ωєℓcσмє τσ τнє ραทic rσσм

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Já estava de madrugada e eu ainda caminhava pelas ruas, o frio cobria cada parte do meu corpo, fazendo o mesmo, se estremecer e arrepiar intensamente.

Estava longe de casa, de onde saíra a ideia de ir fazer uma caminhada uma hora dessas?

Não estava me sentindo segura, algum pressentimento ruim tomava conta do meu corpo, me fazendo olhar para todos os cantos a cada cinco milésimos de segundos.

Meu telefone não havia sinal, o silêncio estava alto demais para meus ouvidos sensíveis e as luzes piscavam rapidamente. Me sentia perseguida, meus cabelos arrepiavam ao pensar nisso.

As coisas começaram a se complicar, ouvia ruídos estranhos, risadas baixas, sussurros. Minhas mãos estavam tremendo. Andei mais rápido.

Os passos começaram a ficar mais fortes, e eu comecei a correr, os passos vinham atrás.

Lágrimas grossas começavam a escorrer pelas minhas bochechas magras, o nervoso me consumiu. Soluçava, como ninguém ouvia? Estava repleto por casas ao meu redor,... Ou melhor, ao nosso redor.

Meus passos corridos estavam desengonçados, não conseguia me movimentar corretamente. Um dos meus pés entrou na frente do outro, assim me fazendo tropeçar.

Logo senti um pano em meu rosto. Imagens escuras, corpo perdendo a energia, estava prestes a desmaiar, e eu sabia disso.

...

Tudo era escuro, estava amarrada em uma cadeira, as cordas me machucavam, sentia machucados se formarem ao tentar desamarrar meus pulsos.

Ouvia passos se aproximarem lentamente, não conseguia enxergar, minha respiração estava ofegante.

Uma luz acendeu e pudê ver uma garota. Mas ela não era normal. Seus cabelos eram azuis, assim como seus olhos arregalados, usava um batom vinho borrado em seus lábios estampados com um sorriso diabólico, branca, alta e magra. Bem magra... Eu diria seca. Suas roupas eram curtas, um shorts jeans preto rasgado, botas de salto e cano alto e um cropped rosa e cinza.

Algo de me chamou mais atenção foi uma faca em sua mão esquerda. Senti meu rosto empalidecendo, minhas mãos tremendo e meus olhos marejarem.

--Onde eu estou? Quem é você? Porque está segurando uma faca?

Falei rapidamente, fazendo minha voz ficar ofegante e medrosa.

--Bem vinda ao quarto do pânico, onde todos os seus medos virão até você.

Ela disse soltando uma risada assustadora.

Senti o inferno se erguendo, quem era aquela garota? Parecia uma psicopata.

--Porque me trouxe aqui?

Não me aguentem, as lágrimas tomaram conta de mim.

--Para seu pesadelo começar, babe. --Ela se aproximou e segurou meu queixo com seu dedo indicador. --Está pronta para o pior? --Ela olhou para sua faca.

O pior? Que pergunta era aquela? 

Logo percebi que o lugar onde eu estava era repleto de sangue seco e sua faca também. Eu seria a próxima? O que ela quer de mim?

--O que você irá fazer comigo? --Engoli seco e fechei os olhos.

A garota riu alto e diabolicamente.

--Eu estou com fome, preciso me alimentar. --Ela sorriu sem mostrar seus dentes brancos e perfeitos.

--Você vai me matar e depois me comer? --Gritei e arregalei os olhos.

--Não bobinha... --Me senti aliviada. --Eu irei te matar e me alimentar do seu medo. --A garota piscou para mim.

Minha vida estava acabada. Deveria saber que existem psicopatas que andam pelas ruas três horas da manhã.

Minhas lágrimas grossas caiam cada vez mais, tentava me soltar, eu gritava e tremia. E ela ria... Ela ria da porcaria do medo que eu estava sentindo, porque era exatamente aquilo que ela queria... Queria que eu me sentisse medrosa perto de si. No mesmo instante tive uma ideia, porque não fingir que sou uma grande corajosa e que estou de boa com a situação aterrorizante?

Parei de chorar e mudei o tom da minha voz.

--Eu não estou com medo.

--Você não me engana gatinha, não adianta se fazer de corajosa por fora, cujo por dentro está se apodrecendo de medo. --Ela se aproximou. --Cansei de enrolação.

A mesma levantou sua faca e encostou no meu pescoço.

Minha respiração ficou mais ofegante do que antes, meu corpo tremeu cada vez mais, meu coração acelerou aterrorizadamente, minha expressão mudou para algo que eu nunca havia feito antes. Eu estava com medo, muito medo. 

Eu era tão nova, ainda tinha uma vida pela frente... Um futuro, que não iria mais existir, tudo por culpa de uma vadia psicopata e desengonçada.

--Não faça...

Ela adentrou a faca no meu pescoço. Visão escurecendo, corpo amolecendo, coração parando, mente apagando. Agora não era um desmaio e sim a morte. A ultima coisa que ouvi foi sua risada diabólicamente assustadora.

Adeus.

                                         ➷ Notas finais

Oiie, espero que tenham gostado^^

Inspirada na música Panic Room^^

Xaun^^

                     Xulea

              

ραทic rσσмWhere stories live. Discover now