E foi assim ...

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Entrar no Big Brother Brasil é um sonho para muitos e motivos não faltam para isso. Vai desde a chance de ganhar um premio em dinheiro, até se autopromover ou promover seu trabalho, assim como, acarreta na vida pessoal uma experiência única. Ninguém sabe ao certo o que acontecerá quando entrar naquela casa e tão pouco o que vai acontecer quando sair dela, porém é unanime, a vida de todos mudará 100% após essa experiência. Nem só pela "fama", mas também pelo autoconhecimento e pelo conhecimento dos seus maiores defeitos e virtudes expostos a todos que você conhece, sua vida social nunca será a mesma após a saída do BBB, sua família e seus amigos irão conhecer seu pior lado e escolher se ficam ou não com você após esse turbilhão de loucuras.

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Lembro que quando eu estava no hotel, meu maior medo era se eu conseguiria ou não me encaixar em algum grupo na casa e se eu sairia na primeira semana e teria me exposto pra nada. Quando recebi as regras fiquei feliz pelo tema política ser proibido, não se poderia falar abertamente e nem através de códigos sobre política e, caso contrario, o participante seria expulso. Confesso que após o ano de 2018 o fato de não falar em política me deixava mais confortável.

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Pra minha sorte, logo no primeiro dia me enturmei. O BBB serve pra mostrar que: no social, os iguais se atraem e os diferentes se repelem. Não precisou de muitos dias e tão pouco de um conflito pra casa ficar dividida e ter dois grupos totalmente distintos. E para meu azar, ela estava em outro grupo ...

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Gabriella, assim que entramos na casa ela inevitavelmente chamou minha atenção. Extremamente alta, oposto meu, ela era magra, seu rosto delicado e sua pele pintada de cor negra. Tudo nela chamava atenção: cabelo, cor, sorriso, olhar, voz e modo de falar. Sem precisa de mascaras e armário ela se assumiu lésbica, só aquilo me fez sentir orgulho dela sem nem ao menos conhece-la, em uma casa onde notoriamente estava cheio de gays e bissexuais, Gabriella foi à única que teve coragem de abrir a boca e se assumir. Como não admira-la? E foi assim, admirando-a que me apaixonei.

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Gabriella não falava, ela cantava. Sua voz rouca, era melodia para mim. Gabriella não conversava, dava aula, todo assunto ela parecia estar por dentro, todo assunto ela tinha uma opinião e por mais polemica a questão sua voz sempre foi mansa. Uma das minhas melhores amigas se chamava Gabriella, mas confesso que foi só quando entrei no BBB e conheci a minha Gabriella, que a música fez mais sentido "Eu sou sempre igual não desejo o mal
Amo o natural etc e tal ... Sempre Gabriela"

É isso: Gabriella é música, é natural, é poesia .... é paixão.

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Demorei três semanas para perceber que eu estava apaixonada.

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Na primeira semana fiquei observando Gabi de longe, admirando-a e com medo de me aproximar, já que éramos de grupos opostos, mas então teve àquela festa e ela dançou e eu dancei, nos aproximamos na festa e descobri que além de todas as qualidades que eu já havia listado dela eu deveria acrescentar mais uma: eximia dançarina.

Depois daquela festa o gelo quebrou entre nós e durante a segunda semana passamos a conversar muito mais e desenhar uma amizade dentro da casa. Com Gabi me sentia confortável para falar qualquer coisa, contar qualquer piada e relaxar. Enquanto com Diego eu falava de voto, com Gabi eu falava de qualquer coisa, menos de jogo e foi dentro dessa lógica que ela se tornou minha válvula de escape dentro da casa.

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Eu já havia beijado mulheres, nunca namorado uma, nunca transado com uma, nunca me envolvido sentimentalmente com uma, apenas beijos. Beijos bêbados em uma boate qualquer . E na terceira festa, após algumas doses de bebidas, resolvi que não seria nada de mais beijar Gabi. Ignorei o fato dela ser lésbica, ignorei o fato de estarmos em um jogo, de estarmos em um grupo rival e que no dia seguinte teríamos que nos encarar e resolvi que iria beijá-la.

O PREMIO FINAL (capitulo único)Where stories live. Discover now