prologue

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— Hobi, o que eu tenho pra hoje?

— Bom dia, Jimin. Hoje você tem  apenas uma reunião, daqui a uma hora, na CETA.

— Ok. — murmurei arrastado e me espreguicei, saindo da cama e indo para o banheiro a fim de tomar um banho rápido.

Assim que desliguei o registro, puxei a toalha no pendurador e enxuguei meu corpo. Enrolei o pano na cintura e saí do banheiro, indo pegar uma roupa.

— O loiro caiu bem em você. — ouvi a voz de Hobi dizer e, como estava de costas para o aparelho e o mesmo não iria ver, mordi os lábios reprimindo um sorriso. Puxei uma camisa vermelha e uma calça de moletom, vesti ambas peças de roupa e peguei em mãos o aparelho em cima do criado mudo. Me sentei na ponta da cama com as pernas dobradas igual borboleta e apoiei nas coxas o aparelho.

— O vermelho sempre cai bem em você. — sorri, vendo-o passar a língua entre os lábios e me fitar com o típico olhar profundo, que parecia recheado de palavras mudas a serem ditas, mas que nunca eram proferidas. Hobi riu baixinho quando viu meu desconcerto com sua atitude e inclinou a cabeça, parecendo curioso.

— Você não está se esquecendo de nada não?

Fiz uma expressão confusa, mas logo arregalei os olhos quando me lembrei da reunião. — Puta merda! — bati a mão na testa e levei o dispositivo pra cozinha, afobado.

Coloquei o aparelho em cima do balcão e procurei por alguma coisa rápida para comer. Por fim, optei por um copo de leite e cereais. Ouvi o estalar da língua de Hobi e suspirei, já sabendo que ele reclamaria da minha má alimentação, porém ele não disse nada e se manteve em silêncio até que eu dissesse que teria que desligar o dispositivo para me arrumar.

Vestido com um terno preto e sapatos sociais, peguei minha bolsa de couro com toda a papelada que apresentaria na reunião, junto ao vidro escuro com formato circular que abrigava Hoseok, e saí do prédio, entrando no carro meio atrapalhado em seguida. Assim que estacionei em frente a empresa, peguei a bolsa no banco do carona e abri a porta do carro, fechando-a e ativando o alarme do veículo antes de sair correndo para entrar no prédio espelhado.

Acenei para a recepcionista e entrei no elevador, apertando o botão que me levaria ao terceiro andar. As portas metálicas se abriram, não demorou meio segundo e eu já estava passando por elas, caminhando rápido até a sala de conferências do andar.

— Com licença. — vi meu primogênito me lançar um olhar reprovador do lado oposto da sala de vidros e engoli em seco. Ele pigarreou e voltou a falar sobre o assunto da reunião, os protótipos. Ajeitei meus cabelos arrepiados por toda a correria e respirei fundo assim que me sentei na cadeira à esquerda da do CEO, me mantendo em quieto para não chamar mais atenção do que já tinha chamado.

— Como todos estão mais que cientes, nossos protótipos tem grandes chances de serem aceitos no mercado. E pensando nisto, eu e o vice-diretor da CETA, Park Jimin. — gesticulou em minha direção e entendi a deixa, me levantando e ficando de pé ao seu lado. — Criamos um projeto que irá fazer testes e analisar o desenvolvimento dos Protótipos I.

— O protótipo original irá ser testado inteiramente por mim, e em um período de seis meses o projeto terá uma premissia, onde será sucesso ou falha. — continuei o discurso, recebendo um tapinha no ombro de meu pai quando terminei.

A reunião acabou após alguns questionamentos e sugestões para o projeto, meu pai ouviu cada um e disse que iria analisar as ideias com calma.

Quando todos saíram da sala, me deixando sozinho com o, CEO e pai, senhor Park, tirei o dispositivo de dentro da bolsa e o ativei, vendo um pequeno círculo de led aparecer na tela. Quando o círculo se completou, Hoseok apareceu na tela sorrindo e acenando para o homem ao meu lado.

— Olá, senhor Park.

— Olá, protótipo IV. — o homem disse sem emoção e eu o cutuquei com o cotovelo de leve. Ele soltou o ar pela boca, parecendo cansado após massagear ligeiramente as têmporas. — Certo, Hoseok. Irei direto ao ponto, você irá ser testado durante alguns meses pela empresa para sabermos se valerá a pena lançarmos no mercado protótipos como você. Se o resultado não for o esperado, você será deletado, mas se você tiver um bom desenvolvimento, irá permanecer intacto, com cópias lançadas por todo o mundo.

Hoseok franziu as sobrancelhas um pouco surpreso e me olhou como se quisesse confirmar se era verdade. Eu demorei um pouco ao fitá-lo, mas por fim arriei os ombros suspirando e assenti devagar.

— E o que exatamente se consiste esses testes?  

— Coisas normais que um cérebro artificial faria, como sua capacidade de somar, ter uma boa memória, distinguir o certo do errado e afins. — Hoseok assentiu em silêncio, perdido em pensamentos. Meu pai se virou de frente para mim e sorriu compreensível antes de apertar o pequeno botão que desligava o dispositivo. — Eu sei que o protótipo IV é importante para você, mas preciso ter certeza que irá ser honesto e dizer se ele está evoluindo ou não.

Eu abaixei o olhar, sentindo uma pontada no peito por não ter me despedido do Hobi,  como sempre fazia, e afirmei após alguns segundos. Meu pai fez um barulho de satisfação e me deu outro tapinha nos ombros, falando confiante: — Se ele for mesmo tudo isso o que você sempre me disse, não teremos preocupações.

Ele piscou e saiu da sala, me deixando sozinho junto com o dispositivo apagado sobre a mesa. Tombei a cabeça para trás, frustrado com tudo aquilo, e guardei o aparelho de volta na bolsa, não vendo a hora de estar em casa novamente e poder desabafar com o Hobi.

Mas, antes que eu pudesse colocar no lugar certo o dispositivo, ouvi algo que me fez travar no lugar.

— Não sabia que você falava de mim para o seu pai.

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OI GENTEE
Aaa eu tô muito animada pra escrever essa fic, foi uma ideia muito aleatória que eu tive, mas que decidi levar a diante, espero que vocês gostem.
Esse é o só o prólogo, uma básica introdução, mas ao desenrolar da fic eu vou trazendo mais sobre a personalidade dos personagens ;u;

Até~

Prototype [jihope]Onde histórias criam vida. Descubra agora