Capítulo 30

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🅝🅐🅜🅙🅞🅞🅝 🅞🅝

Após as intermináveis compras de Beatrice, ela nos avisou de que sua barriga estava roncando. É compreensível já que quando chegou da escola não comeu uma refeição direita. Uma pera não manteria seu estômago aquietado por muito tempo

Realmente não achei que levaríamos a tarde toda pra essas compras e eu nem consegui olhar um terno se quer. Eu devia parar de tentar passar roupa. Apesar de muito tempo andando eu não em sentia cansado, queria ir embora mas não me importava estar ali. Quando eu era pequeno a mulher que me criou me trazia pro shopping e ficava horas e horas aqui. Ela fazia aquelas intermináveis horas se tornarem as mais divertidas. Eu dizia que era seu superpoder e ela respondia, feliz, que eu era um super-herói só por conseguir aguentar tantos passos num dia só
As vezes parece que Beatrice não sabe a mãe incrível que tem. As pétalas brancas, as compras, as músicas pra dormir, os ataques de beijos repentinos...sinto saudades. Talvez se não tivesse saído dos braços deles eu não sentiria tanta assim, mas precisava

Quando ouvi a voz de Beatrice, que saia manhosa sem nenhum esforço da menina, eu tive que me segurar pra não agarrar sua cintura agora e a beija-la. Por algum motivo ela estava mais distante. Talvez seja culpa minha ou na prima do Hoseok. Acho que ela esperava uma explicação de mim sobre o dia no parque. Por mais que na teoria eu não tinha que explicar nada já que não tínhamos um relacionamento. Mas acho que ela está achando que eu sou uma pessoa horrível por tê-la beijado num dia  e saído com outra garota num outro. Eu a esclareceria tudo, só tinha que torcer para que ela acreditasse em mim. Sinto que perdi sua confiança. Espero que seja só coisa da minha cabeça

Bia: eu estou com fome. Podemos comer um pouco?

Eu: está com fome? Quer comer sushi?

Bia: não! eu quero...

Eu: você não vai almoçar sorvete. Pare com isso, não faz bem à saúde — a interrompi antes que dissesse "eu quero sorvete de morando com cupuaçu" era uma mistura que só ela gostava e, principalmente, gostava de comer mas horas erradas

Bia: como sabia que eu ia pedir isso?

Eu: conheço você

Celeb: O que quer comer? Por favor, diga uma comida de verdade, nada de sobremesas

Bia: olhem aqui, vocês não mandam em mim. Eu tenho meu dinheiro e eu vou comprar o que eu quiser

— não vai não! — eu e Caleb dissemos juntos sem a menor intenção de sair assim. Pusemos as mãos em sua cintura para que parasse de avançar até a sorveteria. Acho que não dois concordamos que ela é como uma criança quando quer algo. Sei lá, acho isso charmoso, provavelmente Caleb também já que da pra notar o interesse disfarçado de amizade dele por ela

Bia: vocês estão me irritando

Caleb: e você vai fazer o que, princesinha? Seu tapa arde mas não é o fim do mundo

Odeio a forma como ele a chama. Ela tem nome e com certeza não é "princesinha". Tem haver com o fato de que posso esconder o ciúme mas ele está aqui. Não tem nada de errado em apelidos carinhosos entre amigos, o que supostamente eles eram, mas não aprecia que era um apelido amigo. Ele a queria tanto quando eu e isso me deixava com medo

Mas enfim... finalmente a criança se convenceu de que ela não pode comer sorvete a hora que der na telha. Sushi era uma opção melhor

Nós nos sentamos numa mesa de quarto lugares e obviamente uma das cadeiras ficou vaga. Vi Beatrice indecisa de onde se sentar mas por fim se sentou ao meu lado. Por mais simples que tenha sido o gesto, me senti bem em tê-la sentada ao meu lado ao invés do de Caleb

Caleb: aí eu...vou ao banheiro. Não demoro

Com os litros e litros de limonada que o cara tomou eu me senti no direito de não achar estanho. Dava-se pra perceber que ele não queria sair dali, não queria me deixar a sós com ela. Idiota, se pensasse um pouco mais saberia que não vai acontecer nada, ela não permitiria. Minha conversa com ela no domingo a noite no jantar estava marcado no meu calendário mental. Talvez um aviso prévio seja bom

Eu: eu tenho que conversar com você

Bia: converse

Como se fosse assim tão simples. E se olhasse pra sua boca e a beijasse assim, sem mais nem menos. Eu sou decente o suficiente pra saber não é assim que deve ser e esperto o suficiente pra saber que é assim que seria

Eu: no jantar. Conversaremos no jantar

Bia: pra falar a verdade eu não sei se quero conversar com você

Eu: é sobre aquele dia no parque — como se ela já não soubesse — eu: deixe eu explicar

Bia: senhor kim, eu não sei. Até o jantar ainda tem muito tempo

Não tinha. Seria no dia seguinte de amanhã. Eu me perguntava se até lá ela conseguiria olhar em meus olhos

Percebi a menina olhando e desviando olhar de mim quase que a cada três segundos. Parecia tomar coragem pra fazer ou falar algo. Se ela soubesse o quanto eu queria que ela recebesse essa dose de coragem já teria feito o falado o que queria

Bia: você...está sujo

Eu: limpe pra mim

Eu poderia limpar se não quisesse as mãos pequenas e fininhas dela em mim
Hesitante, ela pegou um guardanapo e começou a limpar o meu rosto. Estranho...mesmo depois de já ter terminado ela ainda passava o papel no mesmo lugar parecendo hipnotizada. Eu sabia disso porque também estava

 Eu sabia disso porque também estava

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