12.

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Aquando da sentença de Rúben, Laura desatou a chorar, reduzindo a distância entre os dois, procurando o abrigo que necessitava nos braços daquele.

Por sua vez, o jogador não hesitou em satisfazer o desejo da amada, logo aconchegando a menina no seu enlace.

Deixou um beijo demorado nos seus medianos cabelos pretos e acariciou os mesmos, esperando pelo momento adequado às perguntas.

- Laura. - evocou a amante de fotografia, querendo perceber o porquê do estado da menina.

- Obrigado, Dias. - a bracarense murmurou, intensificando o aperto do sentido e saudoso carinho partilhado entre eles.

Tivera saudades. Como nunca antes pensava poder sentir.

- Eu faria tudo novamente, Lau. - afastou-a minimamente de si, para ser-lhe possível limpar as lágrimas derramadas por aquela. Depositou um beijo na sua testa e entrelaçou os dedos de ambos, guiando até ao confortável e moderno sofá. Sentaram-se no mesmo, ficando frente a frente.

- Desculpa pela forma como reagi. Eu só não estava à espera, Rúben. À quatro anos que ando atrás deste sonho e, agora, que o vou poder cumprir.. - pausou, a fim de poder controlar as emoções. - Parece surreal. E eu não mereço, Rúben. Não depois daquilo que te disse, da forma como te magoei e mandei embora. - demonstrava culpa pelos irracionais atos da noite anterior.

- Laura. - o internacional português interrompeu o raciocínio da fotografa, não permitindo que a mesma procedesse a tal, não quando discordava, totalmente, com aquele. - Igualmente, não mereço depois daquilo que ontem te acusei e, mesmo assim, aqui estás tu. Talvez, ambos não merecemos mas, simultaneamente, queremos fazer por isso. Portanto, não podíamos ser mais perfeitos um para o outro. - pela primeira vez, em horas, a minhota soltava uma genuína gargalhada.

- Meu Deus, jogador, estás cada vez mais lamechas. - a de olhos azuis fez troça do apaixonado que, por sua vez, revirou os olhos, apesar do pitoresco e largo sorriso que decorava os seus tão bem-parecidos traços faciais.

- Vem cá. - manhoso solicitou, circulando a cintura da morena com os braços.

A bracarense concedeu-lhe a oportunidade de prosseguir com as suas intenções, terminando no colo do lisboeta que, ao tê-la em sua posse, não perdeu qualquer tempo em clamar os seus lábios, tal era a saudade que sentia daqueles.

- Eu nunca o fiz por dinheiro, Laura. - assim que se afastaram para encontrar o ar que, desesperadamente, necessitavam, o número seis das "águias" aproveitou para justificar, querendo evitar que a bonita moça ficasse com a impressão errada do seu gesto que, para o próprio, fora de amor e zelo para uma pessoa que ele, embora ainda estivesse a descobrir o sentimento, poderia admitir adorar. Talvez, até amar. - Nunca o fiz pelo facto de tu não teres em posse a quantia monetária suficiente para integrar o teu percurso académico de sonho e, mais do que isso, nunca o fiz por acreditar que não conseguias. Porque acredito que, se há alguém que consegue, esse alguém és tu, miúda. - a morena sorriu com o emotivo e motivante discurso do ex-capitão. - Eu apenas fi-lo porque queria ser eu a proporcionar aquele teu sonho. Queria sentir que era capaz de, alguma forma, contribuir para a tua felicidade. Agora, quero que uses o dinheiro que, até ao momento, guardaste e o uses para prosseguir outros objectivos. Não quero que mo dês. - apontou-lhe o dedo, recebendo em troca um revirar de olhos e, logo após alguns segundos, o bonito sorriso que o jogador não se cansava de admirar.

Tenerife Sea | Rúben Dias Onde histórias criam vida. Descubra agora