Sabás

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Os oito Sabás, celebrados a cada ano pêlos covens dos Bruxos e pêlos Bruxos Solitários, são belas cerimonias religiosas derivadas dos antigos festivais que
celebravam, originalmente, a mudança das estações do ano.
Os Sabás, também conhecidos como a "Grande Roda Solar do Ano" e "Mandala
da Natureza", têm sido celebrados sob formas diferentes por quase todas as culturas no
mundo. São conhecidos sob vários nomes e aparecem com frequência na mitologia.
Os quatro Sabás principais (ou grandes) correspondem ao antigo ano gaélico e são
chamados de Candlemas, Beltane, Lammas e Samhain. Os quatro menores são
Equinócio da Primavera, Solstício de Verão, Equinócio do Outono e Solstício de
Inverno.
Ao contrário da imagem que muitas pessoas têm do Sabá dos Bruxos, eles não
constituem uma ocasião em que as Bruxas se reúnem para realizar orgias, lançar
encantamentos ou preparar poções misteriosas. (A magia raramente é realizada, se é
que isso acontece, num Sabá de Bruxos.)
O Sabá, infelizmente, tem sido confundido também com a "Missa Negra" Satânica
ou "Sabá Negro", sendo esse outro conceito errado que muitas pessoas têm e que é
decorrente de séculos de propaganda antipagã da Igreja, do medo, da ignorância e da
imaginação excessiva dos escritores desde a Idade Média.
Uma Missa Negra não é um Sabá de Bruxos, mas uma prática satânica que parodia
o principal ritual do Catolicismo e que incluiu supostamente o sacrifício de bebés não
batizados, orgias sexuais pervertidas e a recitação de trás para frente do Pai Nosso.
Nada disso jamais acontece nos Sabás dos Bruxos. Não há sacrifícios (humano ou
animal), não há magia negra, não há rituais anticatólicos. Os Sabás são simplesmente
uma ocasião em que os Bruxos celebram a Natureza, dançam, cantam, deleitam-se
com alimentes pagãos e honram as deidades da Religião Antiga ― principalmente
a Deusa da Fertilidade e Seu consorte, o Deus Chifrudo. Em certas
tradições wiccanianas, a Deusa é adorada nos Sabás da Primavera e do Verão,
enquanto o Deus Chifrudo é homenageado nos Sabás do Outono e do Inverno.
A celebração de cada Sabá é uma experiência espiritual intensa e sublime que
permite aos Wiccanianos permanecerem em equilíbrio harmonioso com as forças da
Mãe Natureza.
As datas nas quais os oito Sabás são celebrados são as seguintes:*
* O leitor deverá levar em consideração a oposição das estações do ano entre os
hemisférios norte e sul. Exemplo, quando no hemisfério norte se realiza o Sabá do
Equinócio da Primavera, no hemisfério sul ocorre o Sabá do Equinócio de Outono
e, assim, sucessivamente.
SABÁ CANDLEMAS (também conhecido como Imbole, Oimelc e Dia da Senhora)
é celebrado a 2 de fevereiro.
SABÁ DO EQUINÓCIO DA PRIMAVERA: (também conhecido como Sabá do
Equinócio Vernal, Festival das Árvores, Alban Eilir, Ostara e Rito de Eostre) é
celebrado no primeiro dia da Primavera.
SABÁ BELTANE (também conhecido como Dia 1° de Maio, Dia da Cruz, Rudemas e Walpurgisnacht) é celebrado na véspera de maio e 1º de maio.
SABÁ DO SOLSTÍCIO DE VERÃO (também conhecido como Meio do Verão,
Alban Hefin e Litha) é celebrado no primeiro dia do Verão.
SABÁ LAMMAS (também conhecido como Lughnasadh, Véspera de Agosto e
Primeiro Festival da Coilheita) é celebrado a 1º de agosto.
SABÁ DO EQUICÓCIO DE OUTONO (também conhecido como Sabá de
Outono, Alban Elfed e Segundo Festival da Colheita) é celebrado no primeiro dia do
Outono.
SABÁ SAMHAIN (também conhecido como Halloween, Hallowmas. Véspera de
Todos os Sagrados, Véspera de Todos os Santos, Festival dos Mortos e Terceiro Fes-
tival da Colheita) é celebrado a 31 de outubro.
SABÁ DO SOLSTÍCIO DE INVERNO (também conhecido como Natal, Ritual de
Inverno, Meio do Inverno e Alban Arthan) é celebrado no primeiro dia do Inverno.
(NOTA: A cada ano as datas astronômicas dos quatro Sabás menores mudam. Para
descobrir a data exata de cada festival, consulte um calendário astrológico atualizado
ou qualquer outro calendário comum que mostre as datas exalas dos equinócios e
soistícios.)
Candlemas é o Festival do Fogo que celebra a chegada da Primavera. O aspecto
invocado da Deusa nesse Sabá é o de Brigida, a deusa celta do fogo, da sabedoria, da
poesia e das fontes sagradas. Ela também é deidade associada à profecia, à divinação e
à cura.
Esse Sabá representa também os novos começos e o crescimento individual, sendo
o "afastamento do antigo" simbolizado pela varredura do círculo com uma vassoura,
ou vassoura da Bruxa, tradicionalmente realizado pela Alta Sacerdotisa do coven que
usa uma brilhante coroa de 13 velas no topo de sua cabeça.
Na Europa, o Sabá Candlemas era celebrado nos tempos antigos com uma
procissão à luz de archotes para purificar e fertilizar os campos antes da estação do
plantio das sementes e para glorificar as várias deidades e os espíritos associados a
esse aspecto, agradecendo-lhes.
A versão cristianizada da procissão de Candlemas honra a Virgem Maria, e, no
México, ela corresponde ao Ano-Novo Asteca.
O Sabá do Equinócio de Primavera é o rito de fertilidade que celebra o
nascimento da Primavera e o redespertar da vida na terra. Nesse dia sagrado,
os Bruxos acendem fogueiras novas ao nascer do sol, se rejubilam,
tocam sinos e decoram ovos cozidos ― um antigo costume pagão
associado à Deusa da Fertilidade.
Os ovos, que obviamente são símbolos da fertilidade e da reprodução, eram
usados nos antigos ritos da fertilidade. Pintados com vários símbolos mágicos, eram lançados ao fogo ou enterrados como oferendas à Deusa. Em certas partes do mundo
pintavam-se os ovos do Equinócio da Primavera de amarelo ou dourado (cores solares
sagradas), utilizando-os em rituais para honrar o Deus Sol.
Os aspectos da Deusa, invocados nesse Sabá, são Eostre (a deusa saxônica da
fertilidade) e Ostara (a deusa alemã da fertilidade). Em algumas tradições wiccanianas,
as deidades da fertilidade adoradas nesse dia são a Deusa das Plantas e o Senhor das
Matas.
Como a maioria dos antigos festivais pagãos, o Equinócio da Primavera foi
cristianizado pela Igreja na Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus Cristo.
A Páscoa (em inglês Easter nome derivado da deidade saxônica da fertilidade,
Eostre) só recebeu oficialmente esse nome da Deusa após o fim da Idade Média.
Até hoje, o Domingo de Páscoa é determinado pelo antigo sistema do calendário
lunar, que estabelece o dia santo no primeiro domingo após a primeira lua cheia, no ou
após o Equinócio da Primavera. (Formalmente isso marca a fase de "gravidez" da
Deusa Tripla, atravessando a estação fértil.)
A Páscoa, como quase todas as festividades religiosas cristãs, é enriquecida com
inúmeros características, costumes e tradições pagãos, como os ovos de Páscoa e o
coelho. Os ovos, como mencionado, eram símbolos antigos de fertilidade oferecidos à
deusa dos Pagãos. A lebre era um símbolo de renascimento e ressurreição, sendo
animal sagrado para várias deusas lunares, tanto na cultura oriental como na ocidental,
incluindo a deusa Ostara, cujo animal era o coelho.
Os alimentos pagãos tradicionais do Sabá do Equinócio da Primavera são os ovos
cozidos, os bolos de mel, as primeiras frutas da estação em ponche de leite. Na Suécia,
os waffles eram o prato tradicional da época.
O Sabá Beltane é derivado do antigo Festival Druida do Fogo, que celebrava a
união da Deusa ao seu consorte, o Deus Chifrudo, sendo também um festival de
fertilidade. (Na Religião Antiga, a palavra "fertilidade" significa o desejo de produzir
mais nas fazendas e nos campos e não a atividade erótica por si só.)
Beltane celebra também o retomo do sol (ou Deus Sol), e é um dos poucos
festivais pagãos que sobreviveu da época pré-cristã até hoje e, em sua maior parte, na
forma original. É baseado na Floralia, um antigo festival romano dedicado a Flora, a
deusa sagrada das flores. Em tempos mais antigos, esse festival era dedicado a Plutão,
o senhor romano do Submundo, correspondente do deus Hades da mitologia grega. O
primeiro dia de maio era também aquele em que os antigos romanos queimavam
olíbano e selo-de-salomão e penduravam guirlandas de flores diante de seus altares em
honra aos espíritos guardiães que olhavam e protegiam suas famílias e suas casas.
No dia de Beltane o sol está astrologicamente no signo de Taurus, o Touro, que
marca a "morte" do Inverno, o "nascimento" da Primavera e o começo da estação do
plantio.

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⏰ Última atualização: Jul 18, 2019 ⏰

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