Primeiro dia de experimento
Sallen adentrou a sala em que todos os garotos se encontravam, seus rostos pálidos mostram o quanto estavam exausto de tudo aquilo, mas um deles parecia cada vez pior, o único que não parava de resistir, de gritar, tentar de alguma forma se soltar e fugir, Do Kyungsoo. Ele estava apavorado, nunca na vida o puseram no lugar de presa, era normal suas torturas com os outros, mas agora... Ele só queria fugir. Kim Jongin berrava, gritava, implorava para que ele se acalmasse nada disso adiantava as algemas já marcavam seu pulso em um tom avermelhado, seus pés também foram presos, era o único de todos que tinha sedativos aplicados na veia quase todos os dias. O cientista se sentou ao lado dele, passou a mão pelo braço do rapaz, suas veias sobressalentes estavam em coloração forte devido ao medicamento, metade do seu braço tinha marcas do liquido azul correndo em suas veias.
-Do Kyungsoo, experimento 88 será o primeiro.
Ele avisou para as mulheres em sua volta que logo se prepararam para desamarrar o garoto que se debatia como um peixe fora d'água.
-Me soltem! Me larguem! Não quero que encostem em mim, me larguem, eu não quero que encostem em mim!!
Seus gritos ecoavam pela sala, Baekhyun chegou a tampar os ouvidos com os travesseiros, não por desdém, mas não queria ver seu amigo daquele jeito, ver Do Kyungsoo, a máquina de matar agindo assim, era enlouquecedor, nem mesmo Kris se atrevia a olhar, apenas um deles pode dizer algo, o que mais o amava em todo o grupo.
-Eu quero trocar... Eu quero ser o experimento 88, eu vou sem lutar, eu ajudo vocês, se vocês deixarem ele em paz, por favor... Por favor, o soltem.
Kim disse em bom som, mas não agressivamente, ele estava tão desesperado quanto o outro, mas suas formas de demonstrarem isso eram muito opostas, Jongin faria de tudo para aliviar o sofrimento de seu amado, desde dividir seu último pedaço de frango, até dar a vida.
Aplicaram um novo tranqüilizante em Do e o puseram na cama, retirando o número 88 de seu colarinho e invertendo ao do Kim, mesmo inconsciente as lagrimas caiam do rosto do mais velho, ele não podia falar, mas Kim entendeu que era uma declaração de amor.
[...]
- Senhor Kim, muito obrigado por colaborar conosco, isso vai nos ajudar muito, faça seu parceiro entender isso, para que coisas piores não aconteçam. Assim ninguém se machuca hm?
Sallen disse tudo em uma simpatia tão grande que se fosse a outro momento o confundiriam com um senhor muito bondoso. Ele colocou pequenos adesivos ligados a fios que levavam a um tipo de aparelho, como um computador, seu sorriso era tão grande e satisfeito que parecia já ver seu plano triunfar, introduziu no pescoço de Jongin uma mistura de elementos alucinógenos, era uma quantidade pequena, mas vários elementos.
-Querido Kim, você é provavelmente o primeiro homem do espaço a sentir a sensação de diversos alucinógenos de uma só vez, não acha incrível?Dietalamida do ácido lisérgico, Ayahusca, cogumelos, peitoes, salvia, ecstasy, a famosa e medicinal maconha e um presentinho feito especialmente pra você, eu acho de Kai, assim como o garoto te chamava, você se lembra? Vou lhe prender para você não acabar... hm... Se matando. Os efeitos começam em cinco minutos, boa viagem.
Ele acena feliz e sai da sala que agora só continha Jongin, seus olhos se fecharam em pouco tempo, suas veias começaram a sobressaltar, seu coração disparou e logo ele estava perdido em seu próprio corpo.
[...]
"-Você a matou Kim Jongin. Você matou sua mãe! Ela quis você e você a matou!
-Papai eu não queria que a mamãe morresse... Me desculpa papai.
Mais um tapa foi lançado ao pequeno Jongin, que se encontrava na altura dos seus cinco anos, o rosto gorducho ganhou a marca vermelha da mão do homem, e novamente ele implorava perdão ao homem que chamava de papai.
-Seu pai morreu Kim Jongin, eu não sou seu pai! Ele morreu, você deve ter matado ele também, vai matar todo mundo de desgosto, assim como fez com a sua mãe, ele deve ter se arrependido de você nos últimos suspiros, ela nunca iria querer um lixo de filho, uma praga! É isso que você é!
As lagrimas do pequeno escorriam como cachoeiras, seu pai não era mesmo seu pai? Ou só estava falando bobagens? Nada do que era dito pareciam bobagens para o Kim, ele tomou cada letrinha daquela frase como verdade. Ele foi arrastado até o quarto, depois de uma surra, ele se esforçava tanto para não chorar que ás vezes era até difícil respirar, quando tudo parecia mais calmo ele se deitou, agarrado a última herança que lhe foi deixada, um urso de pelúcia que sua mãe havia comprado para seu nascimento.
-Desculpa te matar mamãe... pode me levar pra junto de você? O papai fica bravo comigo... porque eu te matei, mas foi sem querer mamãe... Eu não lembro da senhora... me desculpa?
Ele ficou esperando mas apenas o silencio veio ao pequeno, assim que se encolheu e sentiu a brisa bater em seu rosto quente pelo choro, viu também uma luz invadir seu quarto, uma linda mulher, de pele cor bronze, grandes lábios e olhos tão escuros que eram impossível não recordar do céu escuro e brilhante.
-Não se desculpe filho, a mamãe sempre te amou, não tenha raiva do seu papai... Ele só está dodói, mas assim que você crescer precisa deixar ele pra trás tá bom? A mamãe vai cuidar de você... não importa onde estiver."
Jongin acordou em um pulo, olhou para os lados, ele estava... livre, em sua casa, mas como? Olhou suas mãos e as viu soltas, não como um minuto atrás, olhou ao seu lado e pode ver Kyungsoo se remexer, como sempre fazia, piscou algumas vezes e passou as mãos no cabelo. Sem cientistas, sem pais alcoólatras, sem espíritos, tudo estava normal, ele fez uma careta e conferiu mais uma vez ao seu redor, lembrava de ter comprado a casa, de decorar, lembrava até que Kyungsoo odiou o abajur ao lado da cama, segundo ele era uma merda dormir com luz na cara, lembrou que no dia anterior, eles passearam por um lindo jardim, colorido de pétalas de sakura. Tudo não passou de um pesadelo? Estava de volta agora, se deitou novamente e passou a encarar o teto, tudo pareceu tão real.
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Lucky One - A trilha do renascer
Fanfiction- Continuação Kaisoo de The Most Precious Good - Depois de Sallen capturar os doze homens fugitivos para sua experiência macabra, a fuga era a única coisa que passava pela cabeça de todos por ali, mas os experimentos e testes científicos foram fican...