A Doutora Adams havia sido convidada para passar um período de seis meses trabalhando em outro país. Isso resultara numa "pausa" no que estava tendo com o seu enfermeiro de maior confiança. Foram exatos dois anos de investidas do moço, enquanto ela se mantinha forte em não ceder. O motivo? A diferença de idade entre os dois, e por mais que ele deixasse claro que não se importava com tal coisa, ela se manteve firme. Era uma profissional extremamente comprometida com o seu trabalho. Havia tido problemas para chegar no tão prestigiado cargo, sendo diminuída por ser mulher e não ia cair nas garras de um insolente que só queria brincar com fogo.
Ian logo cansaria de tal ideia absurda. Ela tinha vinte anos a mais. Como poderia insistir em ter algo com alguém com tanta idade? Era loucura e Audrey o encurralou há uns meses, tendo uma resposta firme: eu quero você.
Bush havia deixado isso claro desde que se aproximara dela com tal intenção. E demonstrou em todas as vezes em que acabaram se envolvendo. Ela não conseguia acreditar que, por causa de duas taças de vinho, havia se rendido aos encantos dele.
Estavam no pequeno apartamento do enfermeiro. Ouviam um jazz suave, enquanto comiam o que ele preparara com esmero. Tudo tinha que ser perfeito. Era Audrey Adams que lhe faria companhia naquela noite. Um espaguete que aprendera com um amigo italiano, uma arrumação cuidadosa na sala de estar, exibindo com orgulho os seus livros de fantasia medieval, a coleção de gibis e alguns DVDs originais da DC e da Marvel; era um cara tranquilo e tinha um gato preto chamado Banguela, em homenagem ao dragão do filme Como Treinar o seu Dragão.
Gato esse que passou a noite toda de tocaia na janela, observando a rua, como se fosse a coisa mais interessante e fora devidamente apresentado à Doutora.
Os sabres de luz ficavam no seu quarto. Ele temia que os amigos levassem sempre que se atrevia a os reunir na sua sala de estar. Lá também estava tudo sobre Star Wars, Star Trek, O Hobbit e O Senhor dos Anéis, trancados.
Audrey estava decidida a ir embora em dez minutos, só não sabia como informar ao anfitrião sem o ofender. Estava cansada. Fizera quatro cirurgias num único plantão, porém o garoto parecia mais interessado em lhe falar sobre como conseguira sua primeira coleção de carros do Batman. Era um garoto.
— Ian? — chamara Audrey e ele levantou e lhe estendeu a mão.
— Concede-me a honra?
A morena de cabelos médios deixou a taça sobre a mesa de centro e pegou a mão do moço. Aproximaram-se do aparelho de som e começaram a dançar. Audrey se policiava para não ceder a nada. Estava levemente embriagada. Caso algo saísse dos planos, culparia o álcool sem hesitar.
O cheiro dele é tão atrativo, pensou, aproximando o rosto do dele. Foi se guiando para o pescoço, onde sentiu com mais intensidade e inspirou fundo. Tocou a curva suavemente, observando a pele arrepiar.
— Ian, eu preciso ir — sussurrou contra a orelha dele, o arrepiando outra vez.
— Tudo bem. — Ele se afastou um pouco e a olhou nos olhos.
Eram de um tom de verde claro demais, que o atraiam. Instintivamente, Ian colocou os cabelos escuros e lisos para trás e fitou os lábios dela, cobertos por um vermelho sem brilho.
Foram se aproximando, lentamente, até que os seus lábios tocaram os dela. Os doze centímetros de diferença entre os dois fora esquecido graças aos saltos que ela usava. Os dedos dela se emaranharam nos fios loiros dele, puxando ao ponto de o fazer gemer.
Audrey estava solteira havia dez anos. Separara-se do marido porque havia aberto mão de formar uma família, pois não queria atrasar o seu sucesso como cirurgiã cardiovascular. E, por fim, veio o divórcio.
Aos tropeços, se encaminharam ao sofá, onde continuaram com o beijo, carregado de desejo. As mãos precisas da mulher se encaminharam para os botões da camisa do enfermeiro, retirando cada um deles de suas respectivas casas e logo a peça estava no chão.
Ian avançou sobre ela, a fazendo deitar, beijando o pescoço alvo.
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Crazy In Love
RomanceForam dois anos de tentativa, sempre deixando claro suas intenções. Ian Bush estava louco pela Audrey Adams, porém, a Doutora não cedia ao enfermeiro de maneira alguma. Até ser convidada para um jantar.