I dont understand

42 4 13
                                    


*Δ DRΣΔM*

Ah... Acordei de novo, por que sempre esse horário mesmo? 04:30 da manhã, o que ele tem de tão especial? Ah... não importa. Acordar de um sonambulismo onde meu próprio corpo queria me matar não é uma coisa tão normal, vocês diriam. Mas pra mim é a coisa mais normal do mundo.

A noite estava fria e eu como sempre, saí do pé da escada, onde provavelmente ia pular, e fui em direção ao corredor largo onde tinha minha grande janela e... a lua... ah, a lua... sabe, ela é minha companheira desde que me mudei pra cá. Podem até dizer que não é grande coisa, mas pra mim é tão especial quanto um nascimento,ou alguma coisa do tipo. A admirava de uma forma inexplicável. Estava distraído até sentir uma presença junto a minha em companhia. Ele de novo, por que só não me deixava em paz?

- Acordou de novo, Kim? - Aquela voz... Sempre me cedia a ela. Me virei bruscamente até o ver encostado em uma das paredes e caminhar até mim lentamente - Insônia?

- Talvez seja... - suspirei, voltando a admirar a lua - Por que sempre aparece essas horas?

- Porque você sempre precisa de mim. - Sentia ele quase grudado em minhas costas e sua respiração em minha nuca.

- Não fale como se eu fosse dependente de você. - Cruzei os braços pelo vento gelado que bateu contra mim pela janela estar aberta.

- E não é? - Sorriu ladino beijando minha nuca - Sempre precisa de mim.

- Vou voltar a dormir... - Antes que sequer desse um passo ele me puxou pela cintura me fazendo chocar contra ele com nossas respirações se encontrando uma com a outra - O que está fazendo?

- O que sempre faço com você...

Olhei em seus olhos. Eram os mais peculiares e ao mesmo tempo os mais bonitos que já vi. Era uma mistura cinza com violeta que de vez em quando mudavam pra sua cor natural, castanho. Minha mente dizia que não era real, que ele não passava de uma fantasia. Mas seu toque, seu calor, seu cheiro e... seus lábios. Ouvia a vozes em minha cabeça gritarem em um pleno desespero, e parecia que só minha mente reagia, mas meu corpo por outro lado...

- Devia parar de ouvir sua mente e confiar mais em mim. - Sussurrou em meu ouvido e ficou bem perto de sua boca. Chegou tão perto que parecia que iria, por um instante apenas, selar nossos lábios.

- E-eu... confio. - Não estava prestado mais atenção em nada a não ser sua boca.

- Você não pode mentir pra mim. - Me segurou mais forte contra ele e se dirigiu até meu pescoço começando a dar selares e me empurrar contra a parede me fazendo sentir desejo. "Não é real", minha mente continuava dizer.

- N-não... não estou... - Minha voz já saia em sussurros. Estava aproveitando aquilo demais.

- Mentiroso, até mais...Kim - Sinto ele desaparecendo em minhas mãos assim como surgiu. O filho da puta sempre fazia isso, me deixava com desejo e acreditando que era real pra eu acabar louco e entrar em uma crise existencial logo em seguida. Toco em meu pescoço. Se ele me marcou ali iria ficar aparente. Corri até o banheiro quase caindo no meio do corredor e acendo as luzes procurando algum tipo de marca na esperança que tivesse alguma coisa ali. Nada... não havia nada. Quando eu ia parar de ser assim? A frustração veio a tona, assim como o ódio.

- Por que... por que só não me diz de uma vez quem é você? - Sussurro, segurando as lágrimas - EU JÁ TÔ CANSADO! CANSADO DE TUDO O QUE ESTÁ FAZENDO! CANSADO DE VOCÊ! - Minha raiva estava crescendo e com isso a falta de senso e sanidade em minha mente.

Só percebi que tinha quebrado o espelho quando minha mão estava sangrando e as lágrimas estavam correndo em meu rosto. Não restava mais nada a fazer do que deitar e pedir a alguma santidade ou divindade que não tivesse a falta de sono. Voltei a me deitar segurando o medalhão. Era lindo, uma pequenina rosa que me foi entregue quando ainda era um bebê. O sono voltou...

A DREAMOnde histórias criam vida. Descubra agora