Capítulo 3 - Kara e Alex

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    Kara Danvers, nada mais, nada menos que um raio de sol. Pelo menos é como sua irmã a descreve. As irmãs Danvers eram unidas, como dois corpos celestes que giram um em torno do outro. Gravidade, a força de atração entre as duas era impressionante. Elas eram dois polos distintos. Alex tinha a escuridão em si, a dureza e a descrença na humanidade. Kara tinha a luz, a maciez e o sonho de um futuro melhor. O perfeito equilíbrio.

  Os interesses das Danvers eram semelhantes mas se expressavam de formas diferentes. Ambas queriam fazer o bem mas de formas diferentes. Alex escolheu entrar para a polícia para salvar as pessoas, enquanto Kara fazia veterinária para poder salvar os animais. A vida era boa para as irmãs, elas tinham um apartamento no centro de National City, o aluguel era barato e os melhores restaurantes estavam a uma quadra de distancia.

A única coisa negativa sobre a localização foi que quando o panico estaurou-se, elas se encontravam no olho do furacão sem formas fáceis de escapar. O caos do lado de fora nem se comparava com o que ocorria dentro do apartamento:

_Kara, vamos, temos que ir. O helicóptero de resgata vai partir da CatCo em 45 minutos, se não sairmos daqui rápido não poderemos alcança-lo. Pegue apenas o essencial, botas, casacos e cobertores.

Alex corria de um lado para o outro pegando tudo o que precisaria para sobreviverem, sua arma estava no coldre, garrafas de água e barras de proteína na mochila. Enquanto isso Kara estava inquieta de frente a seu armário, sem saber o que fazer.

_Mas, Alex, eu não posso abandona-los aqui. E se alguém os roubar? São edição de colecionador. Eu não consigo simplesmente deixa-los para trás.

Vendo que aquilo demoraria um século, a ruiva agiu rápido, pegou a mochila de Kara e jogou todos os Pop Funcos e as repiscas de dinossauros dentro da dela. Pegou também o caderno de esboços de da irmã e seu estojo com os matérias de arte. Com tudo guardado, entregou a mochila xadrez para a loira e disse:

_Pronto, problema resolvido. Seus instrumentos da clinica estão na minha bolsa de viagem. Pegue casacos, luvas e calce suas botas, estamos indo embora.

Infelizmente, era tarde demais, quando as irmãs chegaram a entrada do prédio, voltaram imediatamente a segurança de seu lar. As ruas pareciam o próprio inferno, sangue, vísceras, gritos e pessoas sendo devoradas em todo canto.

Subindo as pressas, por pouco elas não foram mordidas pelo senhor Jhonson, um fisiculturista que morava no apartamento a baixo do delas, Alex teve que ser rápida em seu gatilho e o acertou direto no peito, fazendo com que a criatura cai-se todos os quatro lances de escadas e bate-se com a cabeça com força no ultimo degrau, fazendo com que seu cranio fosse aberto espalhando seu fluido cerebral por todo o chão térreo.

Entrando em seu apartamento, elas trancaram a porta e empurraram o sofá para formar uma barricada em frente a seu maior ponto de vulnerabilidade. Os dias que se seguiram foram cada vez piores, os sons de gruídos se tornaram mais frequentes, conforme o tempo passava, a detetive perdia a esperança de que o governo conseguisse controlar aquela situação, todas as noites Kara tinha pesadelos e acordava aos gritos que imediatamente eram abafados pela irmã para não atraírem atenção indesejada. A comunicação entre elas passou a ser feita através de língua de sinais para que não fizessem nenhum som desnecessário. No quarto dia a eletricidade acabou e no decimo quarto, a dispensa estava vazia, não havia mais água no apartamento e suas garrafas com água potável estavam no final, este foi o momento que Alex tomou a decisão final. Elas precisavam sair dali e se abrigar em outro lugar, um lugar realmente seguro onde as duas pudessem dormir ao mesmo tempo sem ter que se preocupar com um monstro rosnando e babando em cima delas.

Zombie CircusWhere stories live. Discover now