Primeiros Passos

Primeira apresentação

Os primeiros raios da manhã invadiam o quarto principal da família Mills-Locksley, pelas frestas da cortina de tons claros. O sol ainda estava tímido, típico dos dias de outono da cidade canadense, mas mesmo com tamanha timidez, lá estavam os reflexos solares avisando que outro dia começara. Lá fora a temperatura estava agradável, as folhas alaranjadas caídas no chão e um céu totalmente cristalino davam um contraste perfeito.

Robin fora o primeiro a acordar, abrindo os olhos lentamente, sorriu ao se deparar com sua morena dormindo. Ela tinha uma expressão serena, de quem dormia o sono dos justos. Estava deitada de bruços, com o rosto virado na direção dele, que por sua vez estava deitado de lado com uma das mãos depositada no rosto dela, fazendo-a um carinho com a ponta dos dedos, a fim de decorar todos os traços de sua mulher. Ele não cansaria nunca de olhá-la, de tocá-la... De amá-la. Seus dedos delinearam toda a extensão de sua face, desde sua maçã até seus lábios. Outro sorriso fora dado ao perceber que ela nem se quer demonstrara uma mínima reação aos seus toques.

Os lábios finos do loiro foram de encontro à face alva da jovem, distribuindo beijos ternos por toda a extensão de pele que tinha acesso, fazendo com que a mulher franzisse seu nariz perfeitamente desenhado. Robin achava aquilo uma graça.

- Amor, tá na hora de acordar. – chamou-a suavemente, com a voz um pouco mais alta que um sussurro. Roçando sua barba por fazer no pescoço dela.

- Huuum. – Soltou um gemido de pura manha, virando seu rosto para o lado oposto. Robin não deixou de sorrir com aquela atitude, ela sempre pedia mais cinco minutinhos.

- Mais é muito minha preguiça mesmo, viu. – riu daquilo. - Vou lá acordar a pequena. – depositou um último beijo em seu rosto, por cima dos fios que caíra sobre ele, saindo da cama. Deixando uma morena para traz, imersa em seu sono e, em seus sonhos.

O homem caminhou a pés descalços pelo corredor, indo até o outro quarto ocupado da casa. Abriu a porta com o maior cuidado para não fazer barulho e, dessa forma, não assustar o pequeno ser que dormia ali. Segundos depois, seu corpo já ocupava o mesmo espaço que a criança. Sorriu largamente ao ver que ela dormia exatamente como a mãe, de bruços e com o rosto afundado no travesseiro. A menina com seus cinco anos recém-completados, era a cópia perfeita do pai, cabelos loiros e olhos azuis, mas não negava ser filha de Regina. Ela poderia ser a cópia fisicamente dele, porém, a cópia da personalidade da mulher.

Emilly Mills Locksley, ou apenas Emmy, era a garotinha mais doce que se poderia conhecer, encantava a todos com seu jeitinho mandão e todo adultinho de ser. E claro, ela era a paixão dos pais.

Atravessou o quarto, rumando até a cama da menina, sentando na beirada do móvel. Retirou os cabelos que estavam sobre o rosto da filha, deixando um afago ali. Logo, Emmy dava indícios de que acordaria. Hoje não teria um trabalho duplo, pensava Locksley.

- Bom dia, princesa. – disse carinhoso, depositando um beijo na testa dela. – Vamos levantar? – a chamou, passando a mão por seus fios dourados.

- Bom dia, papai. – respondeu, com sua vozinha infantil carregada de toda manha que herdara da mãe, abrindo seus pequenos olhinhos azuis para o pai, espreguiçando-se. Elas sabiam o ponto fraco de Robin, e ele não se importava nem um pouco de mimar suas meninas. – Tô com preguiça. – seus cílios cheios foram um ao encontro do outro, de forma graciosa. - Quero levantar não. – meneou a cabeça, negando.

- Você é mesmo filha sua mãe, hm?  – esticou os bracinhos em direção ao loiro, para que ele a pegasse no colo. – Dá um abraço bem apertado de bom dia no papai. – e assim ela o fez, jogou todo seu corpinho contra o mais velho, colando seus pequenos bracinhos envoltos do pescoço de Robin, em um abraço apertado. – Nossa que abraço gostoso, meu amor. – beijou-lhe o topo da cabeça.