Quem é Lauren de verdade?

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Camila pov.

Eu tinha passado a maior parte da noite trocando mensagens com a Lauren depois que ela voltou do trabalho, ela insistiu em me levar para a escola hoje, então eu estava esperando por ela na porta de casa. Minha mãe até já tinha saído para o trabalho levando Sofi junto com ela, eu já estava quase mandando uma mensagem quando ela apareceu com sua moto, ela tirou o capacete e sorriu.

– Bom dia, gatinha, quer uma carona?

Ela falou ainda em cima da moto, me aproximei da moto e ela me estendeu o capacete.

– E o carro?

Perguntei, pegando o capacete.

– Eu prefiro minha moto. Você não prefere?

Não falei nada, só coloquei o capacete e subi na moto, a verdade é que eu gostava de abraçar Lauren, mas ao mesmo tempo eu preferia a segurança de um carro, não demoramos para chegar em frente à escola, Lauren procurou por uma vaga e não demorou para achar uma, Austin já tinha chegado então ela não pegou a vaga dele dessa vez, quando estávamos para entrar na escola, senti Lauren segurar a minha mão, eu a encarei e ela sorriu, eu senti meu rosto esquentar, eu gostava de ter Lauren por perto, mas não queria que ela fosse um alvo como eu, e era a primeira vez que eu voltava para a escola depois do que tinha acontecido em casa.

– Sapatão, agora sei porque não estava interessada. – Austin falou rindo ficando em nosso caminho, eu tentei soltar a mão da Lauren. – Posso te concertar rapidinho.

Lauren olhou para a minha cara e então riu, praticamente gargalhou, o que fez Austin parar de sorrir na hora.

– Claro, continue se iludindo, porque acha que sua namorada não liga de dividir você? Porque ela sabe que você é péssimo de cama.

Lauren falou o empurrando com o ombro para tira-lo do caminho, e eu a acompanhei, pegamos nossos livros e fomos para a sala, eu podia escutar as vozes das pessoas falando sobre nós, Lauren não parecia não se importar e ignorava tudo, nos sentamos e ela começou a usar o celular, acho que estava falando com a Normani, já tinha algumas pessoas em sala, quando me jogaram um papel na mesa, respirei fundo, não tinha sido a Lauren, eu me arrependeria de abrir aquele bilhete, mas abri mesmo assim. "Eu posso te concertar." Estreitei os olhos, não tinha assinatura, ignorei e joguei o papel para longe, quando outro papel chegou eu o ignorei, nem li, apenas joguei fora, mais dois bilhetes chegaram a minha mesa, foi quando Lauren pegou todos os bilhetes, mas não os abriu, só os deixou em sua mesa, e por causa disso mais bilhetes chegaram na mesa dela, e ela apenas ignorava mexendo em seu celular, não demorou muito para o sinal tocar, a professora entrou, era a substituta, a mesma mulher que eu vi conversar com a Lauren aquele dia no parque, todos sentaram e ficaram em silencio o que era uma coisa estranha, Lauren levantou com todos os bilhetes e os entregou para a professora apontando dois garotos eu vi os dois ficarem brancos na hora, a professora apenas confirmou com a cabeça, e Lauren voltou para o seu lugar, eu não estava entendendo nada, parecia que eu era a novata e a Lauren quem estudou sempre naquele lugar.

– O que acabou de acontecer?

Perguntei quando a professora chamou os alunos para fora.

– A professora nova, ela não tolera comportamento assim.

A professora voltou e junto dela tinha um aluno novo, ela não parecia muito amigável, o garoto se apresentou dizendo que seu nome era Shawn, e foi sentar, ele sorria para todo mundo, mas eu tinha alguma coisa que me dizia que algo estava errado sobre ele, eu demorei tempo de mais o encarando, que ele me viu e piscou pra mim, desviei o olhar sentindo meu rosto esquentar, e a aula começou, em alguns momentos, a professora trocava olhares com Lauren, isso estava me deixando incomodada, quando a aula terminou, a professora pediu para conversar com a Lauren e eu disse a ela que esperaria lá fora, mas não estava gostando nada dessa intimidade entre as duas, como se elas se conhecessem de antes.

Lauren pov.

O garoto novo, ele era estranho, não tinha nenhuma aura, a Morte ficou me encarando boa parte da aula, eu não estava entendendo o que ela queria me dizer, mas eu tenho um mal pressentimento sobre o que iria acontecer, eu tive certeza disso quando a Morte me pediu para ficar na sala, eu notei que a Camila não estava nada contente.

– É o garoto novo.

Ela já foi falando.

– Nossa eu nem reparei, sabe o que ele é?

– Não, nunca vi nada parecido, você notou também?

– Sim, ele não tem uma aura, é como se fosse algo neutro, mas as únicas coisas que eu conheço que são neutras, são Deuses, você e humanos, bom, alguns deles.

Morte suspirou.

– Não é nenhum deus, e eu sou a única morte. Não tem como aquilo ser humano, eu consigo sentir o cheiro podre vindo dele, tem alguma coisa muito errada com ele.

– Se você que é uma das criaturas mais antigas, não sabe o que é, como eu posso saber?

– Tem alguma coisa a ver com a história desse lugar, vou passar um trabalho para ver se alguém consegue pesquisar com parentes, até sua protegida pode ajudar nisso.

– Não acha que ele vai saber o que está fazendo?

– Eu não ligo, ele não pode fazer nada contra mim, eu sou a Morte. Por acaso você não aprendeu que precisa entender a origem de seus inimigos para achar sua fraqueza?

– Eu ligo, ele pode não fazer nada para você, mas pode fazer muito para outras pessoas, eu vou pesquisar por conta, não coloquei ninguém em perigo por medo do desconhecido.

A morte ficou vermelha de raiva.

– Não estou com medo.

– Então porque está tão desesperada? Seu cargo está em jogo? Será que a morte não é tão importante a ponto de não poder ser substituída?

Ela ficou em silencio, eu sabia que tinha alguma cosia errada, ela não queria simplesmente ajudar, tinha algum interesse por trás, eu dei as costas e sai da sala, Camila estava encostada na parede ao lado da porta, eu vi o garoto caminhar em nossa direção, o mais rápido que pude, passei o braço ao redor do pescoço da Camila e a trouxe para a direção oposta, o garoto parou e ficou me olhando, ele sorria como se estivesse sendo simpático, mas eu senti um calafrio na minha nuca, foi quando viramos o corredor Camila se afastou de mim tirando meu braço do seu corpo.

– O que foi?

Eu perguntei, sabia que Camila estava chateada, mas queria saber o que ela pensava.

– Tem alguma coisa, entre você e a professora, você não conhece ela da escola, vocês se conhecem de antes, eu quero saber qual a ligação de vocês.

Camila estava mesmo furiosa, eu não queria ter que mentir mais, mas se eu pedisse para que ela tivesse paciência, ela confiaria em mim? Eu respirei fundo, eu não queria magoa-la, não queria mentir mais do que eu já mentia.

– Se eu te contasse, você não acreditaria. Mas eu ainda quero te contar, quero te mostrar muito mais de mim, mas agora, eu preciso que confie em mim. Eu não conheço a professora, e tem alguma coisa muito errada com ela, ela veio falar comigo sobre você, e eu pirei, Camz, eu sei que ela não é boa, e eu não quero você em perigo por egoísmo dela.

Camila não estava mais com raiva, mas parecia extremamente confusa.

– Eu não estendendo nada do que está dizendo, Lauren, mas eu confio em você, mas eu ainda quero respostas.

Aproveitei que ela estava mais calma e a empurrei de leve contra os armários, ignorei a presença dos alunos e a beijei, eu sabia que estavam nos observando, mas eu não estava ligando, eu só queria sentir Camila segura comigo, perto de mim, não foi um beijo longo, eu logo me separei dela, mas não me afastei.

– Eu quero que você sinta o meu amor, não duvido do meu sentimento, eu vou fazer de tudo para merecer sua confiança.

Ela olhou em meus olhos e eu podia ver a insegurança neles.

– Quem é você de verdade, Lauren Jauregui? 

The black catWhere stories live. Discover now