Capítulo 20- Marcas no corpo e na alma

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"Reza, reza para não aparecer alguém melhor enquanto você brinca de não saber o que quer."

Narração Dylan*

Acordo cedo, o relógio marcava 7:33, levanto nu e começo a pegar as minhas roupas no chão, visto as enquanto Helena dorme, depois de pronto vou para a cozinha a procura de algo para comer, pego uma maçã e caminho para a porta, saio sem avisar ela, entro no carro e dirijo dr volta a mansão,

Aconteceu
Minha vida estava no lugar
Tudo parecia se encaixar
Foi quando eu te vi
Escureceu
Tudo que era verdadeiro em mim
Num instante foi chegando ao fim
Foi quando eu te vi

Entro no meu quarto, o que era para ser meu e de Cecilia, vou direto para o banheiro, era disso que eu precisava, um banho, mas quando saio do chuveiro paro em frente ao espelho e olho meu reflexo, puta merda, ela me marcou de novo, arranhões no meu pescoço, fora o chupão que está mais fraco mas ainda está ali, enrolado na toalha da cintura para baixo, na cômoda pego meu celular e disco para ela,

- Oi amor,

- Porque fez isso Helena? - Eu estava furioso,

- O quê?

Se faz de desentendida,

E as loucuras dentro do cinema
Aquela linda cena que a gente viveu
E num quarto de motel barato
O espelho enfumaçado e um recado seu
Uma paixão de contos literários
Você é julieta e eu o seu romeu
Um amor proibido, em sigilo que faz bem

- O meu pescoço, porque me marcou como se eu fosse um animal de sua propriedade? E não minta para mim, sei que foi para que Cecilia veja,

- Ela precisa saber que você tem dona, que tem uma mulher de verdade ao seu lado e que supri suas necessidades, você não precisa dela.

Fecho os punhos.

- Você não é minha dona, nunca foi e nunca vai ser, essa é a última vez que você me marca, da próxima eu te tiro do MEU apartamento, entendeu?

Ela fica em silêncio.

- Entendeu?- Repito com raiva na voz,

- Sim.

Finalizo a ligação em seguida.

Você me arranha
E no final de tudo sou eu quem apanha
Inventando sempre uma desculpa estranha
Pra disfarçar as marcas desse nosso amor
Para por favor, 'to falando sério
Pra que se apressar em revelar o mistério
Se existe sentimento não é adultério
Você sempre soube que eu já tinha alguém
Não venha com chantagem me fazer refém

Visto rouoas limpas e vou até o quarto da Cecilia, precisávamos entrar em um acordo, não daria para continuar assim vivendo como se fossemos matar um ao outro a qualquer hora, tento cobrir o máximo que posso os arranhões com a gola da camisa, não quero mais morivos para discussões, ontem eu fiquei zangado pela recusa dela mas passou, hoje é um novo dia certo?

- Cecilia por favor, abre a porta.

Peço batendo várias e várias vezes.

- A patroa não está.

Uma das empregadas aparece.

- E onde ela está?- Porque era muito cedo para ela já estar na rua.

- Ligaram de madrugada do hospital Senhor, parece que o pai dela piorou e..não passava dessa noite.

Merda. Praguejo baixo.

- Ela está lá desde de manhã?

Ela faz que sim.

Porquê ela não me ligou? Eu t

Não venha com chantagem me fazer refém não, não, não 
Não, não, não

Dirijo até o hospital, procuro por ela nos corredores e quando a vejo travo, ela está caida no chão, o rosto entre as pernas,

- Cecilia. - Chamo.

Ela me olha, seus olhos estão inchados   e as bochechas também.

- Ele morreu. Perdi meu pai.

É o que ela diz.

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