" Era apenas mais um dia, era apenas mais uma rotina, era apenas isso que se passava pela minha cabeça.
Como sempre levantava cedo e antes de tudo ia até a varanda para ver o céu, e por mais que diante de mim ele estivesse totalmente azul, eu o via cinza e fechado, e escondido por trás das grandes nuvens briguentas um sol explendido.
Mas eu não me importava com isso, claramente o frio era o meu amigo, eu me sentia acolhida por ele, assim como me sentia aconchegada a escuridão.
Se eu pudesse apesar de tudo, passaria o resto da minha manhã ali apreciando o triste tempo, se pudesse passaria toda a tarde ali, e quando a noite chegasse não exitaria em deixar de admirar cada uma das brilhante estrelas.Mas eu não podia, porque? Porque tinha de trabalhar para viver, por mais que achasse que era inútil.
Eu era assim todas as manhãs antes de te ver, antes de você aparecer, minha rotina era assim, angustiante e aflita, mas pelomenos você ainda não existia.
Eu me arrumei para ir trabalhar, e como sempre usava roupas pretas e confortáveis o suficiente para me proteger do frio.Meus cabelos em loiros falsos estavam soltos, e um tanto armados pelos cachos volumosos que tanto odiava, porque digo isso? Porque eu sou assim, pelo menos eu era, antes de você me destruir.
Minha maquiagem como sempre pálida, sem batom algum, apenas a base dois tons mais claros que a cor normal da minha pele, tudo para que eu pudesse me ver pálida até mesmo nos lábios.
Eu sai sem pressa de casa, já que não me importava com malditos horários, mudei de rumo indo por outro caminho, e se eu soubesse o que esse maldito caminho me causaria, jamais teria o escolhido.
Mas eu fui, apenas fui sem querer saber o que iria acontecer, eu apenas seguia, de cabeça baixa, e se soubesse a teria mantido assim.
Até que resolvi por a levantar, e olhar do outro lado da rua, quando olho me deparo com uma cafeteria, meu estômago fez um barulho pedia por alimento, e porque? Porque houvi meu organismo naquele dia, se sempre rejeitava comer durante a manhã.
Por mero impulso eu atravessei a rua, entrei no local, escutando os sinos se controlarem no som, até que ele sumisse.
Eu entrei e me sentei na bancada, observei cada detalhe, vendo que era tranquilo, um tanto vazio, aconchegante e quentinho, com pessoas agradáveis ao redor.
Eu continuei ali, até que uma garota simpatica me atendeu, eu apenas pedi um café sem açúcar.
Ela sorriu e em dois minutos havia voltado com o pedido, ela colocou na minha frente, eu admirei a pequena xícara branca, segurei com as duas mãos sentindo o calor aquecer minhas mãos geladas.
E ali foi que tudo mudou, que você apareceu derrepente, sem ao menos eu perceber quando você se sentou ao meu lado.
Eu olhei para o lado vendo você, então foi ali que tudo acabou acontecendo, por algum motivo idiota meu coração se acelerou, minha respiração ficou um tanto descontrolada, e meus olhos pareciam imãs sendo puxados para você.
Você era perfeito, os cabelos escuros como as trevas de um crepúsculo, a pele clara, perfeitamente e naturalmente pálida.
Você não me olhou, e talvez não tenha sentido meu olhar sobre você, eu prestei atenção em tudo, e até em sua voz ao fazer o pedido do café amargo.
Sua voz era sedutora, maravilhosa de se ouvir, você deveria cantar para te lá tão perfeita.Seu pedido chegou, e eu ainda estava ali te olhando agora do canto dos olhos, você sorriu ao ver a xícara, mas não tomou o café, você suspiro fundo e apenas olhou, com uma mão você segurava a xícara e com a outra rodava um dos dedos sobre a borda.
Você estava pensativo, precia um tanto pertubado, foi então que por curiosidade e impulso te encarei de novo, mas algo aconteceu e não foi bom, você percebeu!
Você me olhou, e eu não conseguia me desviar de seu olhar, seu olhar acastanhado me chamava, e eu apenas o respondia.
Você me encarava com os olhos serenos, até que você sorriu, mas eu não correspondi, voltei meu olhar ao meu café que já estava morno em minhas mãos, mas minha mente estava com seu sorriso marcado nela, como se ela tivesse tirado uma bela fotografia.
Seu sorriso era mágico, seus lábios eram o que mais havia me chamado a atenção, e por pura distração não havia percebido quando você saiu.
E mais uma vez fui iludida pela minha própria mente! E agora já estava sozinha denovo."
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lábios vermelhos
RomanceAonde a maior dor se torna sua maior alegria, e o que resta da falsa esperança de um falso loiro é apenas as fartas lembranças.