Capítulo único

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Bunker

Havia sido recomendação de todo ser vivo que cruzasse o seu caminho e o de Samuel Winchester de que tirassem umas férias após o ocorrido da maldição do amor. Certo, ser caçador era um trabalho que envolvia se arriscar vinte quatro horas por dia e que era quase impossível se dar o luxo de tirar um tempo para si após algo muito perturbador - mas eles estavam facilitando para o lado de vocês.

Quer dizer, Dean tinha ido parar no inferno e já tinha começado a caçar mal tendo colocado os pés na Terra novamente! Ser amaldiçoado sexualmente não era nada comparado à situações anteriores, mas a família Winchester sabia o quanto Sam tinha sofrido durante aqueles dois dias, preferindo ceder um tempo para que vocês dois se acertassem.

Meio a contragosto, você aceitou - mais por insistência de Sam que não via a hora de ser uma pessoa normal, mesmo que por alguns dias. Decididos a se afastarem o máximo possível da origem do problema procuraram por destinos em que demorasse a voltar caso acontecesse alguma coisa - mas ainda culturais. Quer dizer, Sam tinha se apaixonado por seu cérebro que era possivelmente superior ao dele e você não via a oportunidade de ver suas engrenagens funcionando. Deus sabe como tinha se excitado mais ao vê-lo se tocar sobre o que estaria acontecendo com os dois para não conseguirem se desgrudar um do outro - e daquela vez não tinha sido a maldição.

Apenas sossegaram de verdade ao desembarcarem em Massachusetts com uma distância segura de pelo menos sete Estados de Dean e Castiel. Tinham ido de avião, já que seria ilógico carregarem o Impala pela viagem. Não estavam em lua de mel para ser algo romântico as vinte e cinco horas de carro - além de quê Dean continuaria com o trabalho normal de caça.

-É sério isso, Sam? Salem? - Até você desconhecia o destino do passeio, ficando indignada ao notar a placa na entrada da cidade.

-Tente ver como um alívio cômico para a nossa situação.

-Aquilo foi tudo menos engraçado, Sam.

-Então veja mais como um agradecimento às suas ancestrais. Se não fosse por ela, não estaríamos juntos agora.

Se Samuel queria prestar algum tipo de homenagem ou agradecimento a causadora de tudo aquilo, ele tinha vindo ao lugar certo: Salem, a cidade das bruxas. Você pensava que ele queria ficar longe de tudo aquilo mas ele tinha te arrastado para o centro. Não da confusão, seria óbvio demais se alguma bruxa realmente vivesse na cidade - tendo em vista a sua fama. Certo, séculos antes ela havia sido um dos maiores pontos de Inquisição de mulheres pelos motivos errados, dada a histeria coletiva - mas nada impedia da magia estar de fato acontecendo na cidade. Quer dizer, não quando vocês como caçadores sabiam da existência das bruxas. A resposta mais provável deveria ser que alguém se descuidou o suficiente para que um mortal percebesse, dando início a todo o problema.

-Sabia que nenhuma daquelas acusações eram reais? - Sam perguntou como quem não queria nada enquanto passavam pela porta do hotel.

-Não sei se isso deixa menos pior a situação.- Você tirou os óculos escuros enquanto observava seu namorado fazer o check in. - Quer dizer, foi horrível como todas aquelas pessoas morreram injustamente, mas.... Esquece o que eu disse, minha linha de raciocínio se confundiu.

-Eu só não sei como os caçadores da época não perceberam a atrocidade que os humanos estavam cometendo. - Sam apertava o andar no elevador, recostando-se no espelho.

-Se eles abrissem a boca seriam mortos, Sam. Como poderiam explicar o real motivo de conseguirem diferenciar a bruxaria sem deixar transparecer com o que lutavam diariamente? Eles seriam enforcados como os bruxos. Se já é difícil aceitar isso hoje quem dirá no século dezessete.

You cursed me (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora