Capítulo 4

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Quando acordei Noah não estava mais lá. 
Senti uma raiva enorme de ter o levado para minha casa, de ter deitado com ele mais uma vez, queria fazer logo o teste de gravidez, queria que aquelas duas semanas que antecediam minha menstruação voassem, mas aquela era apenas mais uma sexta-feira e eu precisava trabalhar. 
Segui minha rotina normal, mais uma vez sem entrar em contato com ele, mas dessa vez, ele agiu diferente. Logo que cheguei no trabalho recebi uma mensagem de Noah. 

“Bom dia. Faça uma boa viagem hoje e não esqueça que as suas terças são minhas.” 

Respondi agradecendo e dizendo que não esqueceria. Logo vieram outras mensagens, perguntando como eu estava, como estava meu dia e assim passamos o final de semana conversando, como antes de nos encontrarmos pela primeira vez. Confesso que essa atitude dele amenizou a mágoa de ter acordado sozinha na cama. 

A terça-feira finalmente chegou e com ela um enjoo matinal que associei a ansiedade em vê-lo. Passei o dia distraída na escola, por sorte, os alunos estavam mais calmos, enviei uma mensagem paraNoah, falando que estava tudo certo e que conseguiria ficar pronto no horário. 
Ele como sempre, estava estacionando no mesmo lugar das outras vezes, me esperando. Verifiquei o relógio e esperei dois minutos para entrar no carro, consegui o ver rir no lado de fora provavelmente já imaginando o motivo de ter feito isso. 
- Agora sim, pontual. – Sorri e lhe dei um selinho. 
- Quer ir em algum restaurante? - Perguntou antes de dar saída no carro. 
- Prefiro ir para sua casa. – Lembrei dele com a loira e quis sair do carro e voltar para minha casa. - Podemos encontrar outra menina que você sai e não é muito legal. – Completei, não perderia a oportunidade. 
- Isso não aconteceria. – Ele respondeu sério. 
- Aconteceu na última quinta. – Respondi lhe encarando e percebendo um semblante cansado nele. 
- Viva mais o hoje. – Ele disse e deu dois tapas fracos na minha perna. 
- Ok. – Falei e fiquei quieta, observando o trânsito. Ele não voltou a tocar no meu corpo, também não puxou assunto. 
Entramos no elevador e ele pegou o celular, parecia concentrado no que estava fazendo. 
- Atrapalho? – Perguntei o abraçando. 
- Nunca. – Ele sorriu e beijou minha testa, estou encomendando nosso jantar. – Disse mostrando o aplicativo do ifood. 
- Hum, o que vai pedir? - Perguntei observando nosso reflexo no espelho. 
- Acho que nosso bom e velho sushi. O que acha? 
- Perfeito. – Sorri animada. 
- Você luta ou faz só musculação? – Perguntei olhando para seu braço musculoso. 
- Gosto de boxe. – Ele afirmou sem dar andamento no assunto. 
- Profissionalmente? – Perguntei já querendo pesquisar lutadores de boxe, depois percebi que ele não tinha hematomas, não poderia ser lutador profissional. 
- Não né, não tenho tempo, mas treinar me tira o stress. 
- Ah, entendi. – Falei e fiquei na ponta dos pés, dando um beijo no pescoço dele. 
- Não provoca... – Ele riu e apertou minha bunda. 
- Gosta né? – Fingi estar brava. 
- Da sua bunda? Óbvio, ainda vou entrar dentro dela, você sabe com qual parte do meu corpo. 
- Já disse que isso só vou dar para meu marido. – Desconversei, seguindo com ele até seu apartamento. 
- Você ainda vai mudar de ideia. – Falou convencido e entrou ligando um som baixo. 
Em seguida começou a caminhar até o elevador de sua casa, parei o encarando e me perguntando o que ele estava fazendo. 

- Vem! – Disse autoritário. 
- Onde? – Perguntei sem entender. 
- Elevador. – Ele disse como se fosse óbvio. 
- Mas... Acho que não estou no clima de transar no elevador. – Confessei mordendo o lábio e querendo voltar no tempo após falar aquilo. 
Ele então riu, voltou até onde eu estava e segurou minha mão, conduzindo até o elevador. 
- Clima, nós podemos fazer, acho que sou capaz de fazer você querer transar aqui, ou em qualquer outro lugar da casa, mas não foi para transar que te chamei para o elevador, foi para ir com você até o segundo andar. – Ele disse sério. Senti minhas mãos gelarem, meu coração acelerou, o que ele me mostraria no segundo andar, queria pular de alegria, sabia que estava criando expectativas, me contentando com pouco, mas estava feliz e pelo menos naquele momento, não queria me sentir culpada por minha felicidade. 
- Saímos do elevador e pude notar uma pequena sala com sofás, uma televisão ao centro e um corredor, todas as portas que conseguia ver da saída do elevador estavam fechadas.Noah abriu a porta do cômodo mais próximo de onde estávamos, era uma suíte. Haviam poucos móveis ali, uma cama enorme e confortável a primeira vista. Uma cômoda branca, tal qual a cama e uma poltrona. Alguns tapetes faziam com que o espaço livre do quarto parecessem menores. Em cima da cama havia uma caixa de tamanho mediano, tinha a cor vermelha. 
Ali fica o banheiro, é melhor do que o que costumamos usar... – Ele disse abrindo a porta e trazendo a minha vista um banheiro maior do que o que conhecia, ele era todo de mármore e havia uma banheira. 
- Aqui tem banheira. – Observei entrando no banheiro. 
- Sim, tem uma banheira. – Ele respondeu e apertou meu bumbum, ele amava fazer isso, já devia ter algumas marcas na região. 
- Tem uma sacada também. – Ele sorriu e apontou para uma cortina de cores claras, pegou um controle que estava no criado mudo ao lado da cama e apertou um botão, que abria a cortina e deixava visível uma porta janela de vidro. 
- Está frio, então não vou abrir, mas se quiser, só apertar esse botão. – Ele mostrou no controle. Nunca decoraria qual botão apertar. 
- Sim, melhor não abrir. – Eu disse sentando na cama. Não sabia o que falar, ele estava me mostrando um quarto que usaríamos para transar? Era um pouco evidente que aquele quarto não era o que ele dormia, pois parecia impessoal demais para isso. Me perguntei qual seria o dele, queria saber o segredo que Noah escondia. 
- Essa caixa é para nós. – Ele disse parecendo um pouco nervoso. 
- O que tem nela? – Perguntei, mas não me atrevi a abrir. 
- Abre. – Ele falou sentou atrás de mim, beijando meu pescoço. 
Peguei a caixa abrindo e descobrindo alguns brinquedinhos sexuais. 
- O que é isso? – Perguntei animada, tirando o que tinha dentro. 
- Essas são conhecidas como bolinhas, eu coloco em sua buceta e depois coloco meu pau ai dentro e elas estouram... Aqui alguns géis, você sabe pra que servem né? – Ele começou a explicar para que serviam as coisas que tinham ali dentro, algumas coisas eu sabia, outras nunca tinha ouvido falar. 
- Você poderia trabalhar naqueles canais de venda online, esse corpo, explicando como usar produtos de sexy shop... – Eu ri e lhe dei um beijo.
- Noah, algemas? – Perguntei boquiaberta. 
- Algemas e um chicote, se você gostar, compro outros, se não quiser, podemos colocar no lixo agora. – Disse com as mãos geladas, nunca havia o visto tão nervoso. 
- Você é sadomasoquista? – Fui direta. 
- O que? – Ele perguntou espantado. 
- É esse seu segredo, você é sadomasoquista? Você tem um quarto vermelho aqui também? – Perguntei um pouco assustada e em seguida escutei o som alto da risada dele. 
- Quarto vermelho? – Ele perguntou ainda rindo. 
- Sim, 50 tons de cinza, você nunca viu? 
- Minha mulher lia essas coisas, mas nunca parei pra ler, não gosto muito de literatura feminina. – Ele falou rindo. 
- Tua mulher? – Perguntei apavorada. 
– Noah você é casado? – Senti meus olhos marejarem. 
- Não! – Ele respondeu assustado. 
- Eu não quero falar disso, mas eu não tenho compromisso com ninguém, nem pretendo ter. – Completou. 
- E filhos, você tem filhos? 
- Por que quer saber disso? 
- Porque eu quero! – Respondi guardando as coisas na caixa, demonstrando estar irritada. 
- Não tenho, não vou ter e detesto crianças. – Respondeu. 
- Que horror. – Falei espantada. 
- Qual parte da frase? – Ele perguntou retirando da minha mão duas bolinhas de estimulação. 
- A que detesta crianças. 
- Prefiro ficar só praticando... – Ele respondeu e tirou a caixa de cima da cama. 
- Não vai guardar isso? 
- Você quer que eu guarde? 
- Sim, dentro de mim. – Falei rindo e um pouco vermelha. 

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