Capítulo Único

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Chanyeol encarava a fachada amarelinha da casa com um semblante cansado, os ombros tensos pelo esforço que o trabalho lhe cobrava e a roupa toda suja de graxa, assim como as mãos grandes e calejadas. No entanto um grande sorriso enfeitava seus lábios, e o brilho saudoso em seu olhar denotava o quanto estava feliz. Finalmente estava em casa depois de um dia puxado na oficina e uma semana que foi capaz de sugar todas as suas energias, agora poderia aproveitar todo o final de semana para descansar e passar um tempo descente com seu ômega e seu filhote.

Entrou a passos mansos e leves dentro da casa, pois não sabia se o filhotinho do casal estava ou não acordado, tirou com cuidado as botinas pesadas e sujas para que estas não sujassem o chão limpo. Sentiu o cheiro bom do jantar que emanava da cozinha da casa, sorrindo ao ouvir a voz doce e bonita do marido cantarolar uma música qualquer, enquanto provavelmente terminava a refeição de ambos. Cruzou o caminho da sala até a cozinha, reparando em alguns brinquedinhos que estavam jogados em cima do tapete no centro do lugar, aquelas imagens preenchiam seu corpo com uma grande sensação de aconchego e felicidade, pois demonstrava que depois de grandes tombos que a vida lhe dera agora possuía uma família linda e amorosa; ter um filhote sempre fora um dos maiores sonhos do casal, mas a situação não era tão fácil para ambos, Baekhyun tinha dificuldades em engravidar, e sempre se sentia imensamente triste depois de perder o feto ainda nas primeiras semanas. Foram cinco anos tentando levar uma gestação para frente, e a cada tentativa falha Baekhyun sentia seu mundo desabar, assim como Chanyeol que já não sabia mais o que fazer para tirar toda aquela tristeza sem fim do marido, queria que ele entendesse que jamais iria largá-lo por não conseguir engravidar, muito menos o culparia de algo, afinal sabia que a culpa não era do ômega, coisas assim simplesmente acontecem e não há nada que possa ser feito para impedir, continuaria amando-o e respeitando-o com filhotes ou sem filhotes, e para isso também não haveria nada a ser feito. Amava-o intensamente e isso jamais poderia ser desfeito. Entretanto, para a felicidade de ambos há exatos um ano e três meses atrás descobriram uma nova gravidez, que para alegria de todos chegou até o final, dando a luz ao pequeno Jaehyun, um ômega de cabelos pretinhos e olhos azuis, iguais aos de Baekhyun.

Encostou-se no batente da porta, admirando o biquinho amável que o mais novo fazia para experimentar o sabor da comida, supôs que ele realmente estivesse concentrado, já que não havia sentido sua presença e muito menos seu cheiro na cozinha.

– Bae? – chamou com a voz um tanto mais grossa e rouca pelas horas em desuso.

– Jagi! – se assustou levemente, desligando o fogo e correndo em direção ao marido, jogando-se nos braços fortes do mais velho. – Você chegou mais tarde hoje meu amor. – selou os lábios grossinhos, sentindo seu lobo interior agitado, choramingando pelas saudades e por finalmente estava sentindo o corpo e a presença de seu alfa.

– Desculpe jagi, acabei ficando um tempo a mais no trabalho hoje, o chefe pediu. – selou a testa do menor, descendo a cabeça até o pescoço sensível do marido, fungando perto das glândulas aromáticas para poder sentir de forma profunda o cheiro doce que ele emanava. – Meu ômega é tão cheiroso... – disse carinhoso, sorrindo com direito a covinhas ao ver o mais novo esfregar a cabeça em seu peito de forma manhosa, buscando um pouco de atenção e carinho.

– Você também é tão cheiroso alfa, senti tanta a sua falta. – choramingou baixinho, feliz por poder sentir o cheiro forte e amadeirado que o mais velho tinha.

– Eu também senti sua falta meu ômega. – espalhou alguns selares carinhosos no rosto meigo. – Mas eu estou todo sujo de graxa vou acabar sujando você desse jeito. – afastou o corpo menor contragosto, mas não gostava de sujá-lo ou permanecer na presença do outro estando sujo daquele jeito.

– Você sabe que eu não ligo para isso meu amor, mas você deve estar cansado... Não gostaria de tomar um banho para que pudéssemos jantar? - perguntou afetuoso, um tanto tristonho por ter tido de se afastar do corpo do mais velho.

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