No Words - Vmin

Capítulo 01

Olá, antes de tudo eu queria dizer que não sou surdo ou mudo, então se você é, ou se você fala libras e ver algo de errado, dá um toque que eu me desculpo e conserto, está bem? Os sinais que são descritos eu peguei de professores de libras no youtube, caso queiram ver para ter uma noção é só colocar a palavra no youtube e do lado "Libras" são vídeos de 04 segundos. É isso, espero que gostem dessa one shoot <3.

PS: Alguns detalhes são baseados em fatos reais. 

01 de Fevereiro de 2018

Me despeço do meu colega de trabalho e logo me dirijo até a parada de ônibus, olho para o relógio, são 07:05, o que significa que em cinco minutos o meu ônibus irá passar, isso se ele não atrasar hoje, pois não estamos falando de pontualidade britânica.

Chego em minha parada um pouco ofegante, pois tive que correr um pouco para não perder o ônibus. Olho para o relógio mais uma vez, 07:09 da manhã, quando torno a olhar para a pista novamente eu consigo avistar o ônibus a caminho, todo branco com detalhes azuis ao lado, linha 118. Sou o único que pede parada, naquele horário muitas pessoas estavam indo trabalhar, mas poucas iam para a direção à qual eu moro, uma vantagem, assim o ônibus não vinha cheio. Desejo bom dia ao motorista e ao cobrador, passo o meu cartão eletrônico de passagens e rodo a catraca. Meus olhos passeiam por toda a extensão do transporte, mas eu não estou procurando um lugar vazio para sentar, na verdade estou procurando uma pessoa, e quando olha para o fundo do ônibus, na cadeira mais alta, sentado do lado esquerdo e encostado na janela está aquele que é o motivo pelo qual eu faço de tudo para não perder o ônibus das 07:10, o garoto pelo qual eu arrumei uma paixão secreta, a famosa paixão de ônibus.

Um sorriso se forma no meu rosto, mas logo disfarço assim que o olhar do garoto entra em contato com o meu, não que eu esteja assustado, mas sim nervoso. O garoto é um pouco mais baixo do que eu, tem lindos olhos e um belo sorriso, eu sei disso porque já teve a felicidade de vê-lo sorrindo uma vez enquanto parecia perdido em seus pensamentos, contudo, o que eu mais gosto nele são suas bochechas, são bem avantajadas e isso causa uma necessidade extrema de apertá-las, minha mão coça, mas eu sei que não posso fazer nada além de me imaginar fazendo isso, já que não tenho coragem o suficiente para ir falar com ele, além do mais, talvez ele não goste que apertem sua bochecha, esse pensamento me desanima.

Quando menos me dou conta, percebo que já andei metade do ônibus e ainda não escolhi um lugar para sentar, tenho muitas opções, eu quero sentar ao lado dele, a cadeira está vaga, mas e se ele não gostar de mim? Será que eu não estou alimentando algo que irá me fazer sofrer futuramente? De tanto pensar eu acabo não decidindo nada e quando menos percebo eu já estou sentado ao seu lado, mesmo que tenha outras vinte cadeiras vazias no ônibus. Se ele perceber que eu gosto dele, ótimo, assim podemos esclarecer tudo logo de uma vez.

Não demora muito para que o aroma de seu perfume invada o meu nariz, é um perfume tão doce. Me arrisco a olhá-lo um pouco, fingindo que estou querendo ver o lado de fora do ônibus, ele está com a cabeça encostada na janela, o fone de ouvido em suas orelhas, seus olhos estão fechados, então consigo apreciá-lo sem me preocupar. O sol bate em seu cabelo negro e o ilumina mais, sua boca se abre e fecha lentamente enquanto ele inspira e respira. De repente ele move a sua cabeça e logo me ajeito, voltando a atenção para a frente do ônibus, de soslaio percebo que ele me olha, logo o mesmo arruma sua postura, ficando todo ereto, ele se abraça com a mochila em seu colo. Pego o meu celular e volto a atenção para o mesmo, tentando disfarçar meu nervosismo, mesmo acreditando que não está sendo muito efetivo.

Algumas paradas depois o garoto se levanta e me olha como se quem pedisse licença, encolho as minhas pernas o máximo que o espaço me permite e deixo que ele passe. O mesmo passa delicadamente, seu joelho ainda esbarra com o meu e ele levanta a mão meio que como um sinal de desculpas, eu apenas dou um sorriso fraco e falo que não foi nada. Ele pede parada e logo desce, me deixando apenas com a lembrança de seu rápido toque e de seu cheiro que ainda ficou ao meu lado.