[um] antes do fim chegar

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O DIA já havia amanhecido e com ele o sol aparece com seu esplendor em mais um longo dia de verão em Ontario, era triste pensar que o verão se aproximava do fim – nem cheguei a me bronzear. Hoje seria um dia importante, e embora esta cama pareça mais aconchegante comigo nela, me forço a levantar e encarar a cidade lá fora. Apesar do calor, ainda conseguia sentir uma boa brisa vindo da janela que eu acabara de abrir; com um sorriso no rosto, tento acreditar de que este será um dia bom. Hoje um novo ciclo se inicia em minha vida e estou extremamente ansioso para isso, esse é ultimo ano em que sou forçado a pisar e encarar os imbecis da Ontario High School. Idiotas da universidade me aguardem!

Com a minha roupa já separada num cabide do guarda-roupas, saio do quarto e vou direto para o banheiro tomar uma ducha. Tento não me demorar muito, hoje passei um pouco do horário e Brina certamente vai me odiar por alguns minutos. Neste momento, encaro a mim mesmo no espelho, essa escolha de roupa foi mesmo apropriada? Que seja, no fundo somente eu me importo com isso. Apenas deslizo suavemente minhas mãos no cabelo, na busca de deixa-lo arrumado sem precisar de um pente.

— Caleb, vai se atrasar! — escuto a voz da minha mãe vindo do andar de baixo, encontra-la em casa nesse horário era bem difícil. Desço cantarolando minha música favorita: Clearly da Grace VanderWaal. Ela representa tudo pelo que venho buscando, dias melhores, dias de luz. — Ah, olá, querido. Panquecas?

Minha mãe me encara assim que chego a cozinha, sem largar o prato com apetitosas panquecas de sua mão e antes mesmo que ela falasse algo, retiro o casaco que cobria minha camisa em tom pastel. Talvez a escolha de roupa não fosse mesmo tão apropriada, principalmente pelo calor que fazia lá fora.

— Feliz, Hellene? — deixo o casaco sobre a cadeira ao lado e pego algumas panquecas, enquanto ela serve um copo de suco para mim. — O que houve? Achei que estaria ocupada hoje.

— Eu também achei, mas houveram alguns imprevistos. Posso contar com você para dar um apoio hoje para o pai da Brina no mercado?

Mais uma vez, minha mãe e sua agradável mania de evitar assuntos delicados, ela provavelmente foi demitida ou está sendo enrolada sobre seu salário outra vez. Ao menos ainda podemos contar com o dinheiro que o meu pai envia, já sua presença... digamos que eu via o papai noel com maior frequência.

— Tudo bem, mãe. Sem problemas, irei quando largar. — levanto-me da mesa indo até o banheiro para escovar os dentes e enfim sair de casa. Até que meu celular toca, merda, Brina! — Alô? — tento ser o mais simpático possível, ela odeia isso. — Ok, estou a caminho, por favor mantenha minhas bolas onde estão. Te amo também.

Após encontrar com Brina na parada, não demora muito até o ônibus passar e em alguns minutos estarmos na rua do colégio

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Após encontrar com Brina na parada, não demora muito até o ônibus passar e em alguns minutos estarmos na rua do colégio. Uma faixa escrita "bem-vindos de volta" estampava o muro frontal, esse era um dos poucos dias em que encontro o campus lotado – isto graças ao clássico discurso do diretor Gavier em honra aos novos alunos que iniciam o ensino médio. O que os veteranos ganham? A certeza de que não terão de vê-lo por mais dois anos, e isso já é o suficiente para me empolgar.

Vende-se um amor - Em DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora