Se houver algum erro, já vou me desculpando ;)
Aquelas duas crianças pequenas frente a mim. Eu precisava me salvar e salvar elas. Eu não sabia como fui parar naquela situação.
- Garota tem sua revista de como fazer gelatina sem bebida alcoólica – Apontei para a garota. Continuei, me direcionando ao garoto ao lado – E Garoto tem sua revista de como colocar bebida alcoólica em uma gelatina.
Estávamos prontos para sair daquele abrigo que faltava suprimentos. Aquelas crianças comiam tudo que viam pela frente. Não adiantava esconder comida delas. Elas sempre achavam.
- Acredito que tenham tudo. E quando estiverem lá fora, por nenhuma razão sequer vocês podem tirar a venda. NENHUMA. Fui claro? – Perguntei e eles concordaram – Alguém tem alguma pergunta?
A garota ergueu a mão.
- Posso ir ao banheiro?
- Pode – Apontei para ela ir logo – Garoto, vai querer ir também? – Ele fez que não para mim.
Eu estava arrumando as últimas coisas enquanto a garota demorava como se estivesse enchendo o Titanic de água. Eu peguei comida (o que sobrou dela), peguei uma corda, um fio que pra me mover na floresta, uma arma, e eu não posso me esquecer de levar a minha caixa com meus Garnisés (galos pequenos). Foram as únicas aves que achei.
A garota voltou, mas sem a venda na cabeça. Gritei com ela. Se estivéssemos lá fora, estaríamos mortos por culpa dela. Ou, deixaria ela morrer por conta própria. Ela voltou correndo para o banheiro. A venda estava úmida e com um cheiro estranho. Enquanto eu segurava a venda para colocar na cabeça dela, eu a encarava pra ver se ela notava que havia derrubado aquilo dentro da privada e que me entregou me fez segurar a arma que eu mataria ela, se não precisasse de oferenda no caminho para o próximo abrigo.
- Todos prontos agora? – Falei depois de colocar aquela venda úmida na cabeça dela.
O garoto ergueu a mão.
- Que foi?
- Preciso ir ao banheiro.
Eu o encarei com tanta força. Apontei para o caminho do banheiro. Comecei a fazer meu mantra de sempre para aguentar aqueles animais: Deixar eles vivos, me deixará vivo.
- Não tem papel higiênico! – Ele gritou lá do banheiro.
Acho que terei que gastar algumas poucas balas restantes da minha arma.
Cinco anos antes.
Eu abri os olhos. Mais uma segunda feira irritante. Olhei para o meu teto incrivelmente branco. Eu costumava o encarar propositalmente só para chegar atrasado ao meu trabalho.
- Acabei de varrer a calçada! – A vizinha velha e chata novamente reclamando às sete da manhã – De onde veio esse vento e essas folhas?
Quando não está varrendo a calçada, está falando mal dos outros. Quando não está falando mal dos outros, está sujando a calçada dos outros.
Fiquei olhando para o teto e ouvindo um pequeno alvoroço lá fora. Fui me mudar pra uma vizinhança bem esquisita. Ouço pessoas correndo e berrando. Barulho de carros patinando. Aposto que é outro arrastão.
- Que isso?! Meus olhos! – A velha gritou de novo.
Agora fiquei preocupado. Olhei pela janela. Uma zona total. Pessoas correndo. E a minha vizinha erguendo a vassoura e... ELA ENFIOU O CABO DA VASSOURA NOS OLHOS DELA?
Corri para fora. Fui tentar ajudá-la. Pulei o pequeno muro que separava nossas casas. Fui em direção a ela. Ela estava caída e seu sangue se espalhava sujando toda a sua calçada branca em um quintal perfeito e sem portão. Ela se mataria se visse a mancha de sangue que ficaria pra sempre aqui, mas ela já se matou.
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Se Eu Estivesse Em Bird Box
FanfictionUma história de capítulo único feita com humor, demonstrando como seria se eu estivesse no filme Bird Box. Algumas partes são as do filme, e outras são as que escrevi. Encare essa obra como se fosse uma paródia.