-Você, gatinha - Brandon responde por todos. E logo vira para eles para rirem igual a idiotas. - Pra viagem.
- Quatro expressos então? - Pergunto a eles novamente, e me retiro dali despreocupadamente.
Chego perto do balcão e falo para Steven que são 4 expressos, enquanto me sento para aguardar os cafés ficarem prontos. Alguns minutos depois, Steven me entrega as bebidas, e então me dirijo a mesa dos quarteto, deixando os cafés ali e me retirando logo em seguida para não ter que aguentar comentários escrotos.
*Flashback of*
Reviro meus olhos e bufo ao lembrar que tenho que aguentar esse encosto amanhã também. Mas espera, amanhã é sábado!
Ergo as mãos para o céu agradecendo aos deuses por eu ter, pelo menos, dois dias longe daquele moreno idiota. Viro-me para Steven que estava fechando a loja, e encontro ele me encarrando com uma expressão engraçada, dou risada e me despeço dele, colocando meu capacete e ligando a moto..
Chego em casa exausta, e precisando urgentemente de um banho quente e demorado, na minha pequena porém confortável banheira. Tranco a porta, e logo que me viro para ir ao meu quarto, ouço a campainha tocar fazendo-me dar um pulo de susto. Abro a porta com certo receio, porém não vejo ninguém ali, dou de ombros estranhando o que havia acabado de acontecer, porém prefiro crer que foi uma criança descobrindo o mundo das pegadinhas. Vou para meu quarto e tiro minha blusa, deixando-a sobre a cama mesmo, pego minha toalha de banho que eu havia estendido sobre o espelho de minha penteadeira e vou para o banheiro que havia em meu quarto, coloco a banheira para encher e, mesmo de sutiã, vou para a cozinha fazer um sanduíche para comer enquanto me banho.
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O bicho-papão vai te pegar
Historia CortaEra uma noite chuvosa e Verônica mexia em seu celular, como costumava fazer antes de dormir. De repente sente um puxão em seu pé, fazendo-a recuar alguns instantes e logo depois olhar em baixo da cama. No momento em que viu o que era, soube que aque...