Hyung | t.k

01. Smile

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Jeongguk abriu seus olhinhos quando se deu conta de que já era de manhã. O menino bocejou passando as mãos pequenas por suas pálpebras e se sentou na cama.

Estranhou ao não ver seus coleguinhas, outras várias crianças que dormiam ali e que a essa hora deveriam estar na cama ou acordando, embora Jeongguk, na realidade, não tivesse a menor ideia de que horas eram. Só quando escutou um alvoroço atrás da porta, se deu conta de que os outros já deviam estar de pé a muito tempo.

Calçou os chinelinhos que estavam perto de sua cama e se levantou correndo até a porta, ficando na pontinha dos pés para alcançar a maçaneta e abri-la um pouquinho. Pelos corredores do orfanato haviam crianças correndo para a direção das escadas, animadas por alguma razão em particular que o pequeno Jeongguk ainda não entendia qual seria e ele com certeza não queria perguntar.

Era o mais novo de todas as crianças ali, tendo quase cinco aninhos, isso fazia com que se sentisse um pouco excluído entre elas e, às vezes, também por elas. Deseja muito ter alguém ali que não o considerasse pequeno demais para brincar ou muito novo.

Portanto não se arriscaria a falar com nenhuma das pessoinhas miúdas.

Sendo assim, saiu do quarto devagar, mas cheio de curiosidade o que o fez dar passinhos mais rápidos para alcançar as crianças que desciam as escadas até o andar de baixo onde o barulho de risadas e empolgação infantil era maior.

No caminho para as escadas, se agarrou ao corrimão, descendo degrau por degrau do jeito que conseguia e com cuidado para não cair. Não foi preciso terminar sozinho sua descida lenta pois a Sra. Jisung, uma das cuidadoras gentis do orfanato, pegou o menor no colo.

— Bom dia, Jeongguk — cumprimentou a senhora enquanto terminava a escadaria, sorrindo para o garotinho. Jeongguk assentiu, os lábios rosados se esticando em um afetuoso sorriso. — Você parecia estar precisando de ajuda.

— Obrigado — agradeceu baixinho, abraçando o pescoço da mais velha. Jungkook sempre gostou muito da mulher e era a única com quem tinha um contato mais íntimo, isso porque soubera pela mesma que ela havia cuidado dele desde bebê, quando chegou no orfanato.

— Você está seguindo as crianças? — ela perguntou, o olhar sempre atento observando alguns meninos passando por perto. Dois do pequeno grupo corriam até a sala da grande casa, quase esbarrando em um móvel. — Céus, Jimin e Hoseok! Meus queridos, não corram, vocês vão se machucar!

Jeongguk ainda não estava entendendo o porquê daquela alegria toda.

— Sim... — respondeu a pergunta da mulher. — Por que estão felizes? Hoje tem lanche especial no café? — Jungkook fez um biquinho enquanto falava, no fundo torcendo para que a resposta fosse sim. Comida era uma coisa que o deixaria feliz, pelo menos.

A senhora de uma risada leve, negando com a cabeça.

— Não, querido. Temos visita hoje.

— São papais querendo filhos? — Jungkook arregalou seus olhinhos, empolgado com a possibilidade do que havia acabado de pensar em voz alta. Ele nunca perdia a esperança de ser adotado um dia, mesmo que tivesse assistido muitas crianças serem levadas dali por pessoas muito legais.

Mais uma vez a Sra. Jisung negou, caminhando com Jungkook, que agora tinha uma feição um tanto decepcionada, ainda nos braços. Mesmo assim, o menor esticou o corpo pequeno enquanto se aproximavam da sala de estar já querendo ver de quem se tratava.

Jungkook logo de cara notou uma mulher de cabelo castanho escuro em traça, de pé no meio da sala, com um violão que estava passado por seu corpo sendo tocado por suas mãos e um sorriso na face enquanto cantava alguma música infantil para os pequenos telespectadores sentados ou em pé no chão.

Jungkook sorriu fraco ao reconhecer a canção, pois frequentemente a Sra. Jisung a cantava para si, bem baixinho antes que fosse dormir.

O garotinho olhou em volta, vendo que nem todas as crianças estavam acompanhando o pequeno show da moça. Algumas outras se amontoavam no sofá em volta de alguém e logo após saíam de perto exibindo algum brinquedo nas mãos que Jungkook tinha certeza ser novo.

Só quando as crianças que ali estavam iam se afastando que Jungkook pôde ver. Havia um menininho. Deveria ter quase seu tamanho, isso se não fosse alguns poucos centímetros maior e não parecia ser algum colega novo. Uma sacola grande estava sobre o sofá ao lado dele, com mais brinquedos.

A mulher que cantava e tocava o violão lançou um sorriso para aquela criança em particular ao virar o rosto para a direção dela e moveu a cabeça, convidando-o a se aproximar. O menino deu uma risadinha para então se levantar e ficar ao lado dela, se juntando ao corinho de vozes que cantavam juntas os últimos trechos da música.

E Jeongguk estava em transe.

O menor piscou várias vezes, inclinando a cabeça para o lado. Aquele garotinho tinha algo que havia lhe chamado a atenção, com certeza. Sabia que não era o fato de estar distribuindo brinquedos e também não era o tipo de relação que ele deveria ter com a tal moça ali que o deixaram intrigado e curioso.

O que ele tinha de especial, além de tudo, era o sorriso em um formato curioso que o pequeno Jungkook achou completamente fofo.