a different view

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E por fim, voltamos à estaca zero.
Capítulo um - Por Paularv:

Ao início de tudo para ser mais exata. Começamos pelo ato final: o choque, a esperança e o desespero. Meu nome é Mitsuki e essa é a minha sequência de tentativas falhas.

Às 06:23am.
Professora: Atenção! Estão chamando Mitsuki Leonel na diretoria. Vá e volte rápido. - Ela olha com desprezo e dúvida.
Turma: VAI APANHA-AR! - Repetiam diversas vezes até serem repreendidos pela professora.
Mitsuki: Ok, ok. - Me direcionei para a diretoria pensando em que enrascada eu havia me metido, poderia ter sido sobre as brigas que tive poucos dias atrás no intervalo. Mas em minha defesa foi claramente culpa da Mind! Ela queria passar na frente. E então cheguei, e cá estamos. Diretoria. Antes que eu pudesse abrir a gigante porta acima de mim o diretor aparece atrás de mim com um olhar de dúvida.
Diretor: Mitsuki do 312? - Ele estava sério, aquela careca dele brilhava mais que o sol.
Mitsuki: S-Sim. - Sem conseguir disfarçar digo com a voz trêmula.
Diretor: Entre. - Ele abre a porta em minha frente, e rapidamente percebo um homem que aparentava ser um burguês safado dos filmes clássicos. Entro e sem disfarçar fico encarando o tal homem ao meu lado, ele não mostra expressões em seu rosto. O diretor se senta e entrelaça os dedos como o Sasuke falando de matar o Itachi no Naruto Clássico. Respira e prossegue:
Diretor: Mitsuki... - Ele diz com calma mas a expressão em seu rosto mostrava desconforto, o desespero chegou. Falei. Me entreguei nos primeiros minutos.
Mitsuki: FUI EU! EU ME ENTREGO! Fui eu que arrumei briga quinta feira. NÃO ME PRENDA POR FAVOR.
Diretor: Mitsuki. - Ele muda o tom de voz e tudo parece mais tenso - Ele não é da polícia.
Mitsuki: Ah não? - Eu o encaro novamente - Então quem é esse cara esquisito?
Diretor: Mitsuki por favor. - Ele olhava com sede de sangue. Fiquei calada para não perder a cabeça - Ele é o representante da OLCC e se interessou em você. - Nesse momento o silêncio se tornou único, e ninguém disse mais nada.
Diretor: Enfim, seus pais já assinaram sua entrada. - Ele acena com a cabeça para o homem pálido ao meu lado.
Burguês safado: Isto mesmo. Senhorita Leonel, a OLCC está interessada em sua participação nesse ensino. - Sem me deixar responder ele levanta e vai em direção à porta. - Vamos Mitsuki.
Mitsuki: Agora? - Eu olho pálida para o diretor e e ele vira o rosto tentando evitar olhares. Vão me raptar e ele não fará nada?
Burguês safadão: Senhorita? - É a segunda vez que ele me chama, não irei contráriar. Me levanto e sigo ele até o lado de fora. Uma limousine inteiramente preta.
Mitsuki: E minhas coisas? - Eu olho apreensiva para ele.
Safadão: Estão sendo guardadas. - Ele direciona sua mão para apontar disfarçadamente à um velhinho que colocava enormes peças de bolsas no porta malas. - Por favor entre Sra. Leonel. - Ele abre a porta e em instantes consigo mapear tudo por ali. Não demorou muito para sairmos, aquela viagem durou uma vida.
Em um dos prédios da OLCC: O chão espelhava tudo por ali. Eu era encarada por um corredor enorme com inúmeros armários à minha volta. Me pergunto o que uma organização tão grande queria comigo. E então, em minutos o burguês safadão que me acompanhava abre uma porta em nossa direita.
Burguês safado: Entre.
Mitsuki: Você que manda meu chapa. - Tento distraí - lo para causar um sorriso mas ele não mostra quaisquer expressão.
Homem dentro: Mitsuki Leonel por favor entre. - Um homem alto dos ombros largos ao fundo daquela escura sala. Obedeço sem questionar. Será que é uma pegadinha do Gugu? Entro e me sento em uma de suas poltronas vermelhas aveludadas.
Homem das poltronas: Sou o diretor do Colégio da OLCC.
Mitsuki: Sim senhor, capitão. - Eu tento parecer séria mas o que sai da minha boca me entrega.
Diretor: Mitsuki, sabe qual a posição que queremos lhe colocar dentro da OLCC?
Mitsuki: Sei. - Tento me manter focada e concordo com tudo que diz mas não consegui lhe convencer.
Diretor: E então? - Ele coloca chá em uma de suas xícaras pintadas a mão por um bem feitor. Ele consegue tirar a minha falsa confiança e me intimidar.
Mitsuki: Lamento, não sei o por quê. - Talvez ser totalmente honesta melhorasse as coisas.
Diretor: Entendo. Escute, a OLCC participou de um de seus cantos na Academia Lues. Presenciamos um talento no qual procurávamos mas os seus critérios e condições não batem com a OLCC. - Ele dá uma pausa rápida na sua respiração. - Então decidimos expor sua presença aqui como duas essências.
Mitsuki: ... - Eu não entendi a última parte mas parecia importante.
Diretor: Você ganhou uma bolsa de 100% porém terá alguns requisitos, entende Sra. Leonel?
Mitsuki: Quais requisitos?
Diretor: Você irá interpretar uma personagem na qual você terá que ter fé e personalidade. - Ele me entrega uma pasta com algumas informações: Yuri Smith, 17 anos na academia da OLCC. - Yuri Smith será você.
Mitsuki: Não entendo. - O que ele está planejando com tudo isso?
Diretor: Você participará das aulas na OLCC normalmente mas em horários escolhidos por nós você interpretará Yuri Smith, criada por nós para uma saída na qual você Sra. Mitsuki não faria nosso colégio decair.
Mitsuki: Me recuso. Não farei parte de um jogo no qual sou manipulada por vocês.
Diretor: Sinto muito mas não terá escolha, os papéis foram assinados. - Ele afasta sua cadeira da mesa que estávamos - Celso, leve ela para ser dormitório. - Ele levanta sua mão e faz um sinal. Aquele burguês careca que me acompanhava durante a viagem me mostra as direções para o próximo prédio.
Celso, o careca: Aqui estamos. O dormitório de Mitsuki Leonel é aqui. - Ele me mostrava um porta nomeada com meu nome, a porta ao lado descrita com "Yuri Smith". Minha personagem tinha um quarto apenas dela, ao lado do meu.
Mitsuki: E se alguém descobrir a farsa? - Eu olho atenciosamente para ele mas ele não me iguinora e destranca a porta. O quarto era minúsculo, tinha uma cama e banheiro. Minhas malas já estavam por ali empilhadas. E tinha um enorme guarda roupa embutido na parede.
Celso, o careca: Esse é o seu dormitório. Tem uma entrada para o quarto de Yumi Smith em seu guarda roupa. - Ele destraca o guarda roupa e me olha como se esperasse que eu fizesse algo.
Mitsuki: ... - Me aproximei e antes que eu pudesse falar algo:
Serviço de quarto: Serviço de quarto! - Ele bate na porta e o silêncio se torna um só.
Celso, o careca: Entre. - Eles traziam uma imensa cortesia. Um almoço digno daquela viagem de oito horas.
Serviço de quarto: Com licença. - Ele se retira e fecha a porta.
Mitsuki: Obrigada! - Digo na maior empolgação possível.
Celso, o careca: Não se distraia. - Ele me pressionava cada vez mais. E então decidi entrar. O quarto da Yuri Smith era maior que minha antiga casa. Tinha até uma cozinha americana ali.
Mitsuki: Vocês não estão dando muita colher de chá para pequena Yuri Smith?
Celso, o careca: Não sou eu que faço as escolhas daqui Mitsuki. - Ele não parece tão assustador como estava antes - Mantenha as portas do quarto da Yuri Smith trancadas. Não cause nenhum erro ou eles te expulsaram. - Ele sai pelo meu quarto (Mitsuki).
Mitsuki: Por onde eu começo? - Me direcionei até a geladeira de Yuri mas não havia nada ali. E então, sem pensar duas vezes fui apreciar o meu banquete. Uau. Quem diria. Não posso reclamar.
Às 04:07am:
Mitsuki: Só mais um pouquinho... - Eu me enchi de esperanças que à meses eu não sentia. Expectativas dobravam a cada minuto. - Consegui! - Cadastrada no site do jornal da academica como membro, um site totalmente exclusivo. Nunca me senti tão empolgada. - Bom, vamos ver alguns artigos... - Procurei ali, procurei aqui mas não havia nada de interessante. O site era construídos por notícias banais como: "Aluno da sala 617 ganhou nota 100".
Mitsuki: Ah. - Um grande silêncio tomou conta do lugar, até que um papelzinho aparece em baixo da porta de Mitsuki. - Mas o que? - E nele dizia: "Bem vinda, -L" O coração bateu a mil, quem seria? Rapidamente acessou a lista de alunos em sua sala. Havia duas pessoas com a inicial L. Aquela instituição ficava cada vez mais interessante. Não demorou muito para Mitsuki cair no sono, mal sabia ela o que aconteceria.
Às 08:23am: Amanheceu, via por meio das cortinas ali, mas aqui dentro continuava tão escuro. Levantei, fiquei dentre alguns minutos sentada na beira da cama até que notei o horário. Coloquei o uniforme obrigatório para andar pelos corredores, peguei o pouco de dinheiro que me sobrava e fui para a cantina.
Mitsuki: Um café por favor. - Todos pareciam normais por ali, pensei que fosse diferente. Sei lá, todos com narizes empinados.
Velhinha da cantina: Aqui está querida. - Ela diz rouca. - Não tome muito, faz mal.
Mitsuki: Pode deixar! Segurei seu conselho. - Abro um imenso sorriso para ela. - Então, quanto custou o café?
Velhinha da cantina: Custou? - Ela repetiu como se não tivesse entendido a pergunta, me olha atentamente e sorri. - Ah, mais um novato né! É a segunda essa semana. Não cobramos nada moçinha. - Ela sorri novamente, tenho medo da dentadura dela cair sobre a comida. Agradeci e saí dali. Me intrigava saber que eu era o segundo novato essa semana, será que é normal receberem pessoas assim? As aulas passaram voando, ninguém se posicionou a trocar uma palavra comigo. Minhas expectativas caíram mais rápido que minha auto-estima. Assim que o sinal da última aula soou me levantei aliviada mas o Celso, o careca me esperava ali.
Mitsuki: Celsinho? Como vai? - Chego perto dele sorrindo.
Celso, o careca: Mitsuki siga-me. - Ele não se importou em responder minha pergunta, eu não esperava mais. Ele me leva para uma sala sem nomeção na porta.
Mitsuki: E então? Ganhei algo? Que tal um apelido? Tipo "a garota mais estranha da escola" - Eu ria. Mas ele não mostrava nenhum tipo de empolgação. Ao abrir a porta percebi que era a sala de uma costureira, uma estilista talvez. Tinha todo tipo de decido, linhas e uniformes.
Estilista do cabelo azul: Então Mitsuki Leonel, separei meu dia hoje ao seu vigor. - Ela sentava na cadeira como se fosse o poderoso chefão. - Risos. Não se assuste. - Ela dizia empolgada. - Venha, venha provar. Ela ficou assim. - Ela trazia uma peruca rosa, com o cabelo longo e uma franja magnífica.
Mitsuki: ... - O que eu deveria dizer? Ela é linda.
Estilista: Prove bobinha. - Ela estava animada, minha reação foi a mais breve possível. Eu estava linda, me sentia uma winx.
Mitsuki: Ela é para que? - Eu olhava com dúvida à ela.
Celso, o careca: Para Yuri Smith.
Estilista: Não seja tão mal humorado Celso. - Ela parecia estar à anos ali, e parecia o conhecer muito bem. - Olha princesinha, Mitsuki ou Yuri você é incrível. Essa peruca só realça sua beleza ainda mais. Admita eu mandei bem! Risos. - Ela ao contrário dele, tinha um bom senso de humor.
Mitsuki: Obrigada moça do cabelo azul. - Balancei a cabeça como agradecimento.
Estilista: Me chame de Monika, Mitsuki. Sou sua nova amiga. - Ela sorria com uma feição linda.
Celso, o careca: Vamos Mitsuki. - Rapidamente guardei a peruca sem amassar. A próxima parada foi na sala de música. Celso abriu a porta e em segundos percebi um astro em minha frente.
Mitsuki: Leonard Skimy? NÃO BRINCA! - Ele é real! Já posso morrer em paz.
Leonard: Tenho uma fã? - Ele se vira no banquinho giratório do piano.
Mitsuki: FÃ DE CARTEIRINHA! - Passamos a tarde treinando, foi menos inspirador do que eu pensei. Até tirei um self com ele. Tive aulas de dança, canto e boas maneiras. Nunca me senti tão pressionada assim, os intervalos eram tão poucos.
Às 20:02pm em meu quarto:
Porta: Toc toc.
Mitsuki: Entra.
Celso, o careca: Seus horários foram formulados Sra.
Mitsuki: Ta, tá. Ei Celso. - Olho para ele ainda de ponta cabeça na cama. - Posso de chamar de Alfred?
Celso, o careca: De jeito algum.

Mitsuki is a fake queenOnde histórias criam vida. Descubra agora