Introdução

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Andando apressadamente pelas ruas vazias de uma cidade, às 2:56 da madrugada, uma mulher loira, aparentemente não muito bem economicamente, porém com um belo vestido florido, de cor azul, tenta aos tropeços chegar à um local chamado Death Of Demons.
Chega em frente à um prédio, afastado da cidade, num local quase inabitado, e vê então uma placa de letras vermelhas acima da porta escrita, Death Of Demons, e então toca a campainha. As portas se abrem quase no mesmo momento em que soltou o botão, assustando-a um pouco. Percebendo que a porta não havia sido aberta por ninguém, pelo menos que ela estivesse vendo, ela resolveu chamar:

- O-olá?- disse com a voz trêmula- T-tem alguém aí?

Sem resposta.

- E-eu...- A mulher juntou fôlego, como se estivesse acumulando coragem- Eu preciso de ajuda... E... Soube que esse local seria onde eu conseguiria.

Por pelo menos sete segundos, permaneceu o silêncio, mas após, ouve-se uma voz masculina:

- Tá legal... Entre.
Assim que a mulher coloca seus pés para dentro do local, as portas se fecham lentamente, e se trancam sozinhas. A jovem estava assustada, mas ainda assim seguiu pelo corredor negro, e virou à porta à esquerda, e se deparou com um tipo de escritório, uma mesa velha de madeira, e logo atrás sentado, um homem de roupas cinza claro, desde a calça, até a camisa, cabelos pretos, e olhos castanhos escuros, e estava comendo um pedaço de bolo.

- Aproxime-se, e sente, se achar necessário- Disse o homem de aparentes 23 anos.

A mulher se aproxima e se senta na cadeira.

- Qual é o problema?- Questionou o homem.

- M-meu marido...- A mulher dizia, com a voz ainda trêmula, e com lágrimas brilhando em seus olhos.- Ele... Até a semana passada, ele era um homem muito bom, e gentil, raramente ficava zangado, mas começou à sair à noite, e nunca me dizia onde ia, isso foi do nada, e depois de alguns dias, começou à ficar agressivo e violento. Eu achei que ele estivesse envolvido com drogas, ou bebendo muito, mas uma noite eu...- Ela parou limpando as lágrimas que percorriam por suas bochechas rosadas, desmanchando sua maquiagem.

- Por favor, continue. Quer um copo d'água?

A mulher assentiu com a cabeça."
O homem foi até uma geladeira atrás de si, e pegou um copo e uma garrafa com água, colocou na mesa e serviu a mulher.
Ela bebeu a água e então depois de suspirar, continuou:

- E-eu segui meu marido, e ele foi até uma fábrica abandonada, e estava junto com outros 5 homens encapuzados de preto, havia também...- Ela quase chorou novamente, mas se conteve- Havia... Oh meu Deus... Haviam dois corpos humanos, eles estava nús e esticados sobre o chão, dentro de um círculo preto, e... Eu vi meu marido vestindo um desses capuzes, e pegar uma faca... Ele... Cortou...

O homem estendeu a mão para a mulher, em sinal dizendo para parar.

- Eu já entendi. Pule essa parte, eu sei que está sendo difícil para você.

- E-eu d-depois que vi aquilo, saí correndo desesperadamente, e acabei fazendo barulho, e então... Meu próprio marido me perseguiu com uma faca, e ele conseguiu me pegar, e quando olhei em seus olhos, eles estavam... Negros. Aquele não era meu marido, eu sei que não era...

- Entendo... E como você escapou dele?

- Eu não sei. Ele simplesmente me soltou, e voltou para lá. Por favor, precisa me ajudar, é só questão de tempo para que eu e meus filhos nos tornemos corpos para aquele ritual também...

- É... Tem razão, vou ajudá-la, mas... Meus serviços não são baratos.

- Eu sei.- Disse ela abaixando a cabeça- Mas estou disposta à pagar para ter meu marido de volta.

- E onde estão seus filhos?

- C-com meus pais, em outra cidade, m-mas ele, ele sabe disso, ele vai querer ir atrás deles, por favor, me ajude, por favor.- Ela implora chorando, dessa vez sem se conter.

- Tá bem... Me leve até sua casa.- disse ele enquanto se levantava, e um sobretudo negro se formava do nada, deixando a mulher um pouco mais assustada.
A mulher enquanto levava o homem até sua casa, se apresentou como Ana Paula, enfermeira, e então o homem fez o mesmo com seu nome de Takeshi, caçador de demônios.
Chegando na casa, a mulher abriu o portão, e convidou o caçador para entrar, e ele o fez. Assim que entrou, logo sentiu uma terrível energia negativa que rondava a casa, e era pesada o suficiente para deixar qualquer um com sensibilidade espiritual, tonto, porém aquilo não era nada para Takeshi.
A mulher arregalou os olhos ao perceber que seu marido estava lá, desacordado no sofá, quanto ao caçador, não ficou surpreso. O homem acordou lentamente, e com uma aparente dor de cabeça, e então olhou para a mulher, e viu o caçador logo atrás. Pensando que era um amante, ele se levantou furioso.

- ENTÃO É ISSO QUE VOCÊ FICA FAZENDO QUANDO NÃO ESTOU EM CASA SUA VADIA?- Disse o homem, magro, alto, cabelos castanhos, olhos azuis, pele clara, camisa branca rasgada e com manchas vermelhas, e um fedor pútrido.

Ele partiu para cima de Takeshi com toda sua fúria, porém a mulher entrou na frente, tentando explicar e pedir para ele parar, mas o homem simplesmente estendeu sua mão, e tentou acertar o rosto de sua esposa, porém este, foi segurado pelo caçador.

  O homem, então segurou o braço de Takeshi, e tentou puxá-lo para trás, porém não moveu um músculo do caçador que o analisava, e então fez um movimento com a mão, lançando seu agressor no chão.
Levantou então seu dedo indicador direito, e disse:

- Guang Jinghua! ( Purificação da luz!)

Dizendo isto, um brilho intenso se espalhou pela casa, exterminando totalmente aquela energia maligna que antes à possuía.
A mulher sentiu-se leve, e o clima tenso e pesado foi substituído por paz.

- O- o que você fez? - Questionou ela.

- Purificação da luz, acabei com a energia demoníaca que cercava essa casa. - Explicou Takeshi.

- Então... Meu marido voltou?

- Não, preciso dele para descobrir a fonte disso tudo, porquê se não de nada adiantará, ele vai sempre voltar à esse estado.

- Por favor, resolva isso logo.

- Não se preocupe, resolverei.

Caçador das sombras: Ressurreição de AvarelOnde histórias criam vida. Descubra agora