Cap 2

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🌸Quinhentos e um dia antes🌸

Quase três meses depois que meu pai partiu, um telegrama finalmente chega, avisando que ele chegaria na manhã de terça-feira. Logo minha mãe quis preparar um grande almoço, em comemoração a sua volta, e a chegada do conde e sua comitiva.

No telegrama também, havia escrito que eles ficariam em nossa casa, e que os quartos deveriam ser separados e limpos. Ajudei minha mãe a arrumar tudo, e depois fui ao mercado comprar ervas e massa para bolinhos de arroz. Na volta, comprei um vestido novo e alguns chapéus que estava precisando. Organizei tudo e me preparei para a chegada deles. E aguardei ansiosamente, para dar um abraço em meu pai.

Terça-feira, 08:00 da manhã.

Aquele grande navio que antes partia, agora ancorava sobre o mesmo lugar, em destino de permanencia. Eu, minha mãe e meu pequeno irmãozinho, aguardávamos na parte de baixo, eles descerem do navio.

Malas e mais malas, homens e mais homens, e nada dele. Até que vejo sua falta de cabelos de longe, e corro em seus braços.

- Melinda! Que saudades minha filha- Ele diz me abraçando forte-

- Eu estava morta de saudades papai -falo-

Me solto de seu abraço, e me recomponho para receber os visitantes. Olho pra cima da escadaria do navio, e vejo um rapaz, muito belo com a pele branca e limpa, bem vestido e com um belo sorriso nos lábios. Ao lado de uma mulher loira dos cabelos enrolados, vestida com trajes extravagantes, típicos das mulheres da América.

- Bom, então este é o famoso Conde  Benjamin e sua prima Carlota! - Meu pai diz quando os apresentando-

- Olá, bom dia! Muito prazer. Me chamo Benjamim. Sou o conde. - Ele fala suavemente sorrindo, cumprimentando a minha mãe, lhe depositando um beijo nas mãos.

- Prazer, me chamo Drizella e sou esposa de Dionísio. - Ela sorri-

- E você? - ele diz ao meu irmão-

- Me chamo Bernando! - Meu irmãozinho fala, e aperta sua mão com sua pequena força-

- E esta bela senhorita? -ele diz me olhando nos olhos, fixadamente-

- Me chamo Melinda. É um prazer em conheçe-lo. -Falo timidamente-

- O prazer é meu senhorita - Ele diz em quanto beija minha mão sem desviar os olhar do meu-

- Bom e eu sou Carlota. Prima do conde. - A mulher loira que até então não havia se pronunciado, fala-

Todos a cumprimentamos e seguimos de carro até em casa. Mas antes, paramos em alguns lugares para comprar sapatos e vestidos para Carlota.

- Eu achava que os vestidos de moscow fossem melhores. Mas estão tão apagadinhos. Sem vida. Sem brilho. - ele reclama-

- É que não costumamos usar roupas assim tão.... cheias de detalhes e estravagantes como as americanas. - Falo calmamente -

- Pois deveriam. Não sabem o que estão perdendo. Além de que é a última moda em Paris. - Ela diz vangloriando-se-

- Entendo - Digo-

- Mas e você Melinda? Tem quantos anos? Vejo que é uma jovem muito bela. - Ela diz me observando-

- Obrigada. Farei 19 daqui alguns dias. - Falo animada- e você?

- Acabei de completar vinte. - Ele fala-

Vinte? Ela parece ter bem mais que isso. Com suas roupas extravagantes e aquela maquiagem exagerada que ela usa, a deixa cada vez mais velha.
Eu amo me vestir bem, e me maquiar, mas acho que ela não sabe ter um " bom senso" e acaba exagerando, parecendo um palhaço. Branco demais, e com um batom vermelho chamativo.

- Legal- Falo timidamente-

Depois das várias paradas finalmente chegamos em casa. E eu estava morta de fome.

Seguimos todos pra sala, e uma das serviçais trouxe chá e bolinhos. Nus serviços, e começamos a conversar calmamente.

- Mas o que o traz aqui? - Meu pai pergunta a Benjamin-

- Pretendo expandir os meus negócios e quem sabe, não sei, me casar. - Ele diz em quanto leva a Xícara até a boca tomando seu chá- Ainda acredito que encotrarei o grande amor da minha vida.

Casar? Mas Carlota não é sua esposa?

- Carlota não é sua esposa? - Pergunto-

Ele para, e me olha por segundos rápidos.

- Não, não somos apenas bons primos e bons amigos. - Ele fala-

Olho pra Carlota, e ela está com uma cara de poucos amigos. Pelo o que sempre leio, nos romances, quando uma mulher faz essa cara, é porque queria ter algo com aquele determinado homem. E talvez seja isso que aconteça com ela.

- Entendi- falo abaixando minha cabeça, tomando um pouco do meu chá, sentindo minhas bochechas corarem-

- E você? Tem algum pretendente? - ele pergunta-

Como chegamos nesse assunto? Céus!

- Não, não. Não tenho. - Falo baixo-

- Melinda é muito dedicada aos livros e aos estudos. Ainda não encontrou um bom homem. - Meu pai fala-

- Gosta de ler Melinda? - Benjamin fala-

- Sim, na verdade é a minha grande paixão. Ler, e escrever. - Falo sorridente. - Eta o que eu amava de verdade.-

- Que bom. É admirável. Também adoro ler. Inclusive trouxe comigo vários livros. Se quiser alguns, pode pegar.

- Ah sério? Que legal! Eu quero sim. Livros são sempre bem vindos a minha vida. - Falo animada-

- A conversa está boa mas, Benjamin por favor, pode me ajudar com as malas? - Carlotta diz se levantando da poltrona pondo a Xícara sobre a mesa-

- Tenho alguns serviçais que podem levar senhorita Carlotta! - Meu pai fala-

- Não senhor Dionísio, eu agradeço. Mas há coisas valiosas aqui dentro, e só confio nos braços de Benjamin para leva-los. - Ele fala me olhando-

- Ah, claro, claro! Eu ajudo. - Meu pai se levanta-

Eles levam as malas de Carllota pro quarto e eu vou até a cozinha comer mais um pouco. Receber a notícia de que você ganharia livros, é ótimo. Mas essa situação me deixou constrangida. Espero que não aconteça mais.


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⏰ Última atualização: Jan 20, 2019 ⏰

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