Capítulo 04: Segredos
- Então... - Darwin colocou a mão no queixo, o que era seu hábito. - Então ele é cego, extremamente veloz e forte... interessante.
- Vocês só podem ter perdido a cabeça - Crystal ficou indignada. - Vocês querem que eu engula que existe um monstro de dois metros que escuta até mesmo um alfinete caindo no chão?
- É isso mesmo - Diana, que tinha seus olhos verdes fixados no chão, disse. Ela estava com uma expressão assustada e vazia. - Se quiser entrar lá dentro para testar, eu não protestaria.
Crystal fechou a cara, e balançou a cabeça negativamente. Darwin se sentou junto de Jonathan e Diana.
- Eu pedi para que todos retirassem coisas dos bolsos, para tentar achar algo útil para nós - ele disse, vendo as pessoas ao redor retirando os suprimentos da enorme mochila e as crianças que restavam, assim como os mais fracos dali, comendo algumas comidas que estavam embaladas em um recipiente plástico. - Temos poucas coisas, provavelmente são inúteis, mas de qualquer forma... temos um guardanapo, canetas, um marcador permanente, peças de xadrez e dois celulares. Eram três, com o da Diana, mas com o ocorrido, o número diminuiu.
Darwin olhou ao redor, encarando as portas. Elas se posicionavam uma em cada parede, o que era estranho, pois os cientistas haviam mencionado cinco portas. E somente se viam quatro.
- Algum de vocês poderia tentar descrever o monstro? - Darwin indagou. - E também algumas características importantes dele. Precisamos disso, caso eles existam em todas as outras portas.
Jonathan olhou para Diana, que se encolheu. Ele não estava a reconhecendo, mas entendia completamente. Ela estava assustada, e estava prestes a chorar desde que eles saíram daquele lugar. Ela suspirou.
- Não contem comigo, eu não quero lembrar daquela... coisa - ela virou o rosto e abraçou os joelhos. - Talvez o Yan. Ele deve lembrar de cada detalhe asqueroso daquele maldito.
- Sério? - Erwin se aproximou. - Vocês vão confiar numa criança de doze anos desenhando?
- É nossa única chance - Darwin deu de ombros.
- Ele tem memória fotográfica - Jonathan ressaltou.
- Mas ele não sabe desenhar! - Erwin protestou.
Yan apenas encarava a discussão do outro canto da sala. Seus lábios estavam sujos do molho que contia na comida. Ele se aproximava devagar.
- Eu posso desenhar - Stephan disse.
- Olha só, alguém tem alguma utilidade aqui - Crystal comentou.
Jonathan respirou fundo. Cada segundo que se passava naquela sala, odiava mais ainda aquela garota ruiva idiota.
Enquanto Yan e Stephan se sentavam no chão e pegavam o guardanapo e a caneta para tentar desenhar e descrever o máximo que sabiam do monstro, Susie se aproximou de Jonathan, mexendo seu óculos como uma mania quase doentia.
- Com licença, Jonathan - ela disse, colocando seu cabelo preto-azulado atrás da orelha. - Tem um minuto?
- Bom... eu não vou a lugar algum - Jonathan tentou rir, mas apenas um barulho estranho saiu de sua garganta.
- Quantos de você, mais ou menos, o monstro dava? - ela indagou.
- Hm... - Jonathan respirou fundo. - Acho que... dois e meio.
- E qual sua altura?
- 1,58.
- Então vamos dizer que dá aproximadamente 3 metros de altura, certo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Confinados
Science FictionDarwin sempre foi acostumado com ambientes fechados e situações pertubadoras, mas nunca se imaginou acordando num lugar escuro e fechado com mais 19 pessoas junto. Depois de informados da situação, Darwin agora sabe que foram escolhidos para um expe...