× Prólogo ×

64 5 13
                                    

- Você tem mesmo certeza de que esse é o lugar certo? Me parece muito perigoso!- Um garoto de cabelos claros falava por uma espécie de walkie talkie, enquanto adentrava um acampamento localizado no meio de uma floresta nevada.- Me parece muito perigoso, sinto que eu vou ser atacado a cada passo que dou... Acha mesmo que vale a pena?

- É claro que vale! Se não valesse, eu não teria te avisado, seu bobão!- Uma voz zombada saia do walkie walkie.- Foi esse mesmo que vi quando fui esquiar! E até vi algumas meninas dentro das barracas, e uma fogueira acesa, mas, uma delas pareceu guardar algo dentro de uma caixinha, e se isso for uma coisa interessante?

- Tá, tá, eu entendi...- Entrando dentro de uma das barracas, o lugar não era muito arrumado, mas super aconchegante e quentinho, as lonas pareciam ser feitas com algum tipo de pele de animal, que deixavam lá dentro ainda mais quente.- Que lugar maneiro! E tem cheiro de perfume de garota...- Enquanto o pequeno jovem revirava totalmente a barraca, ouviu alguns passos e vozes que pareciam conversar, mas cessaram após chegarem a uma distância considerável do acampamento.

Alguns segundos depois, um uivado de um lobo quebrou por total o silêncio formado, assustando o pequeno ladrão e fazendo os sons de passos retornarem, dessa vez, como se estivessem correndo em sua direção.

- Ah não, essa não...- Resmungou o pobre garoto, que olhava desesperado para o olhar de fora, uma grossa camada de neblina tapava sua visão a partir de cinco ou dez metros, era uma vantagem para ele, mas também uma desvantagem.

- Rich, o que houve? Alguém pegou você com a mão na massa?- A voz do garoto saiu desesperada do aparelho, como se soubesse o que estava acontecendo.

- Chegou alguém aqui, e elas estão acompanhadas de uma coisa pior do que um cachorro! Ah, eu encontrei...- Com suas mãos tremendo, ele agarrou a caixa de madeira de pinheiro, enfeitada com detalhes dourados.

- Um invasor? Um ladrão? Ou só uma pessoa perdida?- Uma voz feminina ecoou da grossa camada de neblina.

- Não seja estúpida, que tipo de invasor invadiria um acampamento? E no meio das montanhas?- Resmungou uma outra voz.- Além disso, pessoas perdidas não costumam passar por aqui... Então, provavelmente estamos lidando com uma ladra, ou um ladrão...

- Não importa quem seja, o importante é pegarmos ele e darmos uma boa lição! Ou nossa mestra ficará muito zangada!

Ferrou... O que eu devo fazer agora? O que? Se eu correr posso ter uma chance, mas... E se elas me pegarem? Provavelmente vou apanhar até esquecer meu nome, mas... Pelo menos eu vou tentar!- Com esse pensamento, o pequeno ladrão mirim correu em disparada da barraca que parecia ser a principal, e correu colina abaixo, tropeçando e começando a rolar descontroladamente, até conseguir chegar no final da colina, lá em cima, várias silhuetas surgiram ao topo, e começaram a deslizar para baixo, pareciam estar armadas com arcos e facas, usavam capuzes e não pareciam nem um pouco amigáveis.

- Você aí, fique bem onde está, baixinho!- Gritou a que parecia ser a líder daquele grupo.- Ou a coisa vai ficar feia para você!- Por fim, todas elas chegaram ao chão, intactas, e a apenas alguns metros de Richard.- O que você tem nas suas mãos?

- Nas minhas mãos? D-Dedos...- Respondeu o jovem, um pouco assustado e confuso.

- Ugh, homens... Idiotas, como semprem. Escuta aqui, seu pivete, nós não estamos de brincadeira aqui, ou nos diz o que pegou, ou... Ahh!- Ela parou e recuou alguns passos após ver alguém parado na densa neblina atrás de Richard.

- Sei que odeia homens, Amélia, porém, isso não é um motivo para levantar uma arma contra uma criança!- Uma voz linda e suave flutuou calmamente até os ouvidos de Richard, que se virou rapidamente para ela, e, como esperado, se surpreendeu com o que viu. Uma linda mulher, de cabelos brancos e amarrados, sua pele brilhava como a luz da lua, seus olhos sram tão bonitos e brilhantes que mal se podia definir a cor, e carregava congiso um lindo arco branco, que parecia ser feito de chifres de algum animal.- Baixinho, qual é o seu nome?- Perguntou ela, gentilmente, e com um sorriso doce em seu rosto.

A Profecia de Delfos >Livro Um<Onde histórias criam vida. Descubra agora