capítulo 1

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Destinos Entrelaçados

Capítulo 01


▪ Heitor ▪

- Que porra é essa? Então você quer dizer que eu sou adotado? É isso? – Pergunto em alto tom já meio exaltado.


* 1 hora atrás *


- Ei mano, vamo colar na praia, tá o maior sol e as ondas tão boas. – Fala Daniel, meu melhor amigo, já de olho nas minas indo em direção a praia.

- Vamos, só preciso passar em casa pra pegar a prancha. – Falo, mas o que eu queria mesmo era tomar um banho, tô muito suado.

- Então vai logo, que eu não vou ficar esperando não. – Daniel fala como sempre sem paciência.

Chego em casa e parece que não tem ninguém. Então aproveito e subindo pro meu quarto, tomo uma ducha pra tirar o suor, visto uma bermuda cinza e uma camiseta bege. Logo desço e preparo algo pra comer, como e lavo o que sujei e vou pra garagem pegar minha prancha.

Quando fui saindo escuto gritos vindos de dentro da casa, estranho por que pensei que estava vazia, então eu volto e quando chego na sala vejo meus pais brigando, estranho aquilo já que eles nunca brigam, pelo menos até agora.

- Se acalme Débora, se continuar gritando assim os vizinhos ficaram sabendo também. – Meu pai, Ricardo, falou em alto tom.

- Como? Me diz! Se ele descobrir agora nunca irá nos perdoa. – minha mãe fala nervosa.

- Temos que contar, se não será pior! Ele tem o direito de saber! – Meu pai fala passando as mãos pelo rosto tentando se acalmar.

- NÃO, não vou deixar que tirem meu filho de mim, não vou, mesmo que ele não tenha nascido de mim ele ainda é meu filho. – Minha mãe grita com voz de choro.

Sem acreditar no que ouvir decido interromper a briga deles e entro na sala já meio atordoado com aquela conversa.

- Que porra é essa? Então você quer dizer que eu sou adotado? É isso? – Pergunto em alto tom já meio exaltado.

- Calma meu filho, eu posso explicar! – Ela pede chorosa.

- Calma o caramba! Eu fico sabendo do nada que sou adotado e você ainda me pede calma? Só pode tá brincando! – Falo em alto tom deixando a raiva tomar conta de mim.

- Olha lá como fala com sua mãe moleque, sente-se aí e se acalme, nós iremos explicar tudo. – Meu fala calmo mas firme.

Então tento manter a calma e sento no sofá e eles no outro ficando assim de frente pra mim.

- Nos perdoe meu filho, só queríamos te proteger. – minha mãe fala pegando na minha mão, mas a tiro rapidamente, respiro fundo e encaro meu pai esperando uma explicação.

- Só escute e não fale nada agora. – meu pai fala de novo com aquele tom de voz firme que ele tem.

Assentir com a cabeça, pra não falar nada, por que se não sairia tudo de uma vez. Como eles puderam esconder algo tão importante de mim?

- Era uma noite de primavera quando aconteceu. – meu pai começa e eu me ajeito no sofá nervoso – Sua mãe e eu estávamos fazendo o jantar quando a campainha tocou e sua mãe foi vê quem era, mas o que achamos ao abrir a porta foi uma caixa de sapato forrada com um cobertor e um bebê dentro, procuramos ao redor da casa mas não encontramos ninguém. Então decidimos ligar para o conselho tutelar, mas eles falaram que só poderiam vir na semana seguinte, até lá teríamos que ficar com você. A semana foi passando e sua mãe se apaixonou por você e quando chegou a hora de partir ela não aceitou foi quando decidimos te adotar. Não te contamos antes por medo da sua reação.

Meu pai explicou com uma calma que me deixou atordoado, sem conseguir falar nada só me levantei e sair em direção a garagem, precisava sair dali, mas antes de sair da sala pude ouvir minha mãe começar a chorar.

Eles não fizeram nada, nem me pediram pra  ficar, então entrei no meu carro dei ré e sai em alta velocidade pela cidade, tentando entender o que estava acontecendo, já longe de casa dei alguns sócios no volante.

- Merda!

Destinos Estrelaçados (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora