Capítulo 1

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Para muitos aquilo pareceria uma verdadeira loucura e de fato era, mas estava sendo minha última opção para conseguir realizar meu maior sonho. 
Eu não queria um namoro, um relacionamento aberto ou que um cara sentisse algo por mim. Queria um espermatozoide certeiro que tornasse meu ventre um local habitado pela razão da qual eu existiria, queria alguém com quem eu fosse apenas transar algumas noites e após realizar o sonho de engravidar, nunca mais visse em minha frente.
Sempre fui muito organizada com relação aos meus objetivos, queria passar em um concurso público, ter estabilidade financeira, conquistar meu apartamento e ser mãe. Conquistei todos os meus objetivos, tinha uma família que me apoiava na decisão, mesmo meu pai achando um pouco estranho, e decidi arriscar. 
Não me imaginava casada, pois nunca gostei de uma pessoa a ponto de querer me prender a ela, sempre gostei de ter liberdade de escolhas e logo enjoei de todos os poucos namorados que tive, então quando decidi que queria engravidar, decidi buscar clinicas de inseminação artificial, contudo o valor alto somado a baixa probabilidade de dar certo, mesmo estando no auge dos meus 28 anos, me fizeram desistir do método. Com isso resolvei adicionar alguns aplicativos de relacionamentos ao meu celular e passei boas madrugadas curtindo e bloqueando pessoas, até que um perfil me chamou atenção. Ele tinha apenas uma foto, mostrando boa parte de seu abdômen definido, seu queixo e parte do lábio. Notoriamente não queria ser identificado, logo estaria ali em busca de algo momentâneo, assim como eu. Curti. Fui curtida. Chamei. 

- Olá! – Enviei a mensagem sentindo minhas mãos gelarem, aquela não era a primeira vez que fazia isso, óbvio, porém algo me dizia que ele era a pessoa que estava procurando a tanto tempo. 
- Oi Allice, tudo bem? – Respondeu alguns minutos depois, esperei então o mesmo tempo que ele levou para responder e digitei a próxima mensagem.
- Tudo bem Noah, e você como está? – Enviei pronta para me desligar da internet e dormir.
- Muito bem. – Respondeu no segundo seguinte. 
- O que você procura no aplicativo? – Perguntou. Eu odiava responder aquela frase, me sentia desconfortável em estar em um aplicativo de relacionamentos, algumas vezes bloqueei a pessoa para não responder tal pergunta, mas então respirei fundo e segui.
- Bem... Ainda não lhe conheço e visto que você não tem uma foto de perfil, não sei se pertence ao meu ciclo de convívio social, então prefiro me abster dessa pergunta e pedir para que você me responda ela primeiro.
- Mesmo não me respondendo a pergunta, você conseguiu ser direta, gostei disso. – Disse sem demora.
- Sou empresário e esse aplicativo localiza pessoas próximas, achei melhor me “esconder”, seria constrangedor ser fruto de comentários entre meus funcionários, mas posso lhe adicionar no Whatsapp, o que acha, lá pode ver melhor minha foto de perfil. Sobre o que eu procuro, serei sincero, sexo sem compromisso, talvez algum relacionamento aberto.
- Acho que compartilhamos os mesmos desejos, vou te enviar meu número e falamos melhor por lá, amanhã. Está tarde e preciso dormir. – Falei enviando em seguida o número de meu telefone e desliguei a internet tentando não deixar minha ansiedade vencer. 

Resolvi checar minhas mensagens enquanto ia trabalhar, entre vários grupos havia uma mensagem de alguém desconhecido. Ele. 
Sempre direto e ao mesmo tempo discreto, eu falei mais sobre minha vida do que ele sobre a dele. Sabia apenas que era empresário e trabalhava bastante, havia mudado para Porto Alegre, pois estava expandindo seus negócios no estado. Falamos por mais poucos dias, até que marcamos um encontro.

xx

- Você é muito mais bonita pessoalmente. – Ele disse assim que entrei em seu carro.
- Bom saber disso, confesso que encontrar alguém que conheci na internet me deixa um pouco insegura. – Falei sem pensar, ficando vermelha. – Mas posso dizer o mesmo de você. – Sorri sem jeito.
- É a primeira vez que faz isso? – Ele perguntou dando partida no carro e voltando para estrada.
- Sim. – Falei tímida e quis me matar em seguida, onde estava a garota decidida que queria ter um filho, o fato de nunca mais vê-lo talvez estivesse mexendo comigo. 
- Relaxa, logo a timidez vai embora.
- Sim, claro. – Falei encarando a janela, por sorte ele estava fazendo um caminho que conhecia.
- Onde vamos? – Perguntei com receio.
- Pensei em jantarmos na minha casa, encomendei sushi, você disse que gostava.
- Eu amo! – Respondi animada e pensando em como não comer como uma ogra perto dele, justo uma comida que gosto tanto.
- Então não vamos perder tempo. – Ele sorriu e piscou em minha direção.
- Está com frio? – Perguntou tocando minha coxa, me deixando ainda mais arrepiada.
- Um pouco. – Menti, estava de vestido, mas sentia calor em olhar para ele, mesmo as temperaturas começando a diminuírem durante o outono.
Ele então aumentou o ar condicionado do carro.
- Acho que assim fica melhor. – Apertou novamente minha coxa e sorriu voltando a prestar atenção na estrada. 

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