I. Needed Me

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— 65,67,68... Onde está o número 69?

Jinyoung contava cada livro e os empilhava cuidadosamente na estante conforme suas numerações.

O jovem estudante fora chamado para ser bibliotecário-chefe da Yonsei University enquanto ainda estava no primeiro ano de seu curso, literatura estrangeira. Embora tenha conseguido tal cargo grande parte por ser filho do Park Eunyoung, diretor e um dos CEOs da universidade; também o conseguiu devido suas consecutivas posições de melhor aluno.

Park Jinyoung realmente amava ler, livros eram sua única forma de se sentir livre, livre de sua realidade, livre de sua própria mente. Portanto, desde então, cuidava daquele local como se fosse sua própria casa, mesmo após três anos.

— Não olhe pra mim! Eu já devolvi todos que peguei hoje. — em frente ao balcão do bibliotecário.respondeu o estudante de roupas largas e cabelos negros. Ele guardava seus materiais em uma mochila.

— Desculpe, Jaebum, mas é que só sobrou você aqui na biblioteca. Ah... Esses alunos ainda vão me deixar louco! — disse enquanto tirava o óculos que usava apenas na biblioteca e esfregava a testa nas mãos, cansado.

Im Jaebum era amigo de Jinyoung desde os tempos de ensino médio, afinal, ele era apenas meses mais velho que o bibliotecário. E agora, com ele cursando Música na Yonsei, continuavam a se ver diariamente. Principalmente neste dia, sexta-feira, em que Jaebum ficava até o horário de fechamento da biblioteca para ajudar o amigo e depois iam beber algo na loja de conveniência.

— Quem sabe você não esqueceu de computar um empréstimo no sist... — parou no meio da frase ao sentir o famoso olhar repressivo do mais novo. Jinyoung nunca esquecia de computar os livros, inclusive, checava mais de três vezes se havia o feito, e Jaebum sabia disso.

Por insistência de Jinyoung, os dois procuraram o livro em todos os cantos possíveis e impossíveis. Não estava lá.

— Vamos lá, Jiny. Não tem nada que você possa fazer... Amanhã nós contamos à Madame Bofrey o que aconteceu, você não tem culpa se algum engraçadinho resolveu furtar a própria universidade.

— Ah claro, tudo bem... Ela já não gosta de mim, vai ser a oportunidade perfeita para ela sair falando pros quatro quantos como eu sou incompetente e que só consegui trabalho aqui por causa do meu pai! — bufou, irônico.

— Aquela mulher só tá esperando a encomenda do caixão chegar! Dois pulos e ela bate as botas, totalmente inofensiva ao metódico e perfeccionista Park Jinyoung. - riu, tentando animar o amigo.

— Aghhh... Quando eu encontrar o sem noção que fez isso, ele vai receber a pior punição que eu puder dar, você vai ver.

Por fim, o mais novo teve que admitir que o livro não estava lá e não adiantava continuar a procurar. Assim, após trancar as portas, os dois foram ao comum happy hour.

◽️◽️◽️

Pela manhã, Jinyoung - como de costume - foi o primeiro a chegar. Abriu as gigantes portas de madeira envernizada e sentiu o cheiro de livros entrar em seus pulmões, abriu as cortinas e deixou com que os raios de sol matutinos entrassem no recinto. Estava de bom humor, até que se lembrou que tinha um problema a resolver. "Mas nada adianta fazer agora, Madame Bofrey chega apenas após o almoço... Aquela velha folgada", pensou irritado.

Como ainda era cedo, o movimento estava menor, o que permitia que o jovem se concentrasse em seu trabalho, em meio a inúmeros corredores apertados e prateleiras repletas de livros.

Foi em um desses que ele se encontrava quando sentiu alguém colocar um livro na prateleira a cima de sua cabeça, esticando os braços para além de seu rosto. Ao levantar o olhar, automaticamente seus olhos foram para o livro que tinha acabado de ser posto, "Dorme bem, lobinho" com a etiqueta amarronzada "69".

FETICHE | Jingyeom [hiatus temporário]Onde histórias criam vida. Descubra agora