Capítulo 2

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"Sinto muito. Sinto muito por você não ser suficiente pra mim, quando eu pensei que fosse. Sinto muito ter te amado, e gastado meu amor com você. Sinto muito ter derramado lágrimas por você. Mas sabe o que eu não sinto? Não sinto nada, ao colocar você pra fora da minha vida."

— Maria S. Martins

Depois de um minuto que pareceu mais um século de silêncio, principalmente por estar sendo avaliada de cima a baixo, no mínimo umas três vezes, Adriana resolve falar, ou tenta, por que abre e fecha a boca umas duas vezes antes de produzir som algum, mas a terceira é sempre a que dá certo.... Ou não.

— Hum... A Luna está aí? — uma sobrancelha erguida é sua única resposta. — Ela mora aqui, né? — Mais silêncio.— Será que dá pra falar alguma coisa?

Se antes já se sentia incomodada, agora rezava para um buraco se abrir no chão e ela poder se enterrar.

—Olha foi uma péssima ideia ter vindo aqui e — foi cortada no meio da frase.

— Oi.

Adriana paralisou completamente ao ouvir aquela voz grave e levemente rouca.

— Hum... Oi, eu acho?

— Acha? — um sorriso zombeteiro aparece nos lábios carnudos do estranho, e revela duas covinhas perfeitas em suas bochechas.

— É, eu acho. — ela levantou mais a cabeça, empinando o queixo ao perceber que aquele silêncio todo era troça com ela. — A Luna tá ou não?

— Depende. Da parte de quem?

— Da minha. — esse cara está se mostrando muito estúpido.

— E você é?— tudo bem, agora ela queria socá-lo.

—Adriana Monteiro. E você?

— Eu? Eu sou o Lucas. Lu para os íntimos. — disse ele com um sorriso lindo que provavelmente não era genuíno. Pena que a paciência de Drica acabara de ir pro espaço.

— Sério? Que bom. Que bom que não somos e nem seremos íntimos.

— Nossa, essa gata também tem garras — ele diz como se fosse para ser um sussurro, mas com a clara intenção de que ela escute.

— O que você disse?

— Eu disse: O que é que você queria mesmo com a Luna? — ele diz com cara de inocente e inclinando ligeiramente a cabeça.

— Quer saber? Que se dane! — ela dá a volta e anda furiosamente para o elevador. — Eu não devia ter vindo aqui mesmo. Boa noite e passar bem.

— Ei, ei calma aí.   — ele segura o braço dela.

—Me solta! — ela tentou puxar o braço, sem sucesso.

— Eu solto, mas você fica. Tudo bem?

Drica acena com a cabeça e assim que fica livre começa a ir embora novamente.

— Eu acho — Ele segura o braço dela firmemente. — Que você não entendeu a parte do ficar. — ele diz olhando nos olhos dela, quando a imobiliza entre a parede e seu próprio corpo.

— Quem é você?

— Eu já disse, eu sou o Lucas. — quando ela apenas o encara com raiva ele solta pesadamente o ar e completa — Eu sou irmão da Luna. Feliz?

Ela estreitou os olhos, e continuou em silêncio.

— Agora, quer me explicar o porquê de estar andando na chuva, mais de dez da noite e sozinha?

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⏰ Última atualização: Jan 25, 2019 ⏰

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