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  Certo dia, na verdade era só mais um dia normal, o sol brilhava, o campo estará verde como nunca antes e os pássaros cantavam em perfeita harmonia, mas nada conseguira tirar a expressão triste e cansada de meu rosto, alguns de meus amigos haviam morrido em um trágico incêndio, não se sabe ao certo ainda, se foi um acidente ou se teria sido proposital.

Eu havia acabado de tomar café, quando de repente, escutei alguém batendo fortemente em minha porta, me levantei de forma lenta e calma indo até a porta devagar, quando abri, não havia ninguém, enquanto a fechava, observei com o canto dos olhos que jazia uma carta no chão, eu me agachei e a peguei, logo em seguida entrei e casa e fechei a porta. Coloquei a carta em cima da mesa com cuidado e desviei meu olhar para o relógio, estava atrasada para a faculdade, corri em direção ao banheiro e tomei um banho rápido, e em pouco tempo já estava arrumada, apanhei o dinheiro que estava sobre o criado-mudo e um pouco antes de ir olhei para mesa pensando em ler a carta, mas o tempo não me permitiu.

Chegando em casa, já ao final da tarde, estava escurecendo e as ruas estavam tomadas por neblina, as luzes piscavam de vez em quando, parecia haver algum problema com a fiação, chegando em frente a minha porta, enquanto a destrancava olhei rapidamente para o chão e vi outra carta, era estranho pois nunca havia recebido cartas antes, apenas contas para pagar, peguei-la e entrei. Após tomar outro banho, só que desta vez lento para apreciar cada gota d'agua deslizando sobre meus

ombros exaustos e pensar em cada acontecimento do dia, fui para o sofá com alguns salgadinhos e liguei a TV para assistir a alguns episódios de minhas series favoritas, quando porventura, meu telefone tocou, eu me levanto e vou até o mesmo, o posicionando levemente em meu ouvido.

— Alô? A quem dirijo a palavra? — um homem de voz grossa e desconhecida fala ao outro lado da linha.

— Olá, sou a Vitória, oque deseja?­— falei de forma doce e calma.

Houve um pequeno silêncio que logo após foi quebrado.

— Tenho uma noticia para a Senhorita, não muito agradável, porém, permaneça o mais calma o possível.— só de ouvir aquelas palavras já fiquei um pouco nervosa e ansiosa, teriam me dito aquelas mesmas palavras na noite do incêndio, porém o homem prosseguiu. — Seus pais... Eles foram... Eles não estão mais entre nós... — no mesmo momento desligo o telefone em um ato de desespero.

Meus olhos se encheram de lagrimas, e eu as deixei cair, uma por uma, então percebi que minhas lagrimas molhavam as cartas que eu havia posto sobre a mesa, eu peguei uma delas, não era o melhor momento para se ler cartas, mas precisava de algo para me distrair por um instante para que eu não cometesse uma loucura, eu abri o envelope com as mãos tremendo, o papel era fino e macio, então comecei a ler:

                                                   Cuida daqueles que te criaram

                                                 Pois vou visita-los, perto de onde

                                                   Te balançavas todas as tardes

Olhei assustada, como que... Quem? Eu estava em choque e totalmente desesperada, só conseguia pensar nos momentos em que eu e meus pais ficávamos em uma arvore perto de casa, eles me empurravam enquanto eu estava no balanço, eu me sentia segura e feliz perto deles. Então me vi ali, sozinha, sem nenhum dos dois, vivendo apenas uma memoria, então peguei a outra carta e a abri de forma violenta.

                                                                        Você falhou

Aquilo foi como uma flecha na alma, me debati por alguns minutos tentando acordar, mesmo sabendo que não era um sonho, sabia que tinha que fazer algo, só não sabia oque era, me levantei vestindo um moletom, peguei as chaves de minha moto junto de meu capacete e sai de casa, subi na moto e acelerei.

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⏰ Última atualização: Jan 19, 2019 ⏰

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