O mundo de TK

Capítulo 1- A origem

Tudo começou por aquele famoso "acaso". E foi diante desse acaso que um amor repleto de pureza e desafios, nasceu.

Eu:

Era um sábado como outro qualquer. Estava acontecendo um evento, o qual eu precisava estar presente para ajudar, pois a coordenadora era minha tia. Nesse evento tinha várias pessoas conhecidas. Dentre elas, tinha um rapaz. Eu já o conhecia há uns anos, pois o mesmo era amigo bem próximo dos meus tios. Nesse evento ele estava presente juntamente com sua namorada. Eu já a conhecia de vista, mas nunca houve um nível de intimidade. Nunca conversamos. Por conta da correria e tamanho do evento, acabei ficando próxima a ela. Diante disso, acabei ajudando-a no que estava fazendo. Depois desse momento, trocamos algumas palavras, mas nada demais. Ao final do evento, as pessoas foram indo embora e não demorou a restar só nós duas. Foi aí que começamos a conversar sem parar. Era surpreendente a maneira com que as palavras fluíam. Infelizmente chegou a temida hora de ir embora também. Criei coragem e pedi o número dela para poder estender uma amizade, o papo foi tão agradável naquele dia.

Assim que cheguei em casa, corri para mandar mensagem a ela. Conversamos sobre tantas coisas que é até difícil lembrar cada uma. Foi o restante do dia conversando. No dia seguinte assim que acordei já fui mandar mensagem para ela novamente a fim de me aproximar ainda mais. Pra minha surpresa os assuntos começaram a ficar superficiais e foram acabando, até o momento em que não tínhamos mais sobre o que falar, foi aí que acabou. Aceitei que ela seria só mais um contato na minha lista que eu não falaria com frequência. Passaram-se dois dias sem ninguém falar nada. Até que chega uma mensagem dela. Uma mensagem simples contendo apenas um "Oi, tudo bem?" mas que mudou completamente a minha vida. Em decorrência de alguns fatores, eu não me encontrava bem naquele dia. Parece que ela pressentiu que eu precisava conversar. Isso foi dando início a uma conexão surreal. Nós nos entendíamos por compartilharmos comportamentos similares. Desde esse dia, não paramos de conversar um minuto sequer.

Como era agradável conversar com ela. Parei de me importar com as futilidades do dia e comecei a me interessar pelos interesses dela. Como era satisfatório ouvir suas histórias, suas experiencias e explicações sobre determinado assunto. Logo eu que era tão anti social e perdia a paciência com facilidade, me via escutando áudios de até cinco minutos, passava horas ali com ela sem me cansar. Tudo se tornava tão prazeroso. Nesse momento, o sentimento de solidão foi embora. Nunca fui de dar muita atenção para as pessoas a minha volta, mas com ela era diferente. Era só ela começar a falar que eu parava para escutar e apreciar cada palavra.

Ela:

Fiquei bem surpresa por ela ter continuado a puxar assunto comigo. Eu acho que as outras garotas normalmente não vão com a minha cara. Então achei ela um amor, simpática e bem extrovertida. Achei estranho quando ela pediu meu número porque nunca vi ninguém fazer isso, mas gostei. Quando ela me mandou mensagem, fiquei feliz porque fazia tempo que eu não conversava assim com alguém novo, diferente. E ela ainda me ajudou a procurar um cachorrinho que havia corrido assustado por conta de um barulho forte. Eu amei!

Quando ela terminou de me ajudar e não tinha mais porque continuar ali, achei que ia ficar só por isso mesmo. Mas ela continuou puxando assunto comigo. Achei estranho também, mas continuei levando a conversa como quem estava acostumada a falar com o mundo todo. Me senti bem com ela, e não fiquei sozinha o evento todo como pensei que aconteceria. Lembro que ela comentou sobre um menino que estava atraída.

Não achei estranho por pensar que ela era lésbica. Nunca pensei! Mas é que ninguém pedia meu número há muito tempo, as pessoas só se falam ali na hora e pronto. E por eu namorar, aí que ninguém falava comigo mesmo. As pessoas acham que por você namorar, você não precisa falar com mais ninguém além do seu namorado. Enfim, por isso achei estranho, mas gostei.

No dia que falei com ela, meu namorado tinha me dito que a viu chorando e acrescentou dizendo que ouviu falar que ela passava por problemas psicológicos. Aí pensei que, por estar passando por problemas assim também, poderia ajudá-la, porque eu sofria muito e ninguém entendia. Então pensei que talvez ela sofresse da mesma forma e que precisasse de alguém para ouvi-la. Fui falar com ela pra isso, pra ouvi-la e dizer que ela não estava sozinha e podia falar comigo. Aí ela me contou sua vida inteira, e eu quis cuidar mais ainda dela e ajudá-la a passar por tudo.