I like your sound

𝑓𝑖𝑟𝑡𝑠 𝑎𝑛𝑑 𝑙𝑎𝑠𝑡

     — Hwang Hyunjin hyung! — Exclamara rapidamente, aquela frase era seu mais cotidiano e já decorado trava-línguas. Porque sim, tinha de repreender seu namorado frequentemente, já era uma rotina, mas não é como se fosse um costume unilateral, muitas vezes, Hyunjin também tinha seus motivos; Como nas vezes em que o mais novo demorava - todos os dias - para irem a escola juntos, e deixava o moreno do lado de fora, esperando por longos e tediosos minutos, afirmando que estava pronto e prestes a descer a cada segundo que fosse-lhe cobrado pelo mais novo, toda manhã uma discussão diferente, sempre o mesmo motivo. Não pense que por este motivo não tinham uma relação saudável, na verdade, não só Hyunjin, mas também como os amigos do casal, acreditava que aquelas briguinhas frequentes os fortaleciam de alguma forma, talvez já estivessem preparados até mesmo para lidar com um casamento, ainda assim, o amor que sentiam um pelo o outro se sobressaía notavelmente. — Sim, amor? — Hwang, que encontrava-se relaxadamente deitado sobre um puff circular, fizera-se de desentendido, não que soubesse de fato o que havia feito, mas dentro dos primeiros segundos em que ouvira a primeira sílaba de seu nome, dita pela adorável e irritadiça voz do namorado, pudera imaginar não só um, mas inúmeros motivos para ser repreendido. — Quantas vezes já não te disse para não deixar a toalha molhada em cima da minha cama? — Incontáveis, ele havia dito incontáveis vezes. Ainda assim, Hyunjin não aprendia, nem fazia questão, tudo isso porque gostava de irritar ao namorado, que tornava-se ainda mais adorável - se possível - quando provocado, e bem, Hyunjin gostava de provoca-lo de inúmeras maneiras.

      — Desculpa, não vai acontecer de novo — Afirmou, quando prometia, era sério. Revezava as diversas maneiras de irritar ao Yang, algumas vezes fazia naturalmente, outras vezes propósito, mas todas acabavam no mesmo desfecho, alguns ‘amassos como tratado de paz entre o casal e cantoria. Jeongin não admitia, mas achava valer a pena, em vista que as discussões eram visivelmente tolas, Hyunjin as provocava por pura diversão. — Senta aqui. — Pediu pacificamente, dando batidinhas sobre o próprio colo, enquanto que Jeong o observava centímetros distante, tendo os braços adoravelmente cruzados e o cenho franzido, sabendo o quão irresistível seu namorado era e o quanto não poderia nega-lo quase nada. Resolveu obedece-lo, novamente, como de costume. Sentou-se sobre o colo do mais velho, demorando propositalmente em ajeitar-se sobre o mesmo, era uma de suas formas de retrucar as provocações de Hyunjin. — Idiota. — Resmungou, antes de contornar o pescoço alheio com seus braços, deitando a cabeça sobre a curvatura que ligava o pescoço ao ombro de Hyunjin, aquele cantinho era praticamente seu espaço de moradia, tanto que encontrava-se arroxeado; Não que Jeongin precisasse marcar território, mas fazia por prazer e entretenimento próprio, Hyunjin não reclamava, pois adorava aquela maniazinha do namorado.

    — Me alcança o ukulele, 'mô? — Pediu preguiçoso, com aquela expressão que todos bem conhecessem, todo mundo tem um alguém em sua vida que demonstra aquela mesma expressão antes de um pedido, um favor. Hyunjin era aquela pessoa na vida de Jeongin. Jeongin fizera uma careta, por conta da gíria proclamada por seu hyung, que aparentemente, estava passando tempo demais no twitter, mas não reclamaria, até que gostava. Como fora pedido, esticara seu corpo um tanto para a direita, assim podendo alcançar o pequeno instrumento, guardado em sua capa protetora, recostado à lateral do guarda-roupa consideravelmente organizado do Yang. Ambos sabiam tocar, mas Hyunjin quem dominava o instrumento, por tocar com frequência, por meio daquele instrumento - som, do próprio Yang - que fizera sua primeira confissão e jura de amor, a primeira entre muitas que vieram e ainda mais que estão por vir. O Hwang estalou a língua satisfeito e animado, seu namorado afastou-se um pouco de seu tronco, para que pudesse dar espaço às mãos habilidosas - em todos os sentidos da palavra - de Hyunjin, que ajeitaram-se sobre o instrumento.

"You know I can paint the world
Sitting there in black and gold
You’re the perfect chemical
I gotta test I gotta know
You know I’m no criminal
But I could take your heart and go
You’re the perfect chemical
I gotta test I gotta gotta..."

     A forma na qual as palavras sutilmente deixavam a boca do moreno, para caminharem - ainda com suavidade - aos ouvidos do acastanhado era doce, tudo era doce, desde a voz melódica de Hyunjin, até seus lábios naturalmente atraentes, ou até mesmo seus sentimentos, eram quase como o açúcar em si, talvez por isso o grupo de amigos do casal ficasse frequentemente enjoado perto de ambos, porque eram muito doces. Jeongin gostava de ter a voz do namorado dedicada somente a si, seu peito enlouquecia, por mais que fosse uma cena calma em demasia, seu coração agia eufórico durante aquelas sessões musicais tão recorrentes, como pudesse saltar para fora de seu peito e agarrar-se ao amado, talvez esse fosse o real desejo do órgão vital de Jeongin. Timado por tantas emoções, como sempre, o Yang apanhara o instrumento das mãos de seu hyung, enquanto fitava diretamente seus olhos, no momento, somente aquele olhar importava. E sim, perderam-se ambos no olhar um do outro, porque por mais que tivessem um relacionamento, ainda agiriam como dois bobos apaixonados, que amam-se anonimamente, embora obviamente não fosse o caso. Uma corrente de ar gélido infiltrou o quarto, roubando a atenção de ambos os rapazes para o redor e quebrando aquele 'loop em que olhavam-se demoradamente, ambos obtendo o mesmo desejo, possuir um ao outro, interpretem como queiram.

    Enfim, o mais novo decidira tocar também, procurara por algo em seu repertório musical e umedecera seus lábios, ao notar que talvez a música que viera-lhe em mente não fosse a mais adequada ao momento, ainda assim, sabia que Hyunjin agradaria-se. Ajeitou o ukulele em suas mãos e preferiu quebrar o contato visual que mantivera pro longos segundos com Hyunjin, constrangia-se um pouco mais que o mais velho para coisas do tipo, mas nada que pudesse de fato impedi-lo, afinal, tratava-se de seu amor. Abaixou um pouquinho a cabeça, somente para que pudesse de fato esconder o seu olhar, pois sabia que seu namorado seria perverso consigo, quase nem mesmo piscaria, não desviaria o olhar de si nem por um mínimo segundo, e isso, junto a escolha da música, colaborara para o rubro natural que surgira repentinamente nas bochechas do Yang, até mesmo em suas orelhas. O pior - para Jeongin - era que Hyunjin o conhecia, tinha conhecimento sobre cada cantinho do corpo e do funcionamento de seu namorado. Os dedos esguios do mais novo moveram-se delicadamente sobre as cordas do pequeno instrumento, então seus lábios - cujos quais o Hwang observava atentamente - prepararam-se para a melodia e a letra que estava por vir.

"We were magic
Boy, you had me hypnotized under your spell
We were lost in a fantasy
Chasing those memories
It’s like I can taste you..."
    
    Pretendia dar continuidade, se não fosse por um hyung impaciente e inconveniente, o qual tanto amava. Hyun acabou por afastar agilmente o ukulele das mãos grandes de Jeong, somente par aque pudesse puxa-lo para próximo, voltando a cintura do rapaz desesperadamente para o encontro deu tronco novamente, logo tomando os lábios do mais novo, não que estivesse tão afoito, mas bem, Jeongin havia provocado, o próprio sabia disso. Tanto a destra quanto a canhota de Jeongin tocaram o peito do moreno, o peito coberto - por pouco tempo - por uma camisa simples e preta, sem estampa alguma. Poderiam dedicar inúmeras músicas um ao outro naquele momento, mas sinceramente, os arfares e o som de ambas as respirações irregulares, que mostravam-se presente a cada pausa do beijo prolongado que compartilhavam, era de fato a melhor canção para ambos. Toda pequena discussão finalizava-se daquele mesmo jeito, e talvez por isso estivessem tão acostumados, Hyunjin tão motivado a perturbar o namorado, e Jeongin tão apto a lidar com Hyunjin, eram uma boca combinação. Enquanto os lábios do Yang deslizavam sobre a pele imaculada do pescoço do Hwang - que por sua vez, descontava a satisfação nos fios bem cuidados de Jeong, puxando-os sem limitação - o ambiente tornava-se aos poucos mais quente, aquela brisa fria anterior, já não roubava mais a atenção para si, nem que quisesse, seria impossível tira-los daquela orbe transparente que os cercava, a qual era carregada de desejo, amor e música.

𝓶𝓾𝓼𝓲𝓬𝓼

fool - cavetown
jasmine - dpr live
remember - katie