Acordo ao lado de Eliza, ainda estou com dores de cabeça e com um pouco de dores espalhadas pelo meu corpo, me levanto sem fazer muito barulho e vou para fora da casa.
- Ar puro é tão bom, espera aí... o que é aquilo?
Observo uma construção antiga, parecia ter sido construída a muito tempo atrás, tanto que estava até caindo aos pedaços, tinha que tomar cuidado ou podia me machucar gravemente.
- Vou dar uma olhada, pode ter algo de interessante.
Sigo a caminho da construção, quando começou a chuviscar.
- Droga, melhor eu correr.
Corro para a construção e lá me abrigo, começo a escutar pequenos sussurros vindo mais a dentro do local, decido ir ver o que era.
- Olá, tem alguém aí?
Sigo com a cautela de um assassino, bom... literalmente, de algum jeito eu me lembrava como caminhar furtivamente, vejo um cômodo completamente escuro e destruído com algo enrolado entre um pedaço de pano.
- O que é isso? - Digo desenrolando.
- Olha só, uma adaga, estranha... ela tem um frasco com um olho? Mas o qu...
Sinto meu corpo vibrar, volto a escutar sussurros na minha mente
- SAI DA MINHA CABEÇA.
Sussurros que falavam sempre a mesma coisa "Mate para saciar a sua sede por sangue." E " Você e eu vamos ser só um."
Quando de repente eu acordo no chão da construção, ouço Eliza me gritando, me levanto rapidamente e vou correndo para a direção de sua voz.- Eliza. - Digo dando um abraço apertado nela.
- Está tudo bem Sheo? Você parece assustado, aconteceu algo?
- Eu vi essa construção antiga, não consegui conter a curiosidade e entrei, escutei sussurros vindo de dentro, decidi os seguir, me deparei com uma adaga estranha porém bonita, completamente preta, sua lâmina parecia fumaça.
- Aonde ela está Sheo?
- Eu tinha encostado nela, e ai eu escutei vozes e desmaiei do nada.
- Calma meu bem, está tudo ok agora certo? Venha, vamos para casa, achei um porco no caminho para cá, quem sabe ele ainda está lá.
Sigo ela até a saída da construção.
- Ei, Eliza me desculpe, a gente ia sair hoje para procurar respostas mas eu estraguei tudo.
- Não tem problemas Sheo, coma e descanse um pouco, ei olha o porco ali, abaixa e fique em silêncio.
- Certo.
Eliza rapidamente tira uma adaga de sua bota e vai em direção do porco lentamente, ela faz um sinal para eu ir na outra direção e cerca-lo, Eliza avança encima do porco e ele corre em minha direção.
- PEGUE ELE SHEO, ELE ESTÁ INDO DIRETAMENTE PARA O ABATE.
Me preparo para pegar o porco quando me lembro que não tenho arma alguma comigo.
- ELIZA EU NÃO TENHO NADA PARA MATA-LO.
Quando de repente a voz volta na minha cabeça dizendo "Mate-o, sinta o prazer de matar novamente Sheogorath."
- SAIA DA MINHA CABEÇA SEJA LÁ QUEM VOCÊ FOR. - penso comigo mesmo.
Percebo algo estranho em minhas mãos, quando olho percebo que era a adaga da construção.
A adaga se mexe sozinha e corta a carne do porco sem nenhuma dificuldade.
- O que é você? - pergunto em minha mente.
- Olá Sheogorath. - Dizia uma voz difícil de ser descrita.
- O que você é criatura?
- Eu sou Roukashtastel, o deus da sabedoria e do desconhecido.
- D-deus? Você está mentindo, deve ser alguma criatura enganadora.
- Em breve você perceberá Sheogorath, ou devo dizer... infinito.
- Mas o que...
A voz em minha cabeça some, e a adaga em minha mão se transforma apenas em um punhal, rapidamente a escondo e pego um pedaço se pedra afiado que se encontrava ali no chão.
- Sheo, bom trabalho, nossa essa pedra é demais.
- S-sim, vamos pegar o porco e levar para dentro de casa, ele deve durar uns três dias no mínimo.
- Está tudo bem? Você parece pálido.
- Sim sim, estou ótimo, deve ser fome.
Eu e Eliza caminhamos para a cabana, eu não conseguia parar de pensar naquela adaga, quando eu a empunhei, me senti poderoso, como se nada pudesse me impedir, aquela adaga me deixava poderoso.
- Eliza, já volto, vou lá fora fazer minhas necessidades.
- Certo Sheo, não demore porque logo logo o almoço estará pronto.
- Certo.
Saio para fora da cabana e pego o punhal da adaga.
- Apareça Roukashtastel.
- Olá Sheogorath.
- O que você quer comigo?
- Nada, você apenas foi o sortudo que achou o artefato mais poderoso já feito, essa adaga foi forjada por mim mesmo, antes da minha ascensão eu depositei boa parte do meu poder nessa adaga, parte de mim vive nela, por isso você se sente poderoso e ao mesmo tempo sente uma vontade imensa de matar quando me segura em suas mãos.
- Existe algo que eu possa fazer para poder usufluir desse poder que você tem?
- Vamos fazer um contrato, um contrato bem simples Sheogorath, você mata pessoas, coisas, seres vivos em geral e pode me usar o quanto quiser.
- Só isso?
- Sim, a morte dessas pessoas farão com que suas almas sejam depositadas nesse pequeno frasco, servirá de alimento para mim, quanto mais almas mais poderosa ficará a adaga, o que você acha?
- Eu aceito seu trato.
- Ótimo, corte sua mão e passe no frasco.
- Para que?
- Para selar nosso acordo.
- Certo...
Corto minha mão com a adaga, e a banho com o meu sangue.
- Pronto, agora toda vez que vc precisar eu aparecerei, não esqueça Sheogorath, estarei sempre a te vigiar.
Novamente a adaga se contrai e volta a ser só o punhal, volto para a cabana e vejo Eliza servindo o almoço.
- Demorou Sheo, tava fazendo o que?
- Minhas necessidades.
- Acho que você tava soltando o famoso barro hein.
- Fique quieta, idiota - Digo rindo.
- Venha vamos comer, mais tarde iremos partir em busca das respostas que você tanto almeja.
Comemos, descansamos por um curto período de tempo e arrumamos nossas coisas para sair, o nosso próximo destino era Acoledo, Eliza disse que Zed era o membro mais leal e que ele foi visto pela última vez nessa cidade, tínhamos um longo caminho até lá.
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Memórias Proibidas
FantasyA história se passa em um ambiente completamente fictício, no ano de 1898. Um assassino acorda sem ideia de onde está, sem memórias, sem saber seu nome, se tem família, acorda completamente desorientado, o que você faria se tivesse no lugar dele? f...