tic-tac

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estrelas ao pé da montanha, minhas lágrimas a pintar o céu em um complemento melancólico e cobertas envoltas do meu corpo a suar frio. quando será que ela volta?

três da manhã. a cidade assiste em silêncio meu constrangimento e tento pensar em folhas de camélia e cheiro de seiva. saudades dos tempos de 59. eu, a fazenda e o balanço no topo da laranjeira de cheiro cítrico e convidativo. quem me dera poder ser dona do tempo e pedir permissão a deus.

está tudo correndo de acordo e por isso não deveria me preocupar. o relógio pendurado na parede oposta ao guarda-roupa parece não se conter e se entrega ao ritmo desesperador de ventos fortes e passados distantes a cada segundo que inspiro ou expiro.

uma cidade inteira é grande demais para a garota de olhos arregalados.

essa certamente é a hora errada. 

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