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      Era uma manhã de terça-feira. O dia estava lindo. Não haviam nuvens no céu. Assim que o Sol nascia, lá estava ela, Beatriz. Saía antes que seu pai a visse, para o encontro com o noivo.

      Naquela época as moças não tinham permissão para estarem sozinha com homens. Era antiético. A mais de 2 anos estava prometida a Felício. Rapaz por quem ela era apaixonada.

      Moreno, de olhos escuros, alto e de certo modo bonito. Sarcástico também le era uma das coisas à ser notada. As vezes sua visão das pessoas incomodava Beatriz. Os idéias das namorados eram muito diferentes. Brotavam da mesma nascente e acabavam em lados opostos.

      Beatriz se via presa a Felício, mas de uma forma boa. Gostava de estar protegida em seus braços fortes. Felício a manipulava de forma que ela pensava não poder viver longe dele. Até a pureza da moça ele havia tirado antes do casamento, para que sequer em romper o noivado.

      Não somos capazes de saber o que faríamos em momentos de ciúmes, não é mesmo? Felício podia usar muito bem a impressão que passava a noiva de uma forma boa, ou até mesmo usar isso contra ela.

      Lá ia Beatriz ao encontro todas as manhãs. Com seu cavalo branco, que ganhou de seu pai ao debutar. Avistou de longe o noivo, na colina mais bela de Rosa Branca. Felício amava aquela colina. Pois em mais de 5 anos, 1813, estava sua mãe enterrada nela. Dizia ele à Beatriz que o lugar li trazia paz. Sua mãe morrerá com um tiro no coração, bem ali onde os dois conversavam.

      A história conhecida por todos da cidadezinha, era que, sua mãe havia sido morta pelo amante. E que seu pai ao ver a esposa ensanguentada, tirou a própria vida. Dizem que ele chegou logo depois do assasino. O amante, dito como assassino da mãe, foi preso, torturado, e morto na cadeia.

       A 'tragédia' marcou aquela cidadezinha por completo. Todos gostavam muito de dona Helena. E claro que todos fizeram questão de que o assassino pagasse pelo crime. Muitos também colocaram a culpa na mulher, por ter outro homem. Mas isso que tudo que sabemos. Não houveram testemunhas e apenas um suspeito.

       Mas como um lugar de tanta desgraça e morte dos pais, poderia trazer paz a alguém? Essa pergunta nunca foi respondida do advogado de Rosa Branca à sua noiva. A colina não apavorava Beatriz, mas também não achava o melhor lugar para encontros românticos.

Beatriz virou-se em direção ao rapz e peguntou:

- Aqui em Rosa Branca nos encontramos em todas as vidas, nesse mesmo lugar. Nos meus sonhos. Você acredita neles? - olhando para ele, e já sabendo a sua resposta de cor.

- Não seja tola, Beatriz. Sabe que não acredito nas baboseiras que me contas.

Ela sabua que o noivo não acreditava em vidas passadas, amores inacabados, almas gêmeas. Em todas as coisas que ela fazia questão de sonhar, de viver.

Nesse instante, com um tom sarcástico falou:

- De certo que tu não és minha alma gêmea. És apenas minha paixão dessa vida, sim?

- Depois de nosso casamento, tu mudará estes hábitos. Não lerá mais nada que fabrique esse tipo de loucura em tua mente.

Ele a abraçou forte, não com paixão. Ela sabia a diferenças, uma possessão talvez?

- Não acredito no que me falas. Mas, eu mataria por você. Acho que morrer não. Me custaria muito e não adiantaria de nada. Não é mesmo?

Beatriz abaixou a cabeça. Mais uma vez ele mostrava o quanto era egoísta. Mas uma vez tinha a magoado. Ela talvez pensasse que pudesse mudar esse jeito dele. Talvez tentasse perdoa-lo de novo. Talvez tivesse que se esforçar mais.

Mas todos precisam ter noção que a salvação é individual!!!

O noivado se resumirá apenas a isso. Beatriz fingindo está interessada nas conversas entediantes do noivo. E ele apenas falando dele. Nem ao menos se interessando nos sonhos de sua futura esposa.

A pobre coitada achava mesmo que era amor...e não enxergou os sinais!

O que você seria capaz de fazer para ser sempre o centro das atenções?  Era a única coisa na qual ele sabia bem.

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⏰ Última atualização: Feb 09, 2019 ⏰

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