Segundo parágrafo

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E na manhã seguinte tudo voltou a acontecer. Depois do pequeno-almoço tomado, desci as escadas, em passo apressado, pois, como já era habito, estava atrasada para apanhar o autocarro. Um autocarro amarelo passou por mim, devagar, como se estivesse a espera que eu me apressa-se para nele entrar e quando assim o fiz, foi como se mil pétalas de rosa caíssem em cima de mim.

As pétalas encontravam-se longe, mas mesmo assim eu conseguia presencia-las. Na noite anterior, tentei não alimentar os pensamentos que me vinham a cabeça sobre a rapariga que havia conhecido, mas era impossível esquecer aquele ser genuíno, de cabelos cor de rosa e faces delicadas.
Sei que é estranho de imaginar o cheiro de alguém, mas eu não conseguia evitar pensar nela com um leve aroma de rosas no ar e, tudo isso, era tão bonito de se imaginar que me perdia nos labirintos da minha mente.

-Hey miss,I think this is the lasts top.Sorry to interrupt your thoughts-Exclamou uma senhora já de idade avançada, turista com certeza, quando me viu, estagnada no corredor do autocarro vazio.

Agradeci-lhe, saí do autocarro e vi-me obrigada a correr a grande velocidade, pois, perdera a minha paragem e, encontrava-me agora um pouco longe da minha escola. Mas todo o esforço para chegar a horas foi em vão, pois, quando cheguei, estafada, já havia tocado há cerca de 10 minutos e já não havia nada a fazer, senão esperar pela aula seguinte.Havia uma imensidão de coisas que podia fazer naquelas duas horas de intervalo, até à próxima aula, mas nada, naquele momento me veio à cabeça.

Sentei-me, por fim, num dos grandes pátios que existiam pela minha escola, abri o meu caderno, onde fazia anotações para os textos do jornal, e comecei a escrever o que me veio a mente. "Curtos espaços de tempo entre o aparecimento do primeiro pinguim na minha casa e o último. Acho que a casa é um íman de animais de regiões geladas..."

PAREI. E reparei que não estava a fazer sentido aquilo que escrevia, como é que estariam pinguins na minha casa, se eu nunca vi um pinguim na minha vida. Refleti no assunto, mas fui interrompida por um toque ensurdecedor, vindo do meu telemóvel. Era a minha mãe. Não podia atender, pois, assim ela saberia que eu estava a faltar a aula e que desculpa, esfarrapada é que lhe iria dar, para estar a faltar à aula, AH! ESTAVA A PENSAR EM PÉTALAS E ESQUECI-ME DE SAIR. Se eu lhe dissesse isso, iria ser mandada para um hospital psiquiátrico, se bem conheço a minha mãe.

Como todas as pessoas, umas mais que outras, a minha relação com a minha mãe era um pouco, para não dizer muito, complicada. Tínhamos ideias diferentes do mundo e, por mais que eu tentasse ser clara e mostrar-lhe que todas ideias do mundo são certas, ela não aceitava isso. Mas agora, não importa muito. Somos o que somos e, mais tarde ou mais cedo, tudo vai acabar um dia, por isso, CARPE Diem...

No entretanto ouvi uma musa a chamar por mim. Eram as campainhas da escola que, incessantemente, me chamavam para elas.

Acudi ao pedido. Peguei no meu caderno e fui, a correr de mansinho, para o calor de uma sala de aula.

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⏰ Última atualização: Feb 05, 2019 ⏰

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