мαηнα ∂є αℓƒα | ѕσρє αвσ

Único

Yoongi saiu da cama lentamente depois que conseguiu livrar-se do corpo grande e pesado sobre si. Os braços longos do alfa agora encontrava-se em volta de um travesseiro para que pudesse dar passos sorrateiros pelo quarto.

Caçou uma blusa larga pelo guarda roupa e passou sobre os ombros. Olhou o relógio eletrónico da parede e encarou o companheiro em meio aos lençóis, suspirando tranquilo em seu sono. Gostava de vê-lo descansar.

O cobertor fino de linho cobria parte do tronco largo e marcado por suas unhas, marcas essas que eram vistas também por sua costa. O peito descia e subia calmamente, em uma respiração compassada que lhe dava alívio. O rosto sereno e bonito demais só lhe fazia pensar o quão bem aquilo refletia em seu interior.

Hoseok era pura arte a seus olhos, uma obra livre para quem quisesse olhar, mas que somente Yoongi conseguia entender.

Ele era intenso demais e alguns não sabiam lidar com seus extremos, mas o ômega amou conhecer  todas as suas nuances e cores. Adorou cada tom e traços daquele ser complexo. Sempre gostou de admirar obras de artes.

Saiu do quarto um pouco ressentido, lutando com a necessidade de voltar e alinhar-se com o corpo quente do alfa. O relógio já batia a casa das três da tarde e precisavam comer algo, Hoseok mais ainda, por ter acabado de sair de seu cio. O alfa rejeitava qualquer alimento por três dias e isso deixava seu ômega totalmente preocupado.

Andou pelo corredor estreito do apartamento até chegar na pequena cozinha. Serviu-se de água primeiramente, para então começar a separar e cortar legumes e carne. Deixou tudo cozinhar no fogo alto, com muita pressão e durante o processo limpou a pouca bagunça que fez no ambiente.

Geralmente era Hoseok a fazer aquilo, eram raras as vezes que parava para cozinhar algo, visto que não tinha tantas habilidades com culinária. Sempre queimava, salgava ou deixava doce demais, todavia tinha coisas que sabia fazer sem erros, e uma delas era bulgogi. Conseguia que a carne à moda coreana ficasse boa e Hobi sempre lhe elogiava.

A vida com seu alfa era boa. Tinham seis anos juntos, pertencendo um ao outro a cinco, mas tudo graças a Hoseok que foi rápido demais até si em um café e lhe disse "ei, desculpe lhe incomodar, mas meu lobo está dizendo de alguma forma que você é minha alma gêmea". Obviamente que o assustou! Yoongi fugiu do cara louco do Starbucks por alguns meses, cedeu a um encontro por cansaço, mas não era que o lobo alfa estava certo?

Custou para que se entregasse, era extremamente racional e a ideia de um amor tão forte lhe assustava. Mas como resistir ao sorriso do ruivo? Ele era de longe o homem mais bonito que ja vira e de perto mostrava que não era somente a aparência que lhe tornava belo.

Hoseok tinha um brilho que Min, como artista, não pode deixar de admirar, mas aquele jeitinho carinhoso, brincalhão e – de modo bem oito ou oitenta – sensual lhe fez perceber que o alfa era a cereja de seu bolo.

O amava por inúmeros motivos, mas se lhe perguntassem, estava com Hoseok por ele saber preparar um bom Kimchi, este que separava em pequenas porções, concentrado demais no cheiro do alimento ao fogo para pressentir quando os braços fortes lhe rodearam a cintura; sobressaltou-se momentaneamente até raciocinar um pouco mais sobre aquela presença e relaxar o corpo para trás, contra o tronco nu e quente do mais alto.

Deixou o talher que tinha nas mãos sobre a pia e levou os dígitos até a nuca atrás de si, acariciando e sentindo satisfeito o calor da respiração de seu alfa sobre a sua própria nuca.

Hoseok fechava os olhos, agraciado pela mistura de cheiros no corpo pequeno se comparado com o seu,  acalmou-se do desespero de não o encontrar no quarto. Desesperou-se no momento que deu falta de seu ômega em seus braços, lhe agraciando com a fragrância suave e gostosa; a  temperatura consideravelmente mais baixa, buscando em seu próprio corpo o calor.