"Sinto muito. Sinto muito por você não ser suficiente pra mim, quando eu pensei que fosse. Sinto muito ter te amado, e gastado meu amor com você. Sinto muito ter derramado lágrimas por você. Mas sabe o que eu não sinto? Não sinto nada, ao colocar você pra fora da minha vida."
— Maria S. Martins
Depois de um minuto que pareceu mais um século de silêncio, principalmente por estar sendo avaliada de cima a baixo, no mínimo umas três vezes, Adriana resolve falar, ou tenta, por que abre e fecha a boca umas duas vezes antes de produzir som algum, mas a terceira é sempre a que dá certo.... Ou não.
— Hum... A Luna está aí? — uma sobrancelha erguida é sua única resposta. — Ela mora aqui, né? — Mais silêncio.— Será que dá pra falar alguma coisa?
Se antes já se sentia incomodada, agora rezava para um buraco se abrir no chão e ela poder se enterrar.
—Olha foi uma péssima ideia ter vindo aqui e — foi cortada no meio da frase.
— Oi.
Adriana paralisou completamente ao ouvir aquela voz grave e levemente rouca.
— Hum... Oi, eu acho?
— Acha? — um sorriso zombeteiro aparece nos lábios carnudos do estranho, e revela duas covinhas perfeitas em suas bochechas.
— É, eu acho. — ela levantou mais a cabeça, empinando o queixo ao perceber que aquele silêncio todo era troça com ela. — A Luna tá ou não?
— Depende. Da parte de quem?
— Da minha. — esse cara está se mostrando muito estúpido.
— E você é?— tudo bem, agora ela queria socá-lo.
—Adriana Monteiro. E você?
— Eu? Eu sou o Lucas. Lu para os íntimos. — disse ele com um sorriso lindo que provavelmente não era genuíno. Pena que a paciência de Drica acabara de ir pro espaço.
— Sério? Que bom. Que bom que não somos e nem seremos íntimos.
— Nossa, essa gata também tem garras — ele diz como se fosse para ser um sussurro, mas com a clara intenção de que ela escute.
— O que você disse?
— Eu disse: O que é que você queria mesmo com a Luna? — ele diz com cara de inocente e inclinando ligeiramente a cabeça.
— Quer saber? Que se dane! — ela dá a volta e anda furiosamente para o elevador. — Eu não devia ter vindo aqui mesmo. Boa noite e passar bem.
— Ei, ei calma aí. — ele segura o braço dela.
—Me solta! — ela tentou puxar o braço, sem sucesso.
— Eu solto, mas você fica. Tudo bem?
Drica acena com a cabeça e assim que fica livre começa a ir embora novamente.
— Eu acho — Ele segura o braço dela firmemente. — Que você não entendeu a parte do ficar. — ele diz olhando nos olhos dela, quando a imobiliza entre a parede e seu próprio corpo.
— Quem é você?
— Eu já disse, eu sou o Lucas. — quando ela apenas o encara com raiva ele solta pesadamente o ar e completa — Eu sou irmão da Luna. Feliz?
Ela estreitou os olhos, e continuou em silêncio.
— Agora, quer me explicar o porquê de estar andando na chuva, mais de dez da noite e sozinha?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Escolha e Consequência
RomanceAdriana é uma mulher independente, que nunca esperou por ninguém para correr atrás de seus objetivos. Mas às vezes é necessário entender que nem tudo é feito por nossa conta. Um relacionamento, por exemplo, é uma via de mão dupla, onde uma pessoa nã...