Capítulo 1

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Estou radiante! Finalmente consegui mostrar minha arte, uma exposição é muito maior do que qualquer coisa que eu podia esperar. É tão gratificante ter meu trabalho reconhecido, ainda mais cercado por tantas pessoas que admiro.

BUM! BUM! BUM!

Um senhor estranho se aproxima. Ele está mexendo os lábios, mas a voz não sai. Em vez disso, um barulho insistente retumba de sua garganta.

BUM! BUM! BUM!

Ao redor, todos estão olhando para mim e apontando para o homem desconhecido prestes a tocar-me. Recuo instintivamente. Sua mão insistente mantém-se à frente e o barulho cresce mais e mais.

Deus! Que barulho é esse?

BUM! BUM! BUM!

– Nalu, abra logo essa porta antes que eu a ponha abaixo!

Abro os olhos piscando rapidamente enquanto oriento-me. Era um sonho. Droga, parecia tão...

BUM! BUM! BUM!

Inferno! Vão derrubar minha porta. Droga de campainha quebrada! E, como a insuportável da dona Clélia me detesta, certamente receberei uma advertência. Levanto-me e corro para abrir a porta antes que ela ceda e caia de vez.

– Thais? Você tem noção de que horas são? É sábado, esqueceu-se?

– Ah, mocinha, a esquecida aqui não sou eu. Ontem combinamos de correr no Ibirapuera, lembra-se? E a culpa é sua, quando você vai consertar esse troço? – ela diz apontando para o interruptor da campainha.

Dou de ombros.

– Isso foi antes de sairmos ontem. Eu cheguei às três da manhã! Não consegui dormir quase nada, mal preguei o olho.

– Relaxa, gata, você dorme mais tarde. Estou no pique hoje e quero correr muito.

Como ela consegue ter tanta disposição quando eu me sinto um lixo?

Argh, que seja. Entre e me faça um café decente enquanto eu me troco.

Ela entra feliz e saltitante, vai direto para o balcão da minha cozinha americana onde está a cafeteira. Começa a preparar o café e retira algumas coisas da geladeira para preparar um lanche.

– Assim que eu gosto. Ânimo, garota! E por falar em ânimo, você viu o vizinho tentação que você ganhou?

– Ainda não esbarrei com ele, no entanto sei que é meu vizinho de porta. Ontem quando estava saindo para o trabalho vi os homens da mudança descarregando os móveis no apartamento ao lado.

– Você é tão sortuda que dá raiva, Nalu. Quem me dera morar ao lado desse cara. Não iria prestar.

–Desistiu das meninas, Thais? Ou do Max?

– Não, não, minha linda. Só gosto de aproveitar tudo que o mundo pode me oferecer. Sou bem eclética. Agora mexe logo esse corpinho e se vista. Seu café está quase pronto.

Coloco um top rosa e cinza e um short cinza de corrida, calço a meia e o tênis, separo o medidor de frequência cardíaca e vou para a cozinha.

– Nossa, estou parecendo um zumbi, isso sem falar nessas olheiras. Eu preciso mesmo ir? – reclamo.

– Precisa sim. Qual é, Nalu? Além do mais nossa primeira meia maratona está aí. Temos que melhorar nosso tempo para não sermos as últimas.

Grande! Não sei onde eu estava com a cabeça quando me inscrevi para isso. Está certo que eu amo correr, mas desde que combinei com a Thais de participar de corridas, ela tem sido um verdadeiro sargentão, não me dá folga nunca. E pela cara dela, não vai começar a me dar folga agora.

Nas Proximidades do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora